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Como funcionam as eleições parlamentares francesas, disputadas em dois turnos


Neste domingo (30), partido Reunião Nacional largou na frente e obteve 33% dos votos para a Assembleia Nacional. Sistema de escolha dos assentos é distrital e obedece à lógica de 50% dos votos mais um, e ainda pode dar a maioria absoluta da Casa à sigla de extrema direita. Como funcionam as eleições legislativas na França
A extrema direita francesa comemorou, neste domingo (30), uma vitória avassaladora no primeiro turno das eleições legislativas para o Parlamento nacional. O partido Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, obteve 33% dos votos.
Em seguida, a Nova Frente Popular, um grande bloco de partidos de esquerda, ficou em segundo lugar, com 28% dos votos, e o bloco centrista do presidente francês, Emmanuel Macron, terminou em terceiro lugar, com 20% dos votos.
Esses resultados, no entanto, não definem a composição final dos assentos no Legislativo. O resultado só será conhecido após o segundo turno, a ser realizado já no próximo domingo (7).
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Na França, a eleição parlamentar obedece a um sistema complexo, que divide o território em distritos e aplica a regra dos 50% mais um voto (semelhante ao que é usado na escolha dos chefes do Poder Executivo no Brasil) para definir quem vai ocupar cada cadeira ao longo da legislatura.
Entenda como funciona o sistema:
Os legisladores são eleitos por distrito. Um candidato parlamentar precisa de mais de 50% dos votos para ser eleito diretamente em primeiro turno.
Caso contrário, os dois candidatos mais votados do primeiro turno, juntamente com qualquer outro que tenha obtido o apoio de mais de 12,5% dos eleitores registrados, avançam para o segundo turno.
Em alguns casos, três ou quatro candidatos chegam ao segundo turno, embora estes possam desistir para aumentar as chances de um concorrente e evitar a eleição de um adversário maior – uma tática frequentemente utilizada no passado para bloquear candidatos de extrema direita.
Espera-se que os principais líderes partidários definam a sua estratégia (de criar alianças ou desistir em prol de um concorrente) no intervalo de uma semana entre os dois turnos. Isso torna o resultado do segundo turno altamente incerto, dependente de manobras políticas e da forma como os eleitores reagem.
Os líderes da extrema direita francesa, Marine Le Pen e Jordan Bardella, em junho de 2024.
AP Photo/Thomas Padilla
O RN, à frente em todas as sondagens de opinião pré-eleitorais, tem chance de obter uma maioria absoluta na Assembleia Nacional nas eleições do dia 7 – ou seja, pelo menos 289 dos 577 assentos.
O pleito, que havia sido convocado apenas três semanas atrás, teve recorde de participação em quase 40 anos — na França, o voto não é obrigatório — e concretizou o favoritismo do grupo político de Le Pen. O resultado seguiu o que projetaram pesquisas de intenção de votos.
Antes mesmo da divulgação dos resultados, Macron sugeriu uma aliança ampla entre “candidatos republicanos e democráticos” para o segundo turno das eleições, que acontecem em 7 de julho. Já Marine Le Pen pediu aos franceses que deem a maioria absoluta no Parlamento à sua sigla no segundo turno.
O cenário pode tornar o governo de Macron inviável na prática.
Governo de coabitação
Caso o presidente e o primeiro-ministro sejam de partidos políticos diferentes, a França entrará em um chamado governo de “coabitação”, o que ocorreu apenas três vezes na história do país europeu e que pode paralisar o governo de Macron.
Isso porque, neste caso, o premiê assume as funções de comandar o governo internamente, propondo, por exemplo, quem serão os ministros.
O primeiro-ministro atual, Gabriel Attal, é aliado de Macron, mas, se as pesquisas se concretizarem, quem deve assumir o cargo é o Jordan Bardella, de apenas 28 anos, o principal nome do RN, partido de Le Pen.
A Assembleia Nacional – equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil é a mais poderosa das duas câmaras do parlamento francês. Ela tem a palavra final no processo legislativo do Senado, que é dominado pelos conservadores.

Fonte da Máteria: g1.globo.com