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Estatal registrou um lucro de R$ 36,6 bilhões em 2024, um recuo de 70,6% em comparação ao ano anterior. Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio
Marcos Serra Lima/g1
As ações da Petrobras despencaram nesta quinta-feira (27), após a companhia registrar uma queda de mais de 70% em seu lucro no resultado consolidado do ano passado (entenda mais abaixo).
Os papéis da companhia podem ser encontrados pelos códigos de negociação PETR3 e PETR4 na bolsa de valores brasileira.
As ações ordinárias da companhia estatal (ou seja, que permitem que os acionistas votem nas assembleias da empresa) marcaram uma queda de mais de 5% ao final do pregão. Já as ações preferenciais (que são maioria e não permitem voto por parte dos acionistas) caíram 3,53%.
A queda nas ações da Petrobras vem após a companhia informar que registrou um lucro líquido de R$ 36,6 bilhões em 2024, um recuo de 70,6% em comparação ao ano anterior. O resultado veio após a estatal ter reportado, em 2023, o segundo maior lucro líquido da sua história, de R$ 124,6 bilhões.
De acordo com a petroleira, o recuo nos lucros ocorreu por conta da desvalorização do real em relação ao dólar e “por eventos exclusivos, em maior parte sem efeito no caixa da companhia”.
Segundo o diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, Fernando Melgarejo, esses eventos respondem por operações financeiras entre empresas do mesmo grupo, que geram efeitos opostos no balanço corporativo.
Ou seja, a companhia registra essas operações de despesas e receitas feitas em real e em dólar e, na avaliação contábil, há um descompasso em momentos de desvalorização cambial. De acordo com o executivo, no entanto, esse desequilíbrio contábil é momentâneo e, ao final, há um equilíbrio econômico no resultado.
Segundo a Petrobras, se não fossem essas transações, o lucro líquido teria sido de R$ 103 bilhões.
Petrobras tem lucro abaixo da metade das previsões
Petrobras anunciou R$ 9,1 bilhões em dividendos
Na quarta-feira (26), o conselho de administração da companhia autorizou que seja encaminhada para assembleia-geral a proposta de distribuição de R$ 9,1 bilhões em dividendos aos acionistas. A reunião ocorrerá em 16 de abril.
Caso seja aprovada, a remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2024 chegará ao total de R$ 75,8 bilhões, sendo R$ 73,9 bilhões em distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio e R$ 1,9 bilhão em recompras de ações.
Segundo o comunicado divulgado pela petroleira, os pagamentos serão feitos em duas parcelas nos meses de maio e junho de 2025, com o valor de R$ 0,70954522 por ação ordinária e preferencial em circulação, sendo:
primeira parcela: de R$ 0,35477261 por ação ordinária e preferencial em circulação, paga em 20 de maio de 2025.
segunda parcela: de R$ 0,35477261 por ação ordinária e preferencial em circulação, paga em 20 de junho de 2025.
Fonte da Máteria: g1.globo.com