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♫ ANÁLISE
♪ Em janeiro de 2014, Alice Caymmi abriu alas para os festejos do centenário de nascimento do avô – um certo Dorival Caymmi (30 de abril de 1914 – 16 de agosto de 2008) – com a estreia de Dorivália, show de espírito tropicalista em que a cantora carioca abordou o cancioneiro do patriarca da família Caymmi.
Na época, Alice já começava a fazer nome. Lançara em 2012 o primeiro álbum com repertório essencialmente autoral, mas com estranho e sedutor registro de Sargaço mar (1985), uma das composições mais profundas e sombrias de Dorival.
Contudo, em janeiro de 2014, Alice ainda não tinha apresentado o álbum, Rainha dos raios, que cairia como furacão na música brasileira em setembro daquele ano, consolidando e referendando a trajetória da artista nascida Alice Malaguti Caymmi em março de 1990.
Outros discos vieram – uns vigorosos, outros mais apáticos – e, onze anos após o show Dorivália, Alice volta ao cancioneiro de Caymmi em disco e show. O álbum está sendo gravado em estúdio e sai neste ano de 2025.
Intitulado Roda Caymmi, o show ganha o mundo a partir de 23 de janeiro, dia em que estreia na área externa do clube Manouche e do restaurante Camolese, no Rio de Janeiro (RJ), dentro da série Manouche no jardim.
Roda Caymmi é caracterizado como roda de samba, gênero recorrente no cancioneiro de Dorival ao lado das canções praieiras e dos sambas-canção de arquitetura moderna.
A diferença entre os shows Dorivália e Roda Caymmi é que, em onze anos, Alice já tem nome feito e respeitado na música brasileira. Cantora e compositora, a artista soube diluir os elos musicais com a família, em álbuns como Alice (2018), sem nunca ter de fato cortado os laços.
Alice sempre explicitou o orgulho de pertencer à Família Caymmi e sempre entendeu a riqueza atemporal da obra de Dorival. Até por isso, mas não somente por isso, a cantora está credenciada a mergulhar quantas vezes quiser no mar de sambas, canções e sambas-canção de Dorival.
E lá estará ela no domingo 23 de fevereiro fazendo Vatapá (1942) do jeito dela, com os temperos do quarteto formado por Luís Barcelos (bandolim), Makley Matos (percussão), Rafael Malmith (violão de sete cordas) e Tadeuzinho (percussão).
No show, Alice Caymmi porá na roda sambas como Maracangalha (1956). Até a Modinha para Gabriela (1975) vai cair no samba.
Alice Caymmi nasceu assim, cresceu assim, ela mesmo é assim e vai ser sempre assim – livre. E é com liberdade artística que a cantora vem conduzindo a própria carreira sem a obrigação de cantar Caymmi, mas com o prazer de cantar Dorival sempre que quiser.
Fonte da Máteria: g1.globo.com