Trump foi condenado por fraude contábil ao ocultar um pagamento para comprar o silêncio da atriz Stormy Daniels. Como republicano foi eleito presidente, promotores acreditam que sentença só sairá após os quatro anos de mandato. Juiz adia decisão sobre se vai manter condenação de Trump no caso com ex-atriz pornô
Promotores de Nova York, nos Estados Unidos, concordaram em adiar temporariamente a sentença de Donald Trump em uma condenação que envolve fraude contábil e uma atriz pornô. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (19) pela imprensa local.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Em maio deste ano, Trump foi declarado culpado em todas as 34 acusações por fraude ao ocultar um pagamento de US$ 130 mil para comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels.
Segundo as investigações, o republicano queria evitar um impacto negativo na campanha presidencial de 2016, quando foi eleito presidente pela primeira vez.
Mesmo seis meses após a condenação, a Justiça ainda não divulgou a sentença contra o republicano. A expectativa era que Trump fosse sentenciado no próximo dia 26, mas o juiz Juan Merchan suspendeu todos os procedimentos do caso na semana passada.
Em novembro deste ano, Trump foi novamente eleito. Com isso, ele deve se tornar o primeiro presidente a assumir o cargo com uma condenação criminal.
Diante da vitória de Trump, os promotores rejeitaram um pedido dele para que a condenação fosse anulada. Por outro lado, de acordo com a imprensa norte-americana, a promotoria de Nova York reconheceu que dificilmente o republicano será sentenciado enquanto estiver na Presidência.
Em outras palavras, os promotores defenderam que a condenação seja mantida, mas indicaram que uma sentença contra o presidente eleito só sairá a partir de 2029 — após o fim do mandato.
Pela legislação atual, Trump não poderá concorrer à reeleição em 2028. Isso porque a Constituição dos Estados Unidos só permite que uma pessoa exerça dois mandatos como presidente.
Agora, caberá ao juiz Juan Merchan decidir se anula o veredito do júri e ordena um novo julgamento — ou até mesmo se descarta as acusações contra Trump.
Os promotores pediram para que o juiz estabeleça um cronograma para resolver a questão.
LEIA TAMBÉM
Com medo da Rússia, Suécia faz vídeo para instruir população em caso de guerra; ASSISTA
Ucrânia faz primeiro ataque à Rússia com mísseis dos EUA
Putin assina decreto que flexibiliza uso de armas nucleares; veja o que muda
Donald Trump enfrentou Joe Biden em debate presidencial, em 27 de junho de 2024
REUTERS/Brian Snyder
A condenação
A decisão do júri, anunciada num tribunal de Nova York em maio, foi unânime. Trump foi declarado culpado em todas as 34 acusações pelos 12 integrantes do colegiado.
O caso gira em torno de como Trump contabilizou o reembolso feito ao seu advogado pessoal pelo pagamento a Stormy Daniels.
O advogado, Michael Cohen, adiantou o dinheiro à atriz com recursos próprios e recuperou o valor mais tarde, por meio de uma série de pagamentos que a empresa de Trump registrou como despesas legais. Trump, que já estava na Casa Branca, assinou a maioria dos cheques pessoalmente.
Os promotores afirmaram que tudo foi feito para ocultar o verdadeiro propósito dos pagamentos. O objetivo seria evitar que eleitores soubessem que o republicano tinha se envolvido com uma atriz pornô, o que poderia prejudicar Trump nas eleições de 2016.
O presidente eleito disse que o advogado dele foi pago legalmente pelos serviços prestados. Ele justificou ainda que a história de Stormy Daniels foi abafada para evitar constranger sua família, e não para influenciar o eleitorado.
Pouco mais de um mês após o veredito, a Suprema Corte decidiu que ex-presidentes não podem ser processados por ações realizadas no curso de sua administração, e que os promotores não podem usar essas ações como base para um caso centrado em conduta puramente pessoal.
Manchete do jornal “The New York Times” após condenação de Donald Trump no caso Stormy Daniels.
REUTERS/Stephani Spindel
VÍDEOS: mais assistidos do g1
Fonte da Máteria: g1.globo.com