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Depois de 25 anos de 'A Bruxa de Blair', atores criticam estúdio e pedem pagamentos retroativos


Heather Donahue, Michael C. Williams e Joshua Leonard dizem que ficaram de fora do sucesso financeiro do filme, um dos maiores projetos independentes da história de Hollywood. Joshua Leonard, Heather Donahue e Michael C. Williams, os atores originais de ‘A Bruxa de Blair’
Reprodução/Instagram/thejoshualeonard
O trio de atores que formou o elenco de “A Bruxa de Blair”, sucesso independente de terror de 1999, critica o estúdio Lionsgate por tê-los deixado de fora do recomeço da franquia e pede pagamentos retroativos e futuros por sua participação no primeiro filme.
Em entrevista publicada nesta quarta-feira (12) pela revista “Variety”, Joshua Leonard, Heather Donahue e Michael C. Williams dizem que foram deixados de fora do sucesso financeiro da produção.
Com uma bilheteria de US$ 250 milhões ao redor do mundo a partir de um orçamento estimado entre US$ 200 mil e US$ 700 mil, a produção é considerada um dos filmes independentes mais bem-sucedidos de todos os tempos.
Mesmo assim, eles dizem que receberam apenas cerca de US$ 500 por semana durante as duas semanas das gravações, nas quais improvisaram as cenas e tiveram de operar as próprias câmeras — parte do conceito de “filmagens encontradas”, subgênero que finge que suas imagens são verdadeiras e capturadas pelos personagens e que foi popularizado por “A Bruxa de Blair”.
Depois de processo motivado pelo uso de suas imagens na continuação de 2000, o trio recebeu em 2004 mais US$ 300 mil em um acordo com a distribuidora da época, a Artisan. Um ano antes, a empresa tinha sido comprada pela Lionsgate.
De acordo com o jornal “New York Times”, até então o filme já tinha gerado entre US$ 35 milhões e US$ 40 milhões em lucros.
Heather Donahue em cena de ‘A Bruxa de Blair’, de 1999
Divulgação
“Eu não preciso que a Lionsgate goste de mim. Eu não me importo que eles saibam que eu penso que o comportamento deles tem sido repreensível”, diz Leonard à “Variety”.
“Há valor ou não?”, pergunta Donahue. “Se há valor, nos pague de acordo. E, se não há, então pare de nos usar.”
Assessores da Lionsgate se negaram a comentar a reportagem.
No filme, o trio aparece com seus nomes originais, em uma versão fictícia deles mesmos como cineastas que gravam em uma floresta sua busca pela lendária “Bruxa de Blair”.
Eles dizem que, por isso, por muito tempo tiveram suas imagens ligadas de forma muito próxima à produção e muitas vezes não conseguiram trabalhos em outras produções.
Em 20 de abril, pouco depois do anúncio do recomeço da franquia com a produtora Blumhouse, eles publicaram uma carta aberta pedindo que o estúdio os colocasse no papel de consultores da série, fizesse pagamentos pelo seu envolvimento e criasse uma bolsa de US$ 60 mil para novos cineastas.
Um assessor do Sindicato dos Atores de Hollywood afirmou que a organização tem conversado com a Lionsgate e que “tem esperança que os atores consigam algum pagamento, mas que, quando não há contrato do sindicato cobrindo a produção, atores e sindicato ficam geralmente limitados a apelar para um senso de justiça”.

Fonte da Máteria: g1.globo.com