Apesar das declarações, presidente russo afirmou que usar armas nucleares seria uma “medida extremamente excepcional” e que não pretende envolver o país “em uma nova corrida armamentista”. Vladimir Putin em anúncio sobre novo treinamento nuclear
Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via REUTERS
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o país realizou um novo treinamento para testar suas forças nucleares, nesta terça-feira (29) – o segundo exercício desse tipo realizado por Moscou em duas semanas.
Em vídeo divulgado pelo Kremlin, Putin disse que usar armas nucleares seria uma “medida extremamente excepcional”, mas elas precisam estar prontas, e justificou:
“Continuaremos a melhorar todos os seus componentes. Os recursos para isso estão disponíveis. Ressalto que não vamos nos envolver em uma nova corrida armamentista, mas manteremos as forças nucleares no nível de eficiência necessária. (…) Dadas as crescentes tensões geopolíticas e o surgimento de novas ameaças e riscos externos, é importante ter forças estratégicas modernas e constantemente prontas para uso”.
Putin aprovou no mês passado mudanças na doutrina nuclear oficial do país, que define as condições sob as quais a Rússia poderia considerar o uso de tais armas. Com as mudanças, qualquer ataque apoiado por uma potência nuclear poderia ser considerado um ataque conjunto – um aviso claro aos Estados Unidos para não ajudar a Ucrânia a atacar profundamente a Rússia.
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Ministério da Defesa da Rússia divulga imagens de exercício nuclear
Através do Telegram, o Ministério da Defesa russo divulgou imagens do exercício realizado (veja vídeo acima) e deu maiores informações:
“Durante o exercício, foram realizados lançamentos práticos de mísseis balísticos e de cruzeiro. (…) Foi verificado o nível de preparação dos órgãos de comando militar, as habilidades de trabalho do pessoal de comando e operacional na organização do controle das tropas subordinadas. As tarefas previstas durante o exercício das forças de dissuasão estratégica foram cumpridas integralmente, todos os mísseis atingiram os alvos”.
De acordo com o ministro da pasta, Andrei Belousov, o exercício realizado simulou um “ataque nuclear massivo” em resposta a um primeiro ataque de um inimigo.
Segundo autoridades russas, a guerra de dois anos e meio com a Ucrânia está entrando agora em sua fase mais perigosa. Há semanas, a Rússia vem sinalizando ao Ocidente que Moscou responderá se os Estados Unidos e seus aliados autorizarem a Ucrânia a disparar mísseis de longo alcance, enquanto vários líderes acusam Putin de estar pensando em usar tropas da Coreia do Norte no conflito.
Conflito contra a Ucrânia
Segundo o grupo de mídia russo Agentstvo, que analisou mapas de fontes abertas ucranianas, a Rússia tomou 196,1 km² do território ucraniano entre os dias 20 a 27 de outubro, marcando o avanço semanal mais rápido das forças russas neste ano, informou a agência Reuters nesta segunda.
Soldado ucraniano usa um lançador de granadas na direção de Avdiivka, na linha de frente em Donbas
Getty Images/Via BBC
O Agentstvo afirma que as defesas ucranianas em Donbas foram enfraquecidas pela decisão de Kiev de enviar tropas para a região de Kursk da Rússia, já que os russos não transferiram tropas do Donbas para Kursk.
Entre os territórios tomados na semana passada, o Exército russo avançou 95 km² perto da cidade de Vuhledar e 63 km² perto da cidade de Pokrovsk. Ambas estão na região de Donbas, no leste da Ucrânia.
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Fonte da Máteria: g1.globo.com