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Israel e Líbano estão próximos de fechar acordo de cessar-fogo, diz premiê; veja proposta


Israel promete retirar as tropas do país em 7 dias, desde que o governo libanês desarme qualquer grupo militar não oficial, como o Hezbollah. Premiê libanês disse que acordo pode ser assinado nas próximas horas. Bombardeio de Israel no Líbano, no início de outubro de 2024
AFP
Israel e Líbano estão próximos de chegar a um acordo para cessar-fogo, de acordo com o primeiro-ministro libanês Najib Mikati. A emissora pública de Israel “Kan” também publicou um rascunho que seria da proposta para o término do conflito.
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O acordo prevê o fim das trocas de ataques entre Israel e o grupo extremista libanês Hezbollah. O governo do Líbano será o responsável por garantir que o Hezbollah seja desarmado e deixe de ser uma ameaça ao território israelense.
O primeiro-ministro libanês afirmou que espera que os dois países cheguem a um acordo nas próximas horas ou dias. O governo de Israel não havia se pronunciado até a última atualização desta reportagem.
O rascunho do acordo de cessar-fogo publicado pela emissora israelense é datado do dia 26 de outubro. Segundo o documento, entre as cláusulas estão:
O Hezbollah e outros grupos não poderão atacar Israel. Em troca, Israel não fará operações militares com alvos no Líbano.
O Exército libanês e os pacificadores da ONU (Unifil) serão as únicas forças armadas na área da Linha Azul — nas proximidades da fronteira entre Líbano e Israel.
Qualquer venda de armas que tiver como destino o Líbano deverá ser supervisionada pelo governo libanês, com o objetivo de evitar que os artefatos cheguem a grupos como o Hezbollah.
Israel retirará suas forças do Líbano em 7 dias, que serão substituídas por tropas do Exército do Líbano. A operação terá a supervisão dos Estados Unidos e outro país.
Em 60 dias, o Líbano terá de desarmar qualquer grupo militar não oficial no sul do Líbano, como o Hezbollah.
Israel terá o direito de se defender contra ameaças, caso o Líbano não consiga impedir a produção, armazenamento ou transporte de armas pesadas por grupos não oficiais.
De acordo com a imprensa israelense, a implementação do acordo será supervisionada pelos Estados Unidos e outros países, que ainda não foram definidos.
Caso Israel ou o Líbano não cumpram com as cláusulas do acordo, ambos estarão sujeitos a enfrentar sanções econômicas.
Apesar da perspectiva otimista do governo libanês, na terça-feira (29) o chefe do Hezbollah, Naim Qassem, afirmou que o grupo continuará no caminho da guerra.
O governo dos Estados Unidos admitiu que alguns rascunhos de um acordo de cessar-fogo estão circulando. No entanto, a Casa Branca afirmou que os documentos podem não refletir o atual estado das negociações.
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O conflito
Israel intensificou os ataques à Faixa de Gaza e ao Líbano
O Hezbollah é um grupo muçulmano xiita que surgiu na década de 1980 no contexto da Guerra Civil Libanesa. A palavra “Hezbollah” significa “Partido de Alá” ou “Partido de Deus”.
Quando foi fundado, o Hezbollah passou a se opor fortemente à ocupação israelense no sul do Líbano, que teve início no final da década de 1970. Desde então, o grupo mantém o apoio do Irã.
Embora o grupo não tenha uma presença significativa nas áreas sunitas, cristãs e drusas, ele atua como um “Estado paralelo” nas regiões xiitas e tem atuação política.
Desde outubro de 2023, o Hezbollah tem bombardeado o norte de Israel em solidariedade aos terroristas do Hamas e às vítimas da guerra na Faixa de Gaza.
A partir de junho desde ano, as tensões envolvendo Israel e Hezbollah aumentaram. Um comandante do grupo foi morto em um ataque israelense no Líbano, em julho. No mês seguinte, o grupo preparou uma resposta em larga escala contra Israel, que acabou sendo repelida.
Em setembro, líderes israelenses emitiram uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah. O gatilho para uma virada no conflito veio após os seguintes pontos:
Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada.
A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.
Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando “uma nova fase na guerra”.
Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que levará de volta para casa os moradores do norte do país, na região de fronteira, que precisaram deixar a área por causa dos bombardeios do Hezbollah.
Segundo o governo, esse retorno de moradores ao norte do país só seria possível por meio de uma ação militar.
Em 23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. Cerca de 500 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.
O líder do Hezbollah foi assassinado durante um bombardeio de Israel em Beirutre, no dia 27 de setembro.
No dia 30 de setembro, Israel começou uma operação por terra contra alvos do Hezbollah no Líbano.
Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, desde outubro de 2023, ataques israelenses provocaram a morte de 2.822 pessoas no território libanês. Quase 13 mil ficaram feridas.
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Fonte da Máteria: g1.globo.com