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Suprema Corte dos EUA nega último recurso de condenado à morte no Missouri; execução por injeção letal está marcada para 20h


Marcellus Williams é uma das cinco pessoas que devem ter suas penas de morte executadas nos Estados Unidos no intervalo de uma semana. Uma das penas de morte, será realizada com o uso de gás nitrogênio, primeira execução do tipo no estado do Alabama. Sala de execução da pena de morte no Alabama
AP Photo/Dave Martin, File
A Suprema Corte dos EUA negou recurso de última hora apresentado pelo prisioneiro Marcellus Williams, condenado à morte no Missouri, para suspender sua execução, e ele receberá uma injeção letal às 20h desta terça-feira (24).
Williams foi condenado à pena de morte pelo assassinato a facadas de uma mulher em 1998 no subúrbio de St. Louis, em University City, no Missouri.
Os advogados de Williams tentaram revogar a morte do prisioneiro até a última instância possível, após a Suprema Corte estadual negar recurso e o governador do estado, Mike Parson, ter negado o pedido de clemência. Os representantes de Williams queriam a suspensão de sua execução por supostos erros processuais na seleção do júri e pelo suposto manuseio incorreto da arma do crime pela promotoria e a transformação de sua sentença em prisão perpétua.
Tanto a família da vítima de Williams quanto o escritório do promotor que o colocou no corredor da morte se opõem à execução –uma combinação inédita. “A família define Justiça como Marcellus sendo autorizado a viver (…) A execução não é necessária”, afirmou comunicado dos familiares da vítima.
Marcellus Williams é um dos cinco prisioneiros nos EUA a serem executados em diferentes estados do país no intervalo de uma semana. O número é anormal e desafia uma tendência de anos de declínio, tanto no uso quanto no apoio à pena de morte, nos Estados Unidos.
Se realizadas conforme o planejado, as execuções no Alabama, Missouri, Oklahoma, Carolina do Sul e Texas marcarão a primeira vez em mais de 20 anos – desde julho de 2003 – que cinco serão realizadas em sete dias, de acordo com a organização sem fins lucrativos Death Penalty Information Center. Veja os casos abaixo.
Cinco penas de morte em uma semana
A primeira execução foi realizada na sexta-feira (20) na Carolina do Sul.
Se as outras quatro programadas para esta semana ocorrerem, os Estados Unidos atingirão 1.600 execuções desde que a pena de morte foi restabelecida pela Suprema Corte dos EUA em 1976, afirma Robin Maher, diretor executivo do centro.
“Dois em um único dia é incomum, e quatro em dois dias na mesma semana também é muito incomum”, disse Maher.
Como foi possível definir 5 execuções em um período de 1 semana?
Especialistas dizem que cinco execuções programadas para uma semana são simplesmente uma anomalia que resultou de tribunais ou autoridades eleitas em estados individuais definindo datas quase na mesma época depois que os presos esgotaram seus recursos.
“Não tenho conhecimento de nenhuma outra razão além de coincidência”, diz Eric Berger, professor de direito na Universidade de Nebraska.
Segundo Berger, que é especialista em pena de morte e injeção letal, alguns fatores podem resultar em um acúmulo de execuções, como a incapacidade de um estado de obter as drogas letais necessárias para realizá-las, o que aconteceu na Carolina do Sul, ou uma moratória resultante de execuções malfeitas, como o que aconteceu em Oklahoma.
Carolina do Sul
A primeira das cinco execuções ocorreu na sexta-feira, quando a Carolina do Sul condenou à morte o preso Freddie Owens pelo assassinato de um balconista de loja de conveniência em 1997 durante um assalto.
Foi a primeira execução da Carolina do Sul em 13 anos, um atraso não intencional causado pela incapacidade dos agentes penitenciários estaduais de obter as drogas necessárias para injeções letais.
Para realizar as execuções, o estado mudou de um método de três drogas para um novo protocolo de uso de um único sedativo, o pentobarbital.
Alabama
O Alabama está se preparando para realizar a execução, usando gás nitrogênio, na quinta-feira (26), depois de se tornar o primeiro estado a usar o novo procedimento em janeiro.
Alan Miller deve morrer pelo processo em que uma máscara é colocada sobre a cabeça do preso, forçando-o a inalar nitrogênio puro.
Miller, que recebeu um adiamento em 2022 depois que sua execução foi cancelada quando as autoridades não conseguiram conectar uma linha intravenosa, foi sentenciado à morte após ser condenado por matar três homens durante tiroteios consecutivos no local de trabalho em 1999.
Travis Mullis, condenado à pena de morte no Texas, nos Estados Unidos
Texas Department of Criminal Justice via AP
Texas
Nesta terça-feira (24), no Texas, está programada a execução de Travis Mullis , um homem com um longo histórico de doença mental que repetidamente tentou renunciar ao seu direito de apelar de sua sentença de morte.
Mullis foi condenado à morte por matar seu filho de 3 meses em janeiro de 2008. Os advogados de Mullis não planejaram entrar com nenhuma apelação para tentar suspender sua injeção letal.
Oklahoma
Em Oklahoma, Emmanuel Littlejohn deve receber uma injeção letal na quinta-feira, após ser sentenciado à morte por seu papel na morte a tiros de um dono de loja de conveniência em 1992 durante um assalto.
Littlejohn admitiu seu papel no assalto, mas alega que não disparou o tiro fatal. O Pardon and Parole Board do estado votou por 3-2 no mês passado para recomendar ao governador Kevin Stitt que poupasse a vida de Littlejohn, mas o governador ainda não tomou uma decisão de clemência.

Fonte da Máteria: g1.globo.com