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Rashid encara jornada existencial com os reforços de Lenine, Péricles, Lagum e Melly na travessia do álbum ‘Portal’


Rashid lança o quinto álbum de estúdio, ‘Portal’, às 21h de hoje, 8 de agosto, com nove faixas autorais
Renato Nascimento / Divulgação
Capa do álbum ‘Portal’, de Rashid
Renato Nascimento
Resenha de álbum
Título: Portal
Artista: Rashid
Edição: Foco na missão
Cotação: ★ ★ ★ 1/2
♪ Rashid atravessa as nove faixas do quinto álbum do rapper paulista, Portal, com discurso geralmente mais forte do que as batidas suaves do disco que chega ao mundo às 21h de hoje, 8 de agosto.
Apontado em 12 de julho com a edição do single que apresentou o rap-acalanto Cairo (Rashid e Bernardo Massot), o álbum Portal está focado na jornada individual de Michel Dias Costa, nome relevante do universo do hip hop brasileiro.
Nessa jornada, Rashid abarca colegas de outras galáxias musicais – o grupo mineiro Lagum, a cantora baiana Melly (voz jovem do R&B brasileiro), o cantor paulista de pagode Péricles e o pernambucano Lenine, voz projetada na corrente da MPB pop dos anos 1990 – para participações no álbum gravado sob direção musical de Grou e do próprio Rashid.
“Onde você vai sozinho assim?”, questiona Lenine no refrão solidário de Depois do depois (Rashid e Bernardo Massot), bom rap sobre amigos afastados.
“Mal me reconheço quando olho no espelho, mas existe algo nesses olhos vermelhos, que nenhum covarde foi capaz de tirar”, orgulha-se Péricles, dando voz a alguns dos versos confessionais de Um tom de azul (Rashid, Bernardo Massot e Grou), rap com toque de soul e blues cujo título alude ao nome do álbum Kind of blue (1959), título antológico da discografia do trompetista norte-americano de jazz Miles Davis (1926 – 1991).
A alma que sobra em Rashid falta em Sem norte (Rashid, Pedro Calais, Ruxell e Pablo Bispo), love song trivial gravada pelo rapper com a banda Lagum. Já Levante (Rashid, Duda Raupp e Melly) concilia a alma R&B da cantora e compositora Melly – parceira e convidada de Rashid na música – com suingue afro-brasileiro que evoca a efervescência rítmica baiana.
A propósito, Portal é álbum que flagra Rashid mais próximo de uma brasilidade. Tanto que, no texto enviado à mídia para apresentar o disco, a canção-título Portal (Rashid e Grou) tem realçada a inspiração no álbum Clube da esquina (1972), de Milton Nascimento e Lô Borges.
Em que pesem tantas referências, nem sempre perceptíveis para o ouvinte, Portal é em essência um (bom) álbum de rap, como reiteram as batidas e sobretudo as rimas de músicas como Castelos de papel (Rashid, $amuka e Grou) e Frustração (Rashid, Bernardo Massot e Grou), faixa arranjada com cordas.
Destaque do repertório autoral do disco, Olha quem voltou (Rashid, Grou e Duda Raupp) – faixa levada de forma sedutora pelos metais (trombone, sax tenor, flugelhorn, trompete e flauta) soprados por Will Bone – arremata o álbum e conclui a travessia de Rashid, com o rapper de volta para casa, ponto de partida da jornada existencial e individual do artista em Portal.
Rashid divide com Péricles o canto de ‘Um tom de azul’, uma das nove músicas do álbum ‘Portal’
Renato Nascimento / Divulgação

Fonte da Máteria: g1.globo.com