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Walter Salles revela que perdeu papel com discurso e teve que improvisar ao receber Oscar; leia as duas versões


Longa brasileiro, primeiro original Globoplay, ganhou o Oscar de Melhor Filme Internacional. Walter Salles discursa após ganhar o Oscar® de Melhor Filme Internacional
Walter Salles disse em entrevista coletiva para jornalistas brasileiros e latino-americanos que perdeu o papel com seu discurso e teve que improvisar quando ganhou o Oscar de Melhor Filme Internacional. “Não sei se vocês repararam, mas eu fiquei ali com meus óculos sem ter o que ler”, ele comentou.
Veja como seria o discurso preparado por Salles:
“Obrigado, em nome do Cinema Brasileiro. Agradeço à Academia por reconhecer a história de uma mulher que, diante de uma tragédia causada por uma ditadura militar, optou por resistir para proteger sua família. Em um tempo em que tais regimes estão se tornando cada vez menos abstratos, dedico esse prêmio a Eunice Paiva e a todas as mães que, diante de tamanha adversidade, têm a coragem de resistir. Que nos ensinam a lutar sem perder a capacidade de sorrir, mesmo quando elas se sentem frágeis. Este prêmio também pertence a duas mulheres extraordinárias, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. Elas não apenas elevaram nosso filme, mas representam o fato de que a arte resistiu no Brasil. Governos autoritários surgem e desaparecem no esgoto da história. E livros, canções e filmes ficam conosco… Obrigado a todos, em nome o cinema brasileiro e latino-americano!! Viva a Democracia, Ditadura Nunca Mais!”
Veja como foi o discurso improvisado no Oscar:
“Em nome do cinema brasileiro, é uma honra tão grande receber isso de um grupo tão extraordinário. Isso vai para uma mulher que, depois de uma perda tão grande em um regime tão autoritário, decidiu não se dobrar e resistir… Esse prêmio vai para ela: o nome dela é Eunice Paiva. E também vai para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela. Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, disse Walter Salles durante seu discurso e agradecimento. Ele também citou os nomes de Tom Bernard e de Michael Baker, executivos da Sony Pictures Classic, principal produtora internacional do filme.
‘Melhor do que 1999’
Na entrevista, Selton Mello, Fernanda Torres e Salles também comentaram a experiência do Oscar. Salles comparou a premiação deste ano com a edição em que ele concorreu com “Central do Brasil”. “Foi muito mais divertido do que em 1999”, ele disse, rindo, em alusão ao ano em que “Central do Brasil” e Fernanda Montenegro perderam as estatuetas.
Os três também elogiaram “Anora”, o grande ganhador do Oscar com cinco edições. Para Fernanda, o filme de Sean Baker também representa bem o cinema independente. Ela contou que o diretor encontrou com ela e disse ter reconhecido em “Ainda estou aqui” a mesma forma com a qual ele faz cinema.
Entrevista coletiva de ‘Ainda Estou Aqui’ após o Oscar
Reprodução
“Ainda estou aqui” venceu o prêmio de melhor filme internacional no Oscar® 2025, neste domingo (2) em Los Angeles (EUA). Histórico, o momento marca a primeira vitória do Brasil no Oscar. O longa disputava o troféu com “A garota da agulha” (Dinamarca), “Emilia Pérez” (França), “A semente do fruto sagrado” (Alemanha) e “Flow” (Letônia). A categoria foi anunciada pela atriz Penélope Cruz.
Além de melhor filme internacional, o filme concorreu em outras duas categorias no Oscar: melhor atriz (Fernanda Torres) e melhor filme. Mas perdeu para “Anora” em ambas. O filme vai estrear no catálogo do Globoplay no dia 6 de abril, um domingo. O filme de Salles fica em cartaz nos cinemas brasileiros até a quarta-feira anterior ao lançamento, dia 2 do mesmo mês.
Inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, “Ainda Estou Aqui” é o primeiro original Globoplay. “Que emblemático termos recebido o nosso primeiro Oscar e tantos outros prêmios importantes no ano em que celebramos 100 anos de Globo. ‘Ainda Estou Aqui’ é um filme brilhantemente contado e executado, com performances excepcionais que conquistaram essa ascensão tão bonita. Investir, viabilizar e abrir espaço para o talento brasileiro é a missão da Globo há tantos anos e é motivo de grande orgulho ver esse talento ser reconhecido entre os melhores do mundo. Essa vitória é do nosso cinema e de todos nós, brasileiros!”, celebra Manuel Belmar, Diretor de Produtos Digitais, Finanças, Jurídico e Infraestrutura da Globo.
O longa conta a história real de Eunice Paiva (papel de Fernanda Torres), advogada e ativista que passou 40 anos procurando a verdade sobre o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva (interpretado por Selton Mello). O ex-deputado federal foi assassinado durante a ditadura militar.
Fernanda Torres parabeniza Walter Salles após “Ainda Estou Aqui” levar o Oscar de melhor filme internacional.
Chris Pizzello/AP

Fonte da Máteria: g1.globo.com