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Álbum com que Gal Costa se ergueu nas paradas, ao mergulhar fundo no mar de Dorival Caymmi, ganha reedição em LP


Imagem da reedição em LP do álbum ‘Gal canta Caymmi’, de Gal Costa
Divulgação
♫ ANÁLISE
♪ Lançado em 1976, o álbum Gal canta Caymmi ganha reedição em LP com a capa da edição original, idealizada por Lobianco com foto de Thereza Eugênia – capa vetada e substituída por imagem banal de mar nas edições em CD de 2010 e 2016, por questões jurídicas.
A presente reedição joga luz sobre algumas curiosidades deste disco de Gal Costa (26 de setembro de 1945 – 9 de novembro de 2022). Primeiro, trata-se de songbook dedicado a um único compositor, no caso a Dorival Caymmi (30 de abril de 1914 – 16 de agosto de 2008), baiano como Gal. Esse gênero de tributo se tornaria corriqueiro no mercado fonográfico com o passar dos anos, mas, na época, era incomum.
Gal canta Caymmi foi idealizado por Roberto Menescal – então diretor artístico da gravadora Philips – no rastro do sucesso de Modinha para Gabriela, música composta por Caymmi e gravada por Gal para ser o tema de abertura da novela Gabriela, exibida em 1975 pela TV Globo.
Essa gravação deu a Gal uma popularidade que álbuns cultuados, como Fa-Tal – Gal a todo vapor (1971) e Índia (1973), não haviam proporcionado à cantora. Sem falar que o atualmente incensado Cantar (1974) foi detonado pela crítica no lançamento.
Gal se tornaria uma cantora de fato popular a partir do álbum Água viva (1978), mas o LP Gal canta Caymmi abriu caminho para a explosão de popularidade da fase Tropical da cantora. O samba-canção Só louco (1955) impulsionou o songbook de Caymmi ao ser escolhido para tema de abertura da novela O casarão (1976), exibida pela TV Globo naquele ano de 1976.
Gravado sob direção musical de Perinho Albuquerque, o tributo ao compositor baiano tem o toque de instrumentistas do naipe de Antonio Adolfo, Dominguinhos (1941 – 2013), Luizão Maia (1949 – 2005) e o próprio Menescal, sendo que que quatro das dez músicas foram formatadas com arranjos de João Donato (1934 – 2023). Só louco é uma delas.
O samba Vatapá (1942) também ganhou o tempero de Donato, assim como o samba-canção Nem eu (1952), revivido com o toque de bolero à moda de Donato. Peguei um ita no norte também navega no balanço do pianista e arranjador acreano.
Já o samba Dois de fevereiro (1957), a canção praieira O vento (1949) e o samba São Salvador (1960) têm arranjos de Perinho Albuquerque.
Rainha do mar (1939), Pescaria (Canoeiro) (1944) e Festa de rua (1949) completam o repertório do álbum Gal canta Caymmi.

Fonte da Máteria: g1.globo.com