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Arte com banana e fita adesiva vai a leilão por quase R$ 6 milhões; obra já foi mordida 2 vezes


Criada para criticar conceito de arte, instalação do italiano Maurizio Cattelan dividiu espectadores. Fruta já foi substituída depois de ser comida por outro artista. Obra de arte
Reprodução do https://www.sothepors.com/
O artista italiano Maurizio Cattelan criou, no final de 2019, uma obra de arte um tanto quanto pitoresca. O trabalho artístico, composto apenas por uma banana e uma fita adesiva – que segura a fruta na parede –, foi exposto há cerca de cinco anos no Art Basel, em Miami, nos EUA, e, agora, pode ser leiloado por US$ 1 milhão (R$ 5,75 milhões).
A empresa Sothepor’s, localizado em Nova York, será a responsável pelo leilão da obra, intitulada “Comedian”. Para quem quiser participar, é possível fazer um cadastro no site da empresa e, a partir de quarta-feira (20), lançar valores para comprar o item.
Antes do leilão, a obra passou por uma turnê mundial, incluindo cidades como Londres, Paris, Milão, Hong Kong, Dubai, Taipei, Tóquio e Los Angeles.
Página do leilão Sothepor’s
leilão Sothepor’s
🤔 Mas por que vale milhões de reais?
O leilão Sothepor’s não especificou o motivo exato pelo alto valor da peça, apenas afirmou em nota que o objetivo do artista italiano ao criar a obra – de criticar o conceito de arte e provocar pensamentos sobre o assunto – não tirou os holofotes do produto desde então.
“Sua aparição inicial, [em 2019], atraiu multidões recordes, dividiu espectadores e críticos e causou tanto pandemônio que teve que ser removido do local antes do fim da exposição. Amplamente venerado e fortemente contestado – e comido não apenas uma, mas duas vezes – o trabalho foi manchete em diversos locais ao redor do mundo”, escreveu o Sothepor’s.
O chefe de arte contemporânea da Sothepor’s, David Galperin, a chama de profunda e provocativa. “O que Cattelan realmente está fazendo é virar um espelho para o mundo da arte contemporânea e fazer perguntas, provocando pensamentos sobre como atribuímos valor às obras de arte, o que definimos como uma obra de arte.”
Ele ressaltou ainda que o artista italiano abalou as fundações do mundo da arte e a levou ao centro da cultura popular dominante.
“Se, em sua essência, ‘Comedian’ questiona a própria noção do valor da arte, então colocar a obra em leilão em novembro será a realização final de sua ideia conceitual essencial”, informou Galperin.
O g1 entrou em contato com a empresa de leilão para saber mais detalhes do porquê do preço milionário, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.
Banana já foi comida
Enquanto a obra estava exposta no Art Basel de Miami, em 2019, o artista performer norte-americano David Datuna publicou um vídeo nas redes sociais em que caminha até a banana, a tira da parede branca, descasca e come na frente do público.
No vídeo, é possível ouvir uma mulher dizendo: “Isso é tão estúpido, senhor!”.
Artista come banana que vale US$ 1 milhão
Ele intitulou sua “performance artística” de “Hungry Artist” (“Artista com fome”). No Instagram, o artista escreveu: “Adoro o trabalho de Maurizio Cattelan e realmente amei essa instalação. Estava uma delícia!'”.
Alguns especialistas afirmaram, à época, que ele não destruiu a obra, já que o trabalho artístico é mais uma ideia do que apenas algo físico. Tanto que, após a intervenção de Datuna, a banana foi substituída rapidamente por outra.
Dias depois, o performer se gabou em uma coletiva de imprensa em Nova York de ser “o primeiro artista a comer a arte de outro artista”.
🍌 Outra mordida “na banana”
Já no ano passado, um aluno de estética da Coreia do Sul comeu a banana exposta no Leeum Museum of Art, em Seul.
Noh Huyn-sso afirmou que comeu a banana porque estava com fome. Em uma entrevista à rede de TV pública da Coreia, KBS, ele disse também que a fruta é trocada com frequência, porque a instalação exige que a banana tenha uma aparência fresca. De fato, em 30 minutos a banana foi trocada.
E, como a banana é sempre substituída, o chefe de arte contemporânea da Sothepor’s afirmou que quem ganhar no leilão de quarta-feira não estará comprando a banana em si, mas um certificado de autenticidade que concede ao proprietário a permissão e autoridade para reproduzir a obra onde preferir.

Fonte da Máteria: g1.globo.com