Filme mostra como começou a invasão dos alienígenas que atacam ao escutar qualquer som. Lupita Nyong’o é o grande destaque do elenco. “Um lugar silencioso: Dia um”, como o próprio título diz, tem o objetivo de mostrar ao público o que aconteceu antes dos eventos mostrados nos bem-sucedidos “Um Lugar silencioso” (2018) e sua sequência de 2021.
O filme que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (27) conta como ocorreu a invasão de seres alienígenas velozes e violentos, que atacam ao escutar qualquer som, dos filmes anteriores.
Dessa vez, no entanto, o cenário passa de ambiente menor e mais rural para uma grande cidade (no caso, Nova York).
“Dia um” preserva algumas qualidades dos antecessores, como bons momentos de tensão, sustos e efeitos sonoros, além de possuir méritos próprios na parte de cenografia, direção de artes e nos efeitos visuais. Mesmo assim, empalidece um pouco em relação ao que já foi visto.
Esqueça os antigos protagonistas. A nova trama se concentra em Samira (Lupita Nyong’o), que vai à cidade em uma excursão para realizar um desejo antigo. Seus planos são frustrados por causa da inesperada invasão alienígena. Aos poucos, ela e outros sobreviventes descobrem que as criaturas são sensíveis ao som e que qualquer barulho pode ser fatal.
Assista ao trailer do filme “Um Lugar Silencioso: Dia Um”
Em sua luta para sobreviver, ela conhece o jovem Eric (Joseph Quinn), que passa a ser o seu companheiro contra a misteriosa ameaça que devasta Nova York e que vai ajudá-la a realizar seu objetivo, mesmo em um cenário de caos e destruição.
Sons do silêncio
“Um lugar silencioso: Dia um” consegue manter a atenção do espectador durante boa parte de sua trama graças a bons momentos de suspense orquestrados pelo diretor Michael Sarnoski (de “Pig – A vingança”).
Ele substitui John Krasinski (“The Office” e “Amigos Imaginários”), que escreveu e dirigiu os dois primeiros filmes. Embora não seja tão criativo quanto o criador (que dessa vez atua apenas como produtor), ele consegue dar conta do recado, de uma maneira que não deve decepciona os fãs.
Sarnoski, que também assina o novo roteiro, cria boas sequências como o primeiro ataque dos alienígenas e uma perseguição que ocorre dentro de uma estação de metrô inundada.
Em sua primeira grande produção, o diretor não parece sentir o peso de comandar um projeto com tantos detalhes técnicos. Sua equipe consegue criar um cenário desolador de uma Nova York devastada de forma convincente, oque ajuda a desenvolver a tensão da história.
Djimon Hounsou, Lupita Nyong’o e Alex Wolff numa cena de ‘Um lugar silencioso: Dia Um’
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Como é tradição nessa franquia, o cuidado com os efeitos sonoros é um dos grandes destaques do filme e contribui para elevar o suspense. Além disso, com efeitos visuais melhor desenvolvidos, o design das criaturas e (principalmente) seus ataques ficam mais intensos.
Só que “Um lugar Silencioso: Dia Um” possui falhas que evitam um resultado mais satisfatório. Alguns momentos da história substituem o terror e o suspense pelo drama pessoal da protagonista e prejudicam o andamento da trama, deixando-a um pouco arrastada e até mesmo desinteressante.
O roteiro peca ao não revelar momentos que cruciais para entender melhor como as pessoas perceberam que os alienígenas só atacam por causa de sons e em algumas conveniências para que certas situações (que geram até um humor inusitado, especialmente as que envolvem o gato da protagonista) pudessem ocorrer. Isso sem falar na sensação de que falta alguma novidade relevante, como as mostradas nos outros filmes.
Mas o maior dos pecados está na falta de carisma dos personagens, o que faz com que o espectador não se preocupe tanto com seus destinos. Porém, quem só quer curtir sustos fáceis, vai ver o longa sem maiores problemas.
Lupita Nyong’o interpreta Samira no suspense ‘Um Lugar Silencioso: Dia Um’
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Protagonista bem defendida
Embora a maioria dos personagens de “Um lugar silencioso: Dia Um” não desperte tanto interesse, pelo menos a produção acertou em escalar Nyong’o como a protagonista.
A vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por “12 anos de escravidão” e estrela de sucessos como “Pantera Negra” e “Nós” construiu sua personagem com bastante fibra, mesmo com um físico debilitado.
Isso sem falar em suas expressões faciais, que conseguem expressar bem suas sensações de medo, incerteza, desespero e até mesmo esperança. Graças a seu ótimo trabalho, Samira deixa de ser uma mera caricatura, mesmo quando o roteiro não ajuda.
Outra boa surpresa está na presença de Quinn. O ator, mais conhecido como o Eddie Munson de “Stranger Things”, tem a oportunidade de fazer algo mais dramático e faz uma boa dupla com Lupita. Mas seu lado cômico não foi deixado de lado e ele protagoniza alguns momentos mais leves, mesmo debaixo de um clima tão tenso.
Eric (Joseph Quinn) e Samira (Lupita Nyong’o) fogem de uma terrível ameaça numa cena de ‘Um Lugar Silencioso: Dia Um’
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O único porém do elenco é o desperdício de Djimon Hounsou (“Shazam: Fúria dos Deuses”) na história.
Seu personagem, que já tinha surgido em “Um lugar silencioso: Parte II”, aparece muito pouco e nada dele é desenvolvido a contento, especialmente em uma cena mais forte que não tem consequências nem para ele nem para as pessoas ao seu redor.
A impressão é que a produção tinha poucos dias para contar com o ator. Uma pena. O resto do elenco está apenas bem e não prejudica o resultado final.
Com apenas 100 minutos de duração, “Um lugar silencioso: Dia Um” serve para manter a franquia ativa, mesmo sem obter a mesma excelência dos filmes comandados por John Krasinski. Ainda há muito o que explorar nesse universo e criar novas produções que deixem o público bem tenso e quietinho.
Fonte da Máteria: g1.globo.com