Naquele ano, PIB do Brasil cresceu 3% puxado pelo setor de serviços. Das 27 unidades da federação, 24 tiveram crescimento. Plantação de soja em Roraima
Caíque Rodrigues/g1 RR
Os estados brasileiros que apresentaram os maiores crescimentos do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 foram aqueles com maior contribuição da agropecuária em sua economia, segundo o Sistema de Contas Regionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Embora o PIB tenha crescido 3,0% em 2022, puxado pelo setor de serviços — à medida que o país se recuperava da crise causada pela pandemia de Covid-19 —, os cinco estados que tiveram os melhores desempenhos naquele ano foram impulsionados pelo agro.
Roraima teve a maior alta percentual do PIB, de 11,3%, seguido por Mato Grosso com 10,4%. Na sequência, vêm Piauí, com crescimento de 6,2%, e Tocantins e Acre, ambos com 6%.
“O desempenho da Agropecuária teve contribuição decisiva para o resultado de 2022 nestes estados, com destaque para o cultivo de soja que, embora não tenha tido desempenho positivo na média nacional, teve crescimento na Região Norte e parte do Centro-Oeste”, destaca o IBGE.
Apesar de ter puxado a alta dos estados em que está muito presente, a média nacional da agropecuária não foi tão boa em 2022: uma queda de 1,7%. Na época, o IBGE explicou que a baixa foi consequência direta das questões climáticas que impactaram a agricultura.
Das 27 unidades da federação, 24 tiveram alta no PIB em 2022, com exceção do Rio Grande do Sul, que teve queda de 2,6%, além de Espírito Santo, com baixa de 1,7% e Pará, com contração de 0,7%.
Apesar das quedas pontuais nesses três estados, todas as regiões brasileiras tiveram crescimento naquele ano.
Veja o crescimento de cada região e estado no PIB de 2022:
Região Norte: 2,0%
Roraima: 11,3%
Acre: 6,0%
Tocantins: 6,0%
Amapá: 4,3%
Amazonas: 3,3%
Rondônia: 2,8%
Pará: -0,7%
Região Nordeste: 3,6%
Piauí: 6,2%
Paraíba: 5,6%
Bahia: 4,2%
Rio Grande do Norte: 4,1%
Maranhão: 3,4%
Alagoas: 3,2%
Ceará: 3,1%
Pernambuco: 2,0%
Sergipe: 1,3%
Centro-Oeste: 5,9%
Mato Grosso: 10,4%
Goiás: 5,0%
Mato Grosso do Sul: 4,8%
Distrito Federal: 3,9%
Sudeste: 3,4%
Rio de Janeiro: 4,7%
São Paulo: 3,4%
Minas Gerais: 3,0%
Espírito Santo: -1,7%
Sul: 0,1%
Santa Catarina: 1,8%
Paraná: 1,5%
Rio Grande do Sul: -2,6%
Participação de cada região e estado no PIB
A região sudeste continua como a região com maior participação na economia nacional, respondendo por 53,3% do PIB em 2022, um avanço de 1 ponto percentual em relação aos 52,3% de 2021.
No entanto, o Sudeste perdeu participação nos últimos 20 anos, com uma queda de 4,1 ponto percentual em duas décadas. Em 2022, a região respondia por 57,4% do PIB.
Essa queda na participação foi puxada por São Paulo e Rio de Janeiro. Embora os dois ainda sejam os estados com os maiores pesos na economia brasileira, houve uma queda em 20 anos. Em 2002, São Paulo era responsável por 34,9% do PIB e, em 2022, por 31,1%. Já a participação do Rio de Janeiro caiu de 12,4% para 11,4%.
A maior alta veio da região Centro-Oeste: a participação no PIB nacional subiu de 8,6% em 2002, para 10,3% em 2021 e 10,6% em 2022.
Esse avanço foi influenciado por Mato Grosso do Sul (que passou de 1,1% do PIB em 2002 para 1,7% em 2022) e, principalmente, por Mato Grosso (de 1,3% para 2,5% em duas décadas).
A região Norte teve uma queda na participação entre 2021 e 2022, caindo de 6,3% para 5,7%. Apesar disso, em 20 anos, o avanço foi de 1 ponto percentual: em 2022, o peso do Norte no PIB era de 4,7%.
A participação da região Nordeste passou de 13,1% em 2022 para 13,8% em 2021 e se manteve no mesmo patamar em 2022.
Já o Sul saiu de 16,2% em 2022 para 17,3% em 2021, e depois caiu par 16,6% em 2022.
Participação (em %) de cada estado no PIB do Brasil
PIB per capita
O PIB per capita do Brasil foi de R$ 49.638,29 em 2022.
O Distrito Federal segue com o maior PIB per capita brasileiro, com o valor de R$ 116.713,39, cerca de 2,4 vezes maior que o do país. Rio de Janeiro aparece na segunda posição e São Paulo, na terceira.
Confira abaixo o ranking completo:
PIB per capital no Brasil em 2022
Fonte da Máteria: g1.globo.com