Nesta sexta-feira (7), a moeda norte-americana voltou a subir e fechou em alta de 1,42%, cotada a R$ 5,3242. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira operava em queda nos últimos minutos do pregão. Dólar
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O dólar voltou a subir e fechou a sessão de negócios desta sexta-feira (7) no maior patamar em mais de um ano e meio. Investidores mais uma vez ficaram de olho nos sinais sobre o futuro dos juros dos Estados Unidos. Entenda mais abaixo os fatores que têm impulsionado a moeda nos últimos dias.
Segundo informações do Departamento do Trabalho norte-americano, a criação de vagas de trabalho na maior economia do mundo cresceu mais do que o esperado em maio, voltando a trazer temores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) volte a adiar o início do ciclo de cortes das taxas por lá.
A política monetária em outros países desenvolvidos também ficou no radar, bem como falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. (veja mais abaixo)
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira (B3), fechou em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Ao final da sessão, o dólar avançou 1,42%, cotado em R$ 5,3242. Na máxima, chegou a R$ 5,3273. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,43% na semana e no mês;
ganho de 9,72% no ano.
Na quinta-feira (6), a moeda norte-americana caiu 0,89%, cotada a R$ 5,2498.
Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou com um recuo de 1,73%, aos 120.767 pontos.
Com o resultado, acumulou quedas de:
1,09% na semana e no mês;
10% no ano.
Na quinta-feira, o índice encerrou em alta de 1,07%, aos 121.598 pontos.
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O que explica a forte alta do dólar nos últimos dias?
Com uma série de indicadores norte-americanos no radar dos investidores, o principal impulsionador do dólar nas últimas semanas são as incertezas sobre qual deve ser a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na condução dos juros do país.
Desde a semana passada, por exemplo, dados econômicos dos Estados Unidos já têm sinalizado que a maior economia do mundo pode estar desacelerando — com uma inflação mais sob controle e um mercado de trabalho menos pressionado.
Com números de inflação e atividade mais controlados, investidores voltaram a acreditar que o Fed pode iniciar o seu ciclo de cortes nos juros em setembro.
Nesta semana, no entanto, o jogo parece ter virado. Nesta sexta-feira (7), por exemplo, dados do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos indicaram que a economia do país criou muito mais empregos do que o esperado em maio. Além disso, o crescimento anual dos salários voltou a acelerar, ressaltando a resiliência do mercado de trabalho.
Já na quarta-feira (5), dados do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) voltaram a indicar um crescimento do setor de serviços nos EUA.
Esses números voltaram a trazer incerteza sobre qual deve ser a postura do Fed na condução dos juros nos EUA.
Vale ressaltar que juros mais altos nos EUA jogam a favor do dólar, já que tornam os rendimentos norte-americanos mais atraentes para investidores estrangeiros.
Entre outros fatores que corroboraram para a alta do dólar ante o real nas últimas semanas, estão:
a variação de preços das commodities;
o cenário da balança comercial brasileira; e
as incertezas sobre o quadro fiscal brasileiro.
Entenda mais sobre os fatores que tem impulsionado a alta do dólar na reportagem abaixo:
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O que mais está mexendo com os mercados nesta semana?
Ao longo dessa semana, outros fatores também ficaram na mira dos investidores. Nesta sexta-feira (7), por exemplo, o foco ficou com as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participou de uma reunião privada com agentes do mercado.
Questionado sobre rumores que circularam no mercado sobre um possível aumento do limite do arcabouço, Haddad afirmou que houve um erro de interpretação e que não entendia “a intenção da pessoa que repassou uma informação falsa”.
“A pergunta que me foi feita por um dos integrantes da reunião […] é se havia possibilidade de contingenciamento este ano se algumas despesas obrigatórias crescessem além do previsto. E eu disse que sim”, disse Haddad.
“É absolutamente normal e aderente ao que prevê o arcabouço fiscal. Então, não intendi a intenção da pessoa que vazou uma informação falsa a respeito do que eu disse”, acrescentou o ministro.
Haddad ainda reiterou que quando foi questionado, na reunião, se haveria algum tipo de contingenciamento no caso de aumento de uma despesa obrigatória, respondeu que “pela dinâmica do arcabouço, sim”.
“Se você tiver uma despesa obrigatória crescendo para além do que está previsto no orçamento, você vai pressionar as outras despesas e obrigar o governo a contingenciar”, afirmou o ministro.
A reunião em questão teria sido com executivos do Santander e outros agentes de mercado e, segundo o ministro, houve uma quebra de protocolo.
“Isso é uma irresponsabilidade. Eu sugeriria vocês a entrar em contato com o CEO do Santander. É muito grave o que aconteceu. Isso não pode acontecer. Você não pode utilizar uma reunião fechada para depois vender para o mercado aquilo que não foi dito”, afirmou o ministro, reiterando que o presidente da instituição poderia confirmar o que foi dito por ele na reunião.
Procurado, o Santander não respondeu até a última atualização desta reportagem.
Outros fatores da agenda da semana também ficaram sob os holofotes. Na terça-feira (4), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil subiu 0,8% no primeiro trimestre deste ano em comparação aos três meses anteriores.
Na relação anual, a alta foi de 2,5%. O movimento veio puxado principalmente pelo setor de serviços, que teve alta de 1,4% no período. A agropecuária também cresceu, registrando variação positiva de 11,3%. A indústria, porém, apresentou leve queda, de 0,1%.
Já no exterior, as atenções ficaram voltadas para a Europa, após o Banco Central Europeu (BCE) realizar o primeiro corte de juros básicos em cinco anos.
Em novas previsões, o BCE afirmou que estima que a inflação ficará em média de 2,2% em 2025 — acima de uma estimativa anterior de 2,0% e, portanto, acima da meta de 2% da instituição.
“Apesar do progresso nos últimos trimestres, as pressões internas dos preços continuam fortes já que o crescimento dos salários está elevado, e a inflação provavelmente permanecerá acima da meta até o próximo ano”, afirmou a presidente do BCE, Christine Lagarde, em coletiva de imprensa na véspera.
Com a decisão desta quinta-feira, o BCE se junta aos bancos centrais do Canadá, da Suécia e da Suíça, desfazendo algumas das sequências mais acentuadas de aumentos das taxas de juros na história recente.
Fonte da Máteria: g1.globo.com