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Trump diz que Kamala vai transformar os EUA em uma 'Venezuela com esteroides' caso seja eleita


Candidatos, que nunca se encontraram ao vivo, fizeram primeiro enfrentamento com tom agressivo nesta terça (10). Trump e Kamala fazem nesta terça (10) o primeiro debate entre eles na eleição para a presidência dos EUA
Eduardo Munoz, Nathan Howard/Reuters
Donald Trump disse que Kamala Harris vai transformar os Estados Unidos na Venezuela caso seja eleita. A acusação do republicano à candidata democrata foi feita durante o debate presidencial nesta terça-feira (10).
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“Se Kamala se tornar presidente deste país, não haverá uma oportunidade de sucesso. Vamos nos tornar em uma Venezuela com esteroides”, disse Trump.
O ataque ocorreu no contexto de acusações do republicano contra a política migratória do governo Biden. Trump disse também que imigrantes estariam comendo cachorros, mas foi desmentido ao vivo.
Em contrapartida, Kamala disse que as pessoas vão ao comício de Trump vão embora mais cedo porque se entediam com as coisas que ele fala. “Convido você a ir a um comício de Trump, porque é interessante de se assistir. Ele vai falar sobre personagens, como Hannibal Lecter. Vai falar que moinhos de vento dão câncer. Você vai notar que as pessoas saem mais cedo, exaustas e entediadas”, disse Kamala.
Esta foi a primeira vez que Kamala Harris e Donald Trump se encontraram. O debate entre os dois provavelmente será o único até as eleições, que estão marcadas para o dia 5 de novembro. Leia mais sobre o debate abaixo.
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Debate Kamala x Trump
O primeiro debate entre Donald Trump e Kamala Harris, os dois principais candidatos nas eleições dos Estados Unidos, realizado na noite desta terça-feira (10), começou com trocas de acusações entre as gestões alheias sobre economia e imigração, os dois temas centrais da corrida à Casa Branca.
O enfrentamento, que acontece na Filadélfia, foi também o primeiro encontro entre o republicano e a democrata, que nunca haviam ficado frente em frente ao vivo.
Em tom mais agressivo e muito expressiva, Kamala Harris investiu em ataques a Trump e evocou seu passado como procuradora-geral, despistando as dúvidas sobre se conseguiria lidar com acusações de Trump em respostas rápidas e sem apoio de sua equipe e de anotações, que não puderam entrar no auditório do debate.
A atual vice-presidente dos EUA disse ter passado os quatro últimos anos “limpando a bagunça de Donald Trump”, acusou o ex-presidente de deixar o governo com altas taxas de desemprego e criticou sua gestão da pandemia, em 2019, quando era presidente dos EUA.
Foi especialmente enfática e cresceu no debate ao ser questionada sobre aborto. Disse que seu adversário vai liderar um “plano nacional para banir o direito ao aborto”, o que Trump, menos assertivo no tema, negou.
Apesar de repetir o tom mais calmo que adotou no debate contra o presidente Joe Biden, em junho, Donald Trump também insistiu em discursos voltados ao seu eleitorado, como o de que o país está sendo “invadido” por criminosos de outros países, o que repetiu em três ocasiões diferentes. Também acusou a adversária de “querer fazer operações transgênero pelo país”.
O ex-presidente vem culpando Kamala, a quem o presidente Joe Biden designou parte da gestão da política migratória, pelos recordes de entrada de imigrantes ilegais registrados nos EUA desde o fim do ano passado.
Para Kamala Harris, o debate foi a primeira e, talvez, única oportunidade de se apresentar para o público geral e de tentar fazer chegar ao eleitorado de Trump o discurso de que seu rival, um bilionário, só governará para si mesmo, enquanto ela, uma ex-procuradora-geral, seguirá pensando no povo.
Ao responder à primeira pergunta, sobre economia, ela disse que “vim da classe média e seguirei governando para a classe média”, enquanto Trump “governará para ele mesmo”. “Meus valores não mudaram”, afirmou.
No entanto, a democrata se esquivou ao ser questionada por um dos dois mediadores sobre se a oconomia do país estava melhor agora do que há quatro anos, quando o governo do qual ela faz parte assumiu, e disse apenas que reduzirá taxas para a compra de imóveis.
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Antes do debate, especialistas estimaram que o cara a cara deveria ocorrer sem grandes riscos de ambos os lados, por conta da disputa apertada entre os dois — que aparecem em empate técnico nas últimas pesquisas de intenção de voto (leia mais abaixo).
A expectativa é que Kamala não foque sua narrativa nas questões de raça e gênero e use habilidades oratórias que conquistou durante sua carreira de procuradora-geral da Califórnia, cargo que ela conquistou através do voto público. E que explore ao máximo o discurso de que governará para a classe média, como fez quando era procuradora —além de investir em ataques a Trump.
Kamala: isolada, em treinamento
Antes do debate, o vice-presidente democrata passou o fim de semana reclusa em intenso treinamento com especialistas em debates.
Segundo a agência de notícias Associated Press, ela praticou respostas rápidas e em tom mais agressivo para fazer frente às características do debate: os dois candidatos só puderam entrar no estúdio da ABC News, emissora que organizou o enfrentamento, com uma caneta, papeis em branco e água.
Como no primeiro debate das eleições, entre Donald Trump e Joe Biden, em junho, não foi permitida nenhuma comunicação entre os candidatos e sua equipe — que ficaram do lado de fora do estúdio.
Além de ser uma prova de fogo para a candidata democrata estreante, o debate também pode ser a oportunidade de espantar o fantasma que assombra os democratas desde o enfrentamento entre Trump e Biden.
Na ocasião, o atual presidente norte-americano, também sem anotações prévias ou comunicação com sua equipe, teve um desempenho muito ruim: confundiu temas, mostrou-se apático e deu o pontapé para uma enxurrada de pedidos para que desistisse da corrida eleitoral, o que ele acabou fazendo cerca de um mês depois.
Pesquisa indica empate técnico entre Trump e Kamala
Trump: sem treinamento
Já Trump, experiente em debates e em oratória, disse que não se preparou para o enfrentamento e escolheu passar os últimos dias fazendo campanha nos chamados estados-chave, nos quais o apoio para um partido ou outro variam de acordo com as eleições.
Esse foi o principal motivo, inclusive, para que o local do debate fosse definido: o enfrentamento ocorrerá na Filadélfia, cidade na Pensilvânia, um dos estados onde o voto ainda não está definido. Nas duas últimas eleições, o partido apoiado pela maioria dos eleitores de lá foi o vencedor.
Por isso, embora historicamente os debates presidenciais dos EUA não tendem a se reverter em votos para um ou outro lado, a expectativa é que o enfrentamento desta terça rompa com essa lógica e se torne uma das peças decisivas do quebra-cabeça eleitoral dos EUA.
Como os dois candidatos aparecem em empate técnico nas últimas pesquisas de intenção de voto, o desempenho de cada um e até um desempenho mais fraco em apenas uma resposta pode definir os rumos do pleito.
O analista de mídia da Universidade de Maryland, Mark Feldstein, disse à agência de notícias AFP acreditar que, nessa equação, Kamala Harris correr mais riscos.
“Os riscos são maiores para Harris do que para Trump, porque ele já é muito conhecido, enquanto ela ainda precisa explicar quem é para a maioria das pessoas”, disse Feldstein.
Ainda assim, o analista político dos EUA Joshua Zive prevê que nem Trump nem Kamala devem se arriscar e tentar orbitar temas familiares a cada um —temas como imigração ilegal e alertas de uma “ameaça comunista”, no caso de Trump, e taxação a grandes empresas e ataques à gestão do ex-presidente republicano, no caso de Kamala.
“Nenhum dos dois têm motivos para correr grandes riscos”, disse Zive. Ele disse achar que, como as pesquisas estão muito apertadas, o pleito pode ser decidido por alguns milhares de votos.

Fonte da Máteria: g1.globo.com