Primeiro dia da edição portuguesa do festival foi dedicado ao rock mais pesado neste sábado (15). Palco Mundo também recebeu Extreme e Xutos & Pontapés. Amy Lee, do Evanescence, se apresenta no Rock in Rio Lisboa 2024
Divulgação/Instagram do festival
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O primeiro dia do Rock in Rio Lisboa recebeu 80 mil pessoas no Parque do Tejo, novo lugar da edição portuguesa do evento. Foi um sábado (15) de som mais pesado, com line-up fechado pelo hard rock romântico anos 80 dos Scorpions e o new metal anos 2000 do Evanescence.
Escalado para o dia de rock pesado da edição brasileira, a banda mostrou que Amy Lee segue cantando bem. Ela junta sua voz potente e melódica a uma camada de outros sons vocais pré-gravados. Há também efeitos nada sutis que dão aquela modificada em seu timbre.
No Palco Mundo, os fãs portugueses viram a mesma formação que esteve no Brasil em 2023, quando o grupo fez uma turnê por arenas e estádios. Quase todos tocam juntos desde os anos 2000, mas a novidade é a presença da baixista australiana Emma Anzai. Ela se destaca empunhando o instrumento e em bons vocais de apoio.
Com o álbum “Fallen” (2003), o Evanescence vendeu perto de 20 milhões de cópias em todo o mundo. Não repetiu o mesmo sucesso. É natural, então, que os hits mais celebrados ainda sejam daqueles tempos, como “Going Under”, “My Immortal” e “Bring me to Life”.
Essa última fecha o setlist, sem a parte cantada por um homem. Amy nunca curtiu a música original em que divide os vocais (uma imposição da gravadora). Como de costume, fãs na plateia entoam os versos cantados pelo convidado Paul McCoy no estúdio.
“É uma honra estar aqui nesse palco enorme. Eu mal consigo olhar o final da plateia”, disse Amy, ainda no começo. “Não deixe ninguém fazer você se sentir que você não importa. O amor é mais forte do que o ódio”, discursou, mais perto do fim.
A cantora californiana de 42 anos não fala muito e passa uma pequena parte do show cantando enquanto toca piano. Se não mudarem muito o repertório e o vigor, roqueiros brasileiros poderão ver um bom show no Rock in Rio em setembro.
Scorpions fechou a primeira noite do Rock in Rio Lisboa 2024
Divulgação/Instagram do festival
Responsável por fechar a noite, o Scorpions mostrou ao vivo por que é praticamente sócio do festival. A relação do grupo alemão com o Rock in Rio vem desde 1985, quando esteve na primeira edição.
Em 2019, voltaram ao evento carioca e o guitarrista Matthias Jabs usou o mesmo instrumento estampado por bandeiras brasileiras tocado no festival dos anos 80. A guitarra estava com Roberto Medina, criador do festival, que havia sido presenteado com ela.
Como cinco anos atrás, o show nesta edição portuguesa foi bem recebido graças aos bons vocais de Klaus Meine e ao setlist ao mesmo tempo explosivo (“Rock You Like A Hurricane”) e romântico (“Still Loving You”).
Extreme e Xutos tocaram antes
Gary Cherone, vocalista do Extreme, canta no Rock in Rio Lisboa 2024
Divulgação/Instagram do festival
A banda portuguesa Xutos & Pontapés abriu a programação do Palco Mundo. O grupo de pop rock é uma espécie de Capital Inicial da versão lusitana do evento: já se apresentou em 2004, 2011, 2014, 2018 e 2022.
Desta vez, o diferencial foi a presença da Orquestra Filarmônica Portuguesa. Os arranjos orquestrados simples e bonitos foram bem recebidos pela plateia. Com seu costumeiro lenço amarrado no pescoço, o vocalista Tim agradeceu mais um show “memorável” no festival. “Até daqui a dois anos”, disse, ao se despedir.
Depois deles, a banda americana Extreme relembrou seus quase 40 anos de carreira. O guitarrista português Nuno Bettencourt fala um “bocadinho” no idioma local, saudando a plateia. “Esta é a minha casa”, avisou. No geral, o grupo preferiu apostar em sucessos dos anos 90, em vez de novidades do álbum “Six”, lançado no ano passado.
Como esperado, o setlist decolou com o megahit romântico “More Than Words”. A balada voz e violão chegou ao topo da principal parada americana.
Foi o momento para que o vocalista Gary Cherone mostrasse que segue afinado e com potência, embora sem os mesmos falsetes de antes. A (boa) voz soa um tanto mais grave, algo compreensível para seus 62 anos, dois deles dedicados ao Van Halen quando foi vocalista do grupo nos anos 90.
Essas e outras atrações de palcos secundários, como o Europe, mostraram que a versão portuguesa tem as mesmas ideias da edição brasileira. O Rock in Rio sabe que nostalgia roqueira vende. O público dos dias de rock quer um line-up mais óbvio até do que um cantor sessentão de braços abertos com os mullets ao vento cantando “The Final Countdown”.
Queima de fogos de artifício no primeiro dia do Rock in Rio Lisboa 2024
Divulgação/Instagram do festival
Joey Tempest se apresenta com o Europe no Rock in Rio Lisboa 2024
Divulgação/Instagram do festival
Scorpions fecha o Rock in Rio Lisboa 2024
Divulgação/Instagram do festival
Fonte da Máteria: g1.globo.com