Capas de oito títulos emblemáticos da discografia de Chico Buarque, iniciada em 1965
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♪ CHICO BUARQUE 80 ANOS – Iniciada em 1965 com o single em que o compositor apresentou os sambas Pedro Pedreiro e Sonho de um Carnaval, um ano após ter sido revelado na voz da cantora Maricenne Costa em 1964, a discografia de
é retrato perene do Brasil e, de certa forma, dos caminhos seguidos pela MPB projetada na década de 1960.
Composta por 30 álbuns, sem contar os discos com as trilhas sonoras de filmes, balés e musicais de teatro, a obra fonográfica do artista carioca foi construída com coerência, expondo um compositor sempre em movimento, embora paradoxalmente apegado às tradições da MPB.
Dando continuidade à série de textos que celebram os 80 anos que Chico Buarque de Hollanda completará na quarta-feira, 19 de junho, o Blog do Mauro Ferreira lista oito títulos fundamentais da discografia de Chico Buarque, com a liberdade de ter incluído na relação uma trilha sonora de balé que o tempo provou ser determinante na evolução do cancioneiro do artista.
♪ Eis, em ordem cronológica, oito álbuns que mostram porque o octogenário Chico Buarque é um dos maiores compositores do mundo em todos os tempos:
Chico Buarque completa 80 anos
Capa do álbum ‘Chico Buarque de Hollanda volume 3’
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★ Chico Buarque de Hollanda volume 3 (1968)
– Da trilogia de álbuns gravados pelo artista para o mercado do Brasil na gravadora RGE, entre 1966 e 1968, o terceiro volume é o de maior vulto. Ao mesmo tempo em que perpetua o lirismo melancólico que deu o tom da fase inicial do cancioneiro do compositor, exemplificado na canção Carolina e na modinha Até pensei, o álbum Chico Buarque de Hollanda volume 3 já aponta em Roda viva a contundência política que marcaria a obra do artista ao longo da combativa década de 1970. O repertório inclui Retrato em branco e preto (1967), primeira parceria de Chico com o então já soberano Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994).
Capa do álbum ‘Construção’
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★ Construção (1971)
– Segundo álbum feito pelo artista para a Philips, gravadora que contratara Chico Buarque no período em que o cantor partiu para o exílio na Itália, Construção se mantém no mais alto patamar da obra do artista pela coesão do repertório de contundente pulso político e pelos arranjos feitos sob direção musical de Magro (1943 – 2012), integrante do grupo MPB4. A construção da engenhosa e tensa faixa-título atesta a maturidade precoce do compositor e a genialidade do maestro Rogério Duprat (1932 – 2006), autor do arranjo. É o disco de Deus lhe pague, do samba Cotidiano e de Valsinha, parceria de Chico com Vinicius de Moraes (1913 – 1980).
Capa do álbum ‘Meus caros amigos’
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★ Meus caros amigos (1976)
– É álbum dominado por arranjos do pianista e compositor Francis Hime, com quem Chico Buarque iniciara parceria em 1972. Hime é o parceiro do choro Meu caro amigo, da canção A noiva da cidade (feita para o filme homônimo que somente entraria em circuito em 1978) e de Passaredo. O disco abre com O que será? (À flor da terra) em gravação que traz a voz de Milton Nascimento. O repertório apresentou Mulheres de Atenas, parceria de Chico com Augusto Boal (1931 – 2009).
Capa do álbum ‘Chico Buarque’
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★ Chico Buarque (1978)
– Com repertório povoado por músicas feitas pelo compositor para a trilha sonora do musical de teatro Ópera do malandro, espetáculo que chegou à cena naquele ano de 1978, o álbum Chico Buarque apresenta gravações de duas grandes músicas até então proibidas que ganhavam o sinal verde da censura: o samba Apesar de você (1970) e a canção Cálice (1973), parceria de Chico com Gilberto Gil. Cantoras então debutantes, Elba Ramalho e Zizi Possi participam de O meu amor e Pedaço de mim, respectivamente, sendo que a gravação do bolero O meu amor também traz a voz de Marieta Severo, atriz do elenco do musical.
Capa do álbum ‘Vida’
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★ Vida (1980)
– Décimo álbum solo gravado em estúdio por Chico Buarque para o Brasil, Vida deu início em grande estilo à discografia do cantor nos anos 1980 com produção musical orquestrada por Sérgio de Carvalho (1949 – 2019). Nem todas as 12 músicas eram inteiramente inéditas na época, mas, ouvidas em 2024, ela formam espécie de best of do cantor. O repertório inclui Bastidores, pore pore, Brasil (parceria com Roberto Menescal feita para o filme homônimo de 1979), Deixe a menina, Eu te amo (parceria com Tom Jobim), Mar e lua, Morena de Angola e Não sonho mais, além da música-título Vida.
Capa do álbum ‘O grande circo místico’
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★ O grande circo místico (1983)
– Embora seja um disco coletivo, a trilha sonora do balé O grande circo místico é digna de figurar em qualquer antologia da obra de Chico Buarque pelo requinte das músicas da parceria com Edu Lobo, autor das encantadoras melodias letradas por Chico com precisão e alto teor poético. A trilha é o marco inicial e a obra-prima de parceria que seria ampliada nas trilhas de O corsário do rei (1985), A dança da meia-lua (1988) e Cambaio (2001). A canção Beatriz, apresentada na voz divina de Milton Nascimento, é o destaque maior de um disco que inclui joias do quilate de A história de Lily Braun, Na carreira e Sobre todas as coisas.
Capa do álbum ‘Francisco’
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★ Francisco (1987)
– Primeiro álbum de Chico Buarque para a gravadora BMG-Ariola, Francisco inicia fase de menor apelo e popularidade na discografia do artista, em sintonia com os caminhos da MPB, que perdera a hegemonia da década de 1970 e era ofuscada nas paradas pelo rock e pelo cancioneiro popular de hitmakers como Michael Sullivan & Paulo Massadas. Mas nada impediu que músicas sofisticadas, como o samba Estação derradeira e sobretudo a canção Todo o sentimento (parceria com o pianista Cristovão Bastos que conquistaria grandes intérpretes), atravessassem a barreira do tempo. Detalhe: o álbum foi lançado em LP com quatro capas diferentes. A arte era a mesma, mas as fotos variavam de uma capa para outra.
Capa do álbum ‘Paratodos’
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★ Paratodos (1993)
– Primeiro grande marco da parceria musical de Chico Buarque com o violonista e arranjador Luiz Cláudio Ramos, desde então produtor e/ou diretor musical dos discos e shows do artista, Paratodos é grande álbum que deu o tom da obra do artista a partir da década de 1990. Foi nessa direção que seguiram os (cada vez mais espaçados) álbuns e shows posteriores do cantor, como As cidades (1998). Além da música-título, clássico instantâneo da obra do compositor, o álbum Paratodos apresentou a canção Futuros amantes (cultuada por intérpretes de vários estilos e gerações) e De volta ao samba, além de incluir Piano na Mangueira (1992), derradeira parceria de Chico com Antonio Carlos Jobim, apresentada no ano anterior.
♪ Leia os textos anteriores do Blog do Mauro Ferreira sobre os 80 anos de Chico Buarque:
♪ CHICO BUARQUE 80 ANOS – Shows festejam aniversário do artista no Rio de Janeiro e São Paulo ao longo do mês
♪ CHICO BUARQUE 80 ANOS – Livro traz análises, histórias e opiniões sobre 80 músicas do compositor aniversariante
♪ CHICO BUARQUE 80 ANOS – Artista revive a ‘fantasia’ das músicas feitas para cinema na série ‘Na trilha do som’
♪ CHICO BUARQUE 80 ANOS – DJ Marcelinho da Lua festeja aniversário do artista com o single ‘Brejo da cruz’
♪ CHICO BUARQUE 80 ANOS – Eis oito cantoras que sempre sobressaíram quando gravaram o genial compositor
Fonte da Máteria: g1.globo.com