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Como Lady Gaga usou pop 'dark' e volta às raízes para afastar zica após fiasco do 'Coringa'


Cantora lançou ‘Disease’, 1ª prévia de álbum previsto para fevereiro. Música resgata aura de Mother Monster e bons tempos do famoso vestido de carne; veja análise do g1. g1 analisa ‘Disease’, nova música de Lady Gaga
Lady Gaga andava numa fase complicada: este ano, seu bom desempenho em “Coringa: Delírio a Dois” não foi o suficiente para salvar o filme de um fiasco. Lançada no início de outubro, a continuação foi mal recebida pela crítica e teve desempenho morno nas bilheterias, com uma arrecadação que ainda não conseguiu pagar o orçamento de US$ 200 milhões — três vezes maior que o do longa original.
Não foi muito diferente com “Harlequin”, álbum que Gaga lançou como complemento do filme, com regravações de jazz e duas músicas originais compostas para “Delírio a Dois”. Pouca gente se empolgou a ponto de ouvir.
Mas a zica parece começar a ir embora com “Disease”. O single lançado nesta sexta-feira (25) resgata a aura de Mother Monster, como Gaga era chamada nos bons tempos de seu famoso vestido de carne.
Lady Gaga em imagem promocional do single ‘Disease’
Divulgação
A música é a primeira prévia do novo álbum solo da cantora, previsto para fevereiro de 2025. Pelo que já foi mostrado (e falado), o trabalho marcará o retorno de Gaga ao pop de suas origens, depois de anos de incursões pelo jazz, country e baladas românticas.
Em entrevistas, ela tem dito que seu marido, o empresário Michael Polansky, foi quem a convenceu a olhar com mais carinho para o passado. Em uma entrevista à revista “Vogue”, Gaga contou:

“Ele disse: ‘Querida, eu te amo. Você precisa fazer música pop’.”
“Disease” é um típico dark pop, vertente com letras e batidas mais sombrias, que foi responsável pela ascensão de Gaga na virada dos anos 2000 para 2010, com seus dois primeiros álbuns: “The Fame” (2008) e “Born this Way” (2011). A música tem muita influência dessa época, mas não fica presa ao passado.
Com atmosfera industrial, o single tem arranjo eletrônico pesado, carregado de elementos: gritaria, barulho de correntes e guitarras distorcidas, que chegam a ser estridentes.
A produção musical mais “suja”, menos minimalista e mais experimental, está em alta no pop atual, presente em trabalhos como “The Rise and Fall of a Midwest Princess”, álbum da cantora americana Chappell Roan, e “Brat”, da britânica Charli XCX, ambos adorados pela crítica.
Liricamente, “Disease” tem clichês que Gaga já explorou muito em suas músicas. A letra discorre sobre um romance atormentado e a possibilidade de curar alguém através do amor. Na mensagem, parece uma continuação de “The Cure”, faixa lançada por ela em 2017.
Versátil
As faces de Gaga em 2024: na capa de ‘Die with a Smile’, música com Bruno Mars, e em imagens promocionais do álbum ‘Harlequín’ e do single ‘Disease’
Divulgação
Acima de tudo, Lady Gaga é uma artista produtiva — e versátil. Só neste ano, além de “Disease”, do trabalho em “Delírio a Dois” e do “Harlequin”, ela também apareceu ao lado de Bruno Mars em “Die with a Smile”, um dueto inspirado em clássicos americanos dos anos 1970, que chegou a ser a música mais ouvida do mundo no Spotify. Isso, sem falar em outros projetos ao longo da carreira:
Os dois álbuns de jazz em parceria com Tony Bennett (de 2014 e 2021);
Seu “Joanne” (2016) e o disco com a trilha sonora do filme “Nasce uma Estrela” (2018), que exploram o country e o folk;
A experimentação teatral com batidas mais luminosas do disco “Chromatica” (2020);
Uma investida até no arrocha brasileiro no remix de “Fun Tonight”, com Pabllo Vittar, incluído no álbum “Dawn of Chromatica” (2021).
Mas é no tipo de som mais obscuro e macabro de “Disease” que ela trabalha com mais desenvoltura e originalidade. Era exatamente isso que os fãs esperavam desse retorno.

Fonte da Máteria: g1.globo.com