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EUA, Catar e Egito convocam Israel e Hamas para conversas por acordo de cessar-fogo no dia 15


Em declaração conjunta, mediadores das conversas por trégua na guerra na Faixa de Gaza disseram que é hora de implementar o acordo. Israel informou que vai enviar uma delegação para a roda de conversas. Hamas ainda não respondeu à convocação. Imagem mostra escola da ONU atacada por Israel na Faixa de Gaza
BASHAR TALEB / AFP
Líderes dos EUA, Catar e Egito convocaram nesta quinta-feira (8) Israel e o grupo terrorista Hamas para novas conversas por um acordo de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza.
O chamado foi feito em uma declaração conjunta assinada pelos presidentes Joe Biden, Abdel Fattah Al-Sisi e o emir catari Tamim bin Hamad Al Thani. O encontro está marcado para o próximo dia 15, mas ainda sem local determinado –pode ser em Doha, Catar, ou no Cairo, Egito.
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No comunicado, os mediadores do conflito pedem que um cessar-fogo seja firmado e disseram que “é hora de trazer alívio imediato tanto para o povo de Gaza, que está sofrendo, quanto para os reféns e suas famílias, que também enfrentam grande sofrimento”.
A proposta elaborada por EUA, Catar e Egito e que está na mesa no momento “é resultado de meses de trabalho incansável”. O texto tem como base os princípios propostos por Biden em maio e aprovados pelo Conselho de Segurança da ONU em junho. Essa proposta já foi recusada pelas partes em conversas anteriores, mas os mediadores estão dispostos a resolver divergências finais entre as partes.
“Não há mais tempo a perder nem desculpas de qualquer parte para novos atrasos. É hora de libertar os reféns, iniciar o cessar-fogo e implementar este acordo”, disse comunicado.
Israel informou que vai enviar uma delegação para a roda de conversas. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o objetivo, segundo ele, é “finalizar os detalhes e implementar o plano”.
O Hamas ainda não respondeu à convocação até a última atualização desta reportagem –autoridades do grupo terrorista disseram nos últimos dias que Netanyahu não estaria interessado em um cessar-fogo na guerra.
Uma autoridade sênior dos EUA disse à Reuters que não tem expectativa que um acordo de cessar-fogo seja assinado no próximo dia 15 e que se trata de uma negociação, em que será necessária a cooperação de israelenses e do Hamas.
A nova convocação ocorre em meio a um acirramento das tensões entre Israel e Irã após os chefes do Hamas e do grupo terrorista Hezbollah terem sido assassinados na semana passada. Os dois grupos são aliados dos iranianos. Uma escalada militar entre Israel e Irã pode desencadear um novo conflito no Oriente Médio e desviar o foco das negociações de trégua, segundo autoridades americanas.
A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas realizou um ataque terrorista em território israelense, deixando 1.200 mortos e levando 250 reféns, segundo contagens israelenses. Israel iniciou uma operação militar contra o grupo terrorista em Gaza, deixando quase 40 mil palestinos mortos até o momento, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
Desde o início do conflito, um cessar-fogo foi realizado, em novembro de 2023. A trégua durou pouco mais de uma semana e houve troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos.
Benjamin Netanyahu governou Israel por seis vezes, em momentos diferentes, nas últimas três décadas
Reuters/BBC
Influência em tensões Israel x Irã
Uma autoridade americana ouvida pela Reuters disse que a declaração dos mediadores nesta quinta não foi planejada para influenciar o Irã em sua tomada de decisão a respeito de uma possível retaliação a Israel, mas afirma que qualquer escalada colocaria em risco a esperança de concluir um acordo entre Israel e Hamas.
A missão do Irã nas Nações Unidas disse nesta quinta, que estava perseguindo duas prioridades simultaneamente:
“Primeiro, estabelecer um cessar-fogo duradouro em Gaza e a retirada dos ocupantes desse território”, disse, além de “punir o agressor” pelo assassinato do ex-líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em 31 de julho no Irã.

Fonte da Máteria: g1.globo.com