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Petrobras tem lucro líquido de R$ 36,6 bilhões em 2024, queda de 70,6% em relação a 2023


Recuo foi puxado pela desvalorização do real em relação ao dólar e por reflexo contábil ‘sem efeito no caixa da companhia’, informou a petroleira. No quarto trimestre, estatal teve prejuízo de R$ 17 bilhões. Fachada do prédio da Petrobras, no Centro do Rio
Adriano Ishibashi/Framephoto/Estadão Conteúdo
A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 36,6 bilhões em 2024, queda de 70,6% em relação ao ano anterior, informou a estatal nesta quarta-feira (26). O resultado veio após a estatal ter registrado, em 2023, o segundo maior lucro líquido de sua história, de R$ 124,6 bilhões.
De acordo com a petroleira, o recuo nos lucros ocorreu por conta da desvalorização do real em relação ao dólar e “por eventos exclusivos, em maior parte sem efeito no caixa da companhia”.
“O resultado da Petrobras em 2024 foi impactado principalmente por um item de natureza contábil: a variação cambial em dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior”, disse o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo.
Tratam-se de operações financeiras entre empresas do mesmo grupo, que geram efeitos opostos (despesas e receitas em real e dólar) e que, ao final, se equilibram economicamente, afirmou o executivo. Ou seja, houve um descompasso contábil momentâneo causado pela disparada da moeda norte-americana no fim do ano passado.
“A variação cambial nestas transações entra no resultado líquido da holding [controladora] no Brasil e [isso] impactou negativamente o lucro de 2024. Ao mesmo tempo, houve impacto positivo direto no patrimônio”, acrescentou Melgarejo.
A Petrobras informou que, sem isso, o lucro líquido teria sido de R$ 103 bilhões.
No quarto trimestre de 2024, período de forte valorização do dólar em relação ao real, a empresa contabilizou um prejuízo líquido R$ 17 bilhões, ante lucro líquido de R$ 31 bilhões no mesmo período do ano anterior.
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Ao justificar os resultados, a Petrobras também mencionou o ambiente externo, marcado pela redução de 2% no barril do petróleo e pela queda de 39% nas margens do diesel.
“Outro fator que afetou o resultado anual foi a adesão da Petrobras, em junho de 2024, ao edital de contencioso tributário”, informou, em nota, a petroleira.
O Conselho de Administração da estatal aprovou, no dia 17 de junho, a adesão a um acordo com o governo para encerrar uma disputa tributária envolvendo a empresa e a União. À época, a companhia previa um impacto de R$ 11 bilhões no lucro do segundo trimestre.
A disputa se referia a alguns tributos que, segundo a União, não foram pagos como deveriam ter sido entre os anos de 2008 e 2013: Cide e PIS/ Cofins.
O total do contencioso era de R$ 44 bilhões, mas a Petrobras obteve um desconto de 65% para aderir ao acordo e pagar a dívida — valor que ficou em R$ 19 bilhões.
“Esta transação tributária, destaco, tem repercussão amplamente positiva para a Petrobras sob as perspectivas de mitigação de riscos e de desembolsos de caixa”, disse a presidente da companhia, Magda Chambriard, no balanço de resultados.
Chambriard, que tomou posse em junho do ano passado, destacou que o “excelente resultado operacional e financeiro de 2024 demonstra, mais uma vez, a capacidade da nossa empresa de gerar valores que são revertidos para a sociedade e para os nossos investidores”.
Petrobras anuncia R$ 9,1 bilhões em dividendos
Nesta quarta-feira, o conselho de administração da companhia autorizou que seja encaminhada para assembleia geral a proposta de distribuição de R$ 9,1 bilhões em dividendos aos acionistas. A reunião ocorrerá em 16 de abril.
Caso seja aprovada, a remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2024 chegará ao total de R$ 75,8 bilhões, sendo R$ 73,9 bilhões em distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio e R$ 1,9 bilhão em recompras de ações.
Segundo o fato relevante divulgado pela petroleira, os pagamentos serão feitos em duas parcelas nos meses de maio e junho de 2025, da seguinte forma:
valor a ser pago: R$ 0,70954522 por ação ordinária e preferencial em circulação, sendo:
primeira parcela: de R$ 0,35477261 por ação ordinária e preferencial em circulação, paga em 20 de maio de 2025.
segunda parcela: de R$ 0,35477261 por ação ordinária e preferencial em circulação, paga em 20 de junho de 2025.

Fonte da Máteria: g1.globo.com