A moeda norte-americana encerrou com queda de 1,48%, cotada a R$ 5,7831. Já o principal índice de ações da bolsa de valores, encerrou em alta de 1,87%, aos 130.515 pontos.
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O dólar fechou em baixa nesta segunda-feira (4), após registrar o seu segundo maior valor nominal da história (descontada a inflação) na última sexta-feira (1°). Em uma semana de noticiário movimentado, investidores seguem na expectativa pelas medidas de cortes de gastos prometidas pelo governo e pelas decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
As eleições presidenciais norte-americanas e seus efeitos na economia local e internacional também seguem no radar.
Por aqui, o alívio na taxa de câmbio veio após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelar uma viagem à Europa nesta semana a pedido do presidente Lula, em meio a pressões do mercado financeiro por um pacote de corte nos gastos.
Investidores acreditavam que o anúncio seria feito logo após o segundo turno das eleições municipais, mas, com o governo levando mais tempo que o esperado, o dólar disparou mais de 6% na última semana. Agora, com a viagem cancelada de Haddad, há uma expectativa de que o governo pode anunciar em breve seus planos para redução das despesas.
Apesar de o tema fiscal seguir no radar, o grande destaque da semana são as eleições presidenciais dos Estados Unidos, previstas para terça-feira (5) e nas quais se enfrentam a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump. As apostas do mercado financeiro são de uma vitória de Trump, mas nos últimos dias mostraram um avanço da Harris.
A possibilidade de cenário em que o republicano saia vitorioso tem desvalorizado as moedas de países emergentes, como o Brasil, na esteira de declarações do candidato sobre a intenção de aplicar mais tarifas aos produtos importados nos Estados Unidos — o que prejudicaria países exportadores.
Kamala ou Trump: como afetam a economia brasileira e quais os impactos no dólar, bolsa e juros
Ainda nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) se reúne para decidir a nova Selic, taxa básica de juros, na quarta-feira (6), enquanto o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anuncia suas novas taxas de juros na quinta (7).
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
Ao final da sessão, o dólar recuou 1,48%, cotado a R$ 5,7831. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,7562. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,48% na semana;
avanço de 0,03% no mês;
ganho de 19,18% no ano.
Na última sexta-feira (1°), a moeda avançou 1,53%, cotada a R$ 5,8698, atingindo o segundo maior patamar da história. No dia 13 de maio de 2020, a moeda americana chegou aos R$ 5,9007, seu recorde.
O
Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em alta de 1,87%, aos 130.515 pontos.
Com o resultado, acumulou:
avanço de 1,87% na semana;
ganhos de 0,62% no mês;
recuo de 2,74% no ano.
Na sexta, o índice encerrou em baixa de 1,23%, aos 128.121 pontos.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Na manhã deste domingo (3), o Ministério da Fazenda informou que, a pedido do presidente Lula, o ministro Fernando Haddad estará em Brasília ao longo da próxima semana, “dedicado aos temas domésticos”.
Hoje o ministro se reúne com Lula e há expectativas de que haja algum avanço nas discussões sobre os cortes de gastos públicos.
Por enquanto, as medidas em estudo ainda não foram detalhadas, o que tem gerado nervosismo no mercado financeiro — com pressão sobre o dólar, queda da Bolsa de Valores e alta dos juros futuros.
Nos últimos dias, Haddad defendeu que entende a “inquietação” do mercado, mas acrescentou que o governo apresentará propostas para manter o arcabouço fiscal operante. A expectativa é que as medidas sejam apresentadas nas próximas semanas.
Ao longo dos próximos dias, ainda, o mercado aguarda pela decisão do Copom, com expectativa de que o Comitê eleve em até 0,50 ponto percentual a taxa Selic, a um patamar de 11,25% ao ano. Juros maiores são uma tentativa do BC de conter o avanço da inflação.
No Boletim Focus deste semana — um relatório do BC que reúne as projeções de economistas do mercado para os principais indicadores econômicos do país — as projeções para a inflação voltaram a subir, pela quinta semana consecutiva.
Agora, o mercado passou a prever a inflação a 4,59% no fim de 2024, ultrapassando o limite da meta inflacionária para o ano. A meta do BC é de 3,00%, com a inflação podendo oscilar entre 1,50% e 4,50% para ser considerada oficialmente cumprida.
No exterior, enquanto aguarda pelo fim das eleições, o mercado norte-americano não conta com grandes divulgações de dados econômicos neste pregão, com as atenções voltadas apenas ao cenário político.
Em reportagem do g1, especialistas explicam que tanto Kamala Harris quanto Donald Trump podem trazer impactos para a economia brasileira com suas políticas. No entanto, com as propostas apesentadas até aqui, a expectativa é que uma vitória de Trump pressionaria mais o dólar em detrimento do real.
Isso porque o republicano defende uma política protecionista com a economia dos Estados Unidos, diminuindo o comércio com a China.
“Trump tem batido muito mais forte contra a China e tem atuado para restringir, principalmente, exportações de tecnologia acessível para o país asiático. Ele também tem ameaçado punir países que comecem a operar na moeda chinesa. Então, com Trump, podemos ter uma sanção indireta — ou seja, uma sanção contra a China e que possa afetar as exportações brasileiras”, explicou ao g1 Welber Barral, consultor especializado em comércio internacional.
Esse cenário poderia mexer com a balança comercial brasileira, diminuindo o nível de exportações, o que reduziria a reserva de dólares e poderia pressionar ainda mais a inflação.
As eleições americanas acontecem nesta terça-feira (5) e os resultados devem ser divulgados nos próximos dias.
Ainda nos Estados Unidos, na quinta-feira, o Fed volta a se reunir para decidir suas novas taxas de juros, atualmente entre 4,75% e 5,00% ao ano, depois de um corte de 0,50 ponto percentual na última reunião, em setembro.
O mercado aposta numa continuidade do ciclo de cortes nos juros, mas em maior magnitude, com uma redução de 0,25 ponto percentual.
Fonte da Máteria: g1.globo.com