A ação contra o cineasta deveria ir a julgamento em um tribunal civil de Los Angeles em agosto de 2025. Roman Polanski em foto de maio de 2017, no Festival de Cinema de Cannes
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O diretor franco-polonês Roman Polanski, que fugiu dos Estados Unidos décadas atrás após admitir o estupro de uma garota de 13 anos, não enfrentará mais um julgamento por uma suposta agressão contra outra menor nos anos 1970. A decisão ocorreu após um acordo, nesta terça-feira (22), segundo a defesa do cineasta.
O processo mais recente contra o diretor de “O Pianista” o acusava de um crime que teria acontecido em 1973. A ação iria a julgamento em agosto de 2025, em um tribunal civil de Los Angeles, mas foi arquivada.
O caso foi “resolvido no verão, de forma satisfatória para ambas as partes e, agora, foi formalmente arquivado”, disse Alexander Rufus-Isaacs em um e-mail.
A ação foi movida no ano passado. O documento alega que, em 1973, Polanski forçou uma adolescente a ter relações sexuais com ele, após levá-la para beber tequila em um restaurante em Los Angeles.
O cineasta Roman Polanski em 2019
Loic Venance / AFP
“Ela disse a ele: ‘por favor, não faça isso'”, afirmou a advogada da autora da ação a jornalistas em março.
“Ela diz que ele ignorou seus pedidos. Ela também alega que o réu Polanski tirou as roupas da autora e a agrediu sexualmente, causando-lhe imensa dor física e emocional, além de sofrimento”, acrescentou.
O processo civil, que buscava reparar danos não especificados, foi iniciado em junho de 2023, pouco antes da expiração de uma lei da Califórnia que permitia uma janela estendida para denúncias contra supostos autores de crimes sexuais.
Documentos judiciais apresentados na Califórnia em julho indicaram que um acordo “condicional” havia sido alcançado.
A advogada da suposta vítima não respondeu ao pedido de comentário da AFP nesta terça-feira.
Grupos feministas protestam contra Polanski perto do local da premiação do César em 2020
Charles Platiau/Reuters
Polanski
Vencedor do Oscar e agora com 91 anos, Polanski é uma figura controversa. Embora seja admirado por sua obra, o diretor tem má reputação.
O cineasta admitiu ter violentado sexualmente Samantha Geimer quando ela tinha 13 anos. Os dois fizeram um acordo judicial em 1977 e, com isso, ele evitou um julgamento por acusações mais graves no caso.
Apesar do acordo, ele fugiu para a França no ano seguinte depois de passar 42 dias na prisão — e quando um juiz parecia reconsiderar sua liberação.
Geimer posteriormente defendeu Polanski e, em 2024, ela foi fotografada ao seu lado.
Em maio deste ano, um tribunal francês absolveu Polanski em um caso de difamação da atriz britânica Charlotte Lewis, após ela tê-lo acusado de estuprá-la quando ela era adolescente. O cineasta nega as acusações.
Fonte da Máteria: g1.globo.com