Pesquisar
Close this search box.
Notícias

Irã faz exercícios militares no norte do país, diz agência, em meio a promessa de retaliação a Israel


Também nesta terça, mais cedo, o Hamas afirmou que lançou dois foguetes M90 contra Tel Aviv, capital israelense. Multidão acompanha caminhão com restos mortais do chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, no Irã, em 1º de agosto de 2024.
AP Photo/Vahid Salemi
A tensão continua no Oriente Médio com as promessas do Irã de retaliação a Israel após a morte do ex-chefe do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, e nesta terça-feira (13), mais um sinal de alerta: o governo iraniano está realizando uma série de exercícios militares no norte do país.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Segundo a agência de notícias Mehr, o exercício ocorreu por uma hora, das 19h30 às 20h30 no horário local, na província de Gilan, no Mar Cáspio, para fazer um teste que pode aumentar a prontidão defensiva das forças navais do Exército.
Este é o segundo exercício militar relatado do Irã em três dias e ocorre após o Irã ter rejeitado os apelos da França, Alemanha e Reino Unido para não realizar um ataque retaliatório contra Israel, o que aumentaria ainda mais as tensões no Oriente Médio. No entanto, há a expectativa da comunidade internacional de que um possível acordo de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o Hamas pode atrasar ou até impedir o ataque iraniano.
Também nesta terça, mais cedo, o Hamas informou ter lançado dois foguetes M90 contra Tel Aviv, capital israelense.
Em comunicado, o grupo terrorista afirmou que o ataque era uma resposta aos “massacres sionistas contra civis e ao deslocamento deliberado” da população palestina. Pelo menos 19 pessoas morreram em Gaza em ataques aéreos nesta terça.
Segundo militares de Israel, um dos foguetes disparados caiu no mar e outro não atingiu o território israelense, e não houve relato de vítimas.
EUA, ONU e União Europeia condenam oração de ministro israelense na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém
Bebê de 3 meses é a única sobrevivente de bombardeio que matou família em Gaza
Negociações por um cessar-fogo em Gaza atrasam ataque, dizem fontes
Nesta terça, o Ministério das Relações Exteriores iraniano rejeitou os apelos de França, Alemanha e Reino Unido por moderação em relação a Israel, afirmando que falta aos chamados “lógica política” e que eles “contradizem princípios do direito internacional”.
De acordo com a agência de notícia Reuters, três autoridades iranianas de alto escalão afirmam que apenas um acordo de cessar-fogo em Gaza pode atrasar os planos de retaliação do Irã contra Israel pela morte do ex-chefe do Hamas.
Uma das fontes, um alto funcionário de segurança iraniano, disse que o Irã, junto com aliados como o Hezbollah, lançará um ataque direto se as negociações de Gaza falharem ou se for avaliado que Israel está arrastando as negociações.
As fontes, no entanto, não dizem quanto tempo o Irã permitirá que as negociações progridam antes de responder.
Netanyahu diz que Hamas atrasa negociações
Em comunicado através da rede social X, nesta terça, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rebateu afirmações que teria acrescentado novas exigências para o cessar-fogo e disse que foi o Hamas que exigiu 29 mudanças.
“A alegação de que o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu acrescentou novas exigências ao esboço de 27 de maio é falsa. O rascunho de 27 de julho não inclui novas condições e não contradiz o esboço de 27 de maio. Foi o Hamas quem exigiu 29 mudanças, algo a que o primeiro-ministro se opôs”, diz o post.
Segundo o texto, há discordâncias em relação à libertação dos reféns e à forma como prisioneiros palestinos serão libertados, e é necessária a criação de um mecanismo de verificação para conseguir garantir o retorno de civis ao norte da Faixa de Gaza, proposta apresentada pelos Estados Unidos, aliados do país.
Militares israelenses estão em alerta máximo para ataque do Irã ao país
Conflito entre Israel e Irã
Teerã e aliados, incluindo o Hamas e o grupo xiita Hezbollah, acusam Israel de estar por trás do assassinato. O governo israelense não assumiu nem negou a responsabilidade. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse apenas que seu país deu “golpes esmagadores” em aliados do Irã.
Grupos terroristas e o Irã vêm fazendo promessas de vingança contra Israel e seus aliados, e a possibilidade de uma expansão da guerra no Oriente Médio vem causando preocupação entre governos da região e do resto do mundo.
O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirpor, afirmou na segunda-feira (12) que os Estados Unidos se preparam para o que podem ser ataques significativos do Irã ou de seus representantes no Oriente Médio “ainda nesta semana”.
O porta-voz do ministério iraniano, Nasser Kanaani, criticou a declaração dos países europeus, destacando que o apelo ignora os “crimes do regime sionista (Israel)” e exige que o Irã não responda a uma violação de sua soberania e integridade territorial.
Segundo o “The Wall Street Journal”, Israel colocou suas forças armadas em alerta máximo, e o Pentágono enviou um submarino com mísseis guiados para a região e está acelerando a chegada de do porta-aviões USS Abraham Lincoln, equipado com caças F-35, para incrementar as defesas de Israel.
Kanaani afirmou que o governo iraniano está determinado a desencorajar Israel e fez um apelo para que os países europeus se posicionem contra a guerra em Gaza e as ações bélicas de Israel.
LEIA TAMBÉM
SANDRA COHEN: A uma semana da convenção democrata, Kamala tenta se desviar dos protestos contra Israel
VENEZUELA: Edmundo González assumirá como novo presidente em 10 de janeiro, diz líder da oposição
ACIDENTE AÉREO: Fita branca com alianças une caixões de casal vítima de queda de avião em SP
Promessas de vingança
EUA e países europeus tentam conter tensão no Oriente Médio; EUA envia novos veículos de guerra a Israel
Na sexta-feira (9), um vice-comandante da Guarda Revolucionária do Irã afirmou que está pronto para cumprir ordem do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, de “punir duramente” Israel pelo assassinato de Haniyeh.
“As ordens do líder supremo em relação à punição severa de Israel e à vingança pelo sangue do mártir Ismail Haniyeh são claras e explícitas… e serão implementadas da melhor maneira possível”, disse Ali Fadavi, segundo a imprensa estatal iraniana.
Já o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, afirmou na semana passada ter ligado para o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, para informá-lo sobre ajustes na postura das forças dos EUA e reforçar o apoio “inabalável à defesa de Israel”.

Fonte da Máteria: g1.globo.com