A moeda norte-americana avançou 0,38%, cotada a R$ 5,4622, no maior nível desde julho de 2022. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou com alta de 0,15%, aos 120.446 pontos. Dólar
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O dólar inverteu o sinal negativo visto pela manhã e fechou em alta nesta quinta-feira (20), a R$ 5,46, atingindo o maior valor registrado no governo Lula 3. Este também é o maior patamar desde julho de 2022, quando fechou em R$ 5,4977.
O movimento acompanhou o avanço da moeda no exterior, em dia de alta dos rendimentos dos Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) e veio à medida que investidores repercutiam novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC).
Na véspera, o colegiado decidiu manter a Selic, taxa básica de juros, inalterada em 10,50% ao ano. A decisão já era amplamente esperada pelo mercado, tendo em vista a volta da aceleração da inflação e a disparada recente do preço do dólar.
No entanto, algo que agradou investidores foi o fato de decisão pela manutenção dos juros no atual patamar ter sido unânime entre todos os dirigentes do Copom. (entenda mais abaixo)
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira (B3), encerrou em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Ao final da sessão, o dólar avançou 0,38%, cotado a R$ 5,4622. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou altas de:
1,49% na semana;
4,06% no mês;
12,56% no ano.
No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,15%, cotada a R$ 5,4417.
Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou com alta de 0,15%, aos 120.446 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,65% na semana;
queda de 1,35% no mês;
recuo de 10,24% no ano.
Na véspera, o índice fechou com alta de 0,53%, aos 120.261 pontos.
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O destaque desta quinta-feira (20) ficou com a nova decisão do Copom. Após sete reduções seguidas na taxa Selic o colegiado decidiu fazer uma pausa no ciclo de cortes na véspera.
A decisão veio em linha com as atuais expectativas do mercado, mas ainda representa uma previsão maior de juros para 2024 em relação ao observado no começo do ano.
Para analistas, tão importante quanto a própria decisão do colegiado foi o fato de ela ter sido unânime. Votaram para manter a Selic no atual patamar todos os diretores do Copom e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, que tem sido alvo de críticas do presidente Lula (PT).
Mesmo que o mercado enxergasse a unanimidade na votação do Copom como uma boa notícia, no entanto, novas falas de Lula nesta quinta-feira (20) voltaram a pressionar o dólar. O presidente lamentou a decisão dos diretores de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, afirmando que o povo brasileiro é quem mais perde com a decisão.
“A decisão do Banco Central foi investir no mercado financeiro e nos especuladores. Nós queremos investir na produção”, afirmou Lula durante entrevista à Rádio Verdinha, em Fortaleza.
Selic em 10,50%: por que o Banco Central interrompeu o ciclo de cortes e quais os sinais sobre o futuro dos juros
No começo desta semana, Lula já havia feito críticas à postura do BC em relação aos juros e ao próprio presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
“Temos situação que não necessita essa taxa de juros. Taxa proibitiva de investimento no setor produtivo. É preciso baixar a taxa de juros compatível com a inflação. Inflação está controlada. Vamos trabalhar em cima do real”, afirmou.
Lula ainda disse que o BC é a “única coisa desajustada” no Brasil e que o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, “trabalha para prejudicar o país”.
“Só temos uma coisa desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Presidente que tem lado político, que trabalha para prejudicar o país. Não tem explicação a taxa de juros estar como está”, afirmou Lula, em entrevista à Rádio CBN.
Além disso, ainda pesa a incerteza fiscal sobre o Brasil. Na segunda-feira (17), em entrevista a jornalistas após reunião com Lula para analisar as contas do governo e preparar a elaboração do Orçamento de 2025, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad e do Planejamento, Simone Tebet, afirmaram que o nível elevado de renúncias fiscais na conta do governo federal chamou a atenção do presidente.
“São duas grandes preocupações: o crescimento dos gastos da Previdência e da renúncia tributária. E o aumento dos gastos da Previdência está relacionado também ao aumento das renúncias tributárias”, disse Tebet.
“Esses números foram apresentados ao presidente. Ele ficou extremamente mal impressionado com o aumento dos subsídios”, acrescentou a ministra.
Por fim, ainda fica no radar os eventuais sinais sobre o futuro da taxa de juros nos Estados Unidos. Analistas previam que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deveria iniciar um ciclo de corte nas taxas no começo do ano, o que não aconteceu.
Agora, o mercado espera que isso ocorra somente uma vez nos últimos três meses de 2024, tendo em vista que a economia dos Estados Unidos se mostrou resiliente durante todo o primeiro semestre.
*Com informações da agência de notícias Reuters
Fonte da Máteria: g1.globo.com