Uma das patrocinadoras dos Jogos de Paris, Samsung decidiu não dar aparelho a atletas da Coreia do Norte para não infringir resolução da ONU que proíbe transferência de qualquer equipamento industrial entre os dois países, que tecnicamente seguem em guerra. Atletas da Coreia do Sul e da Coreia do Norte fazem selfie no pódio do tênis de mesa nas Olimpíadas de Paris, em julho de 2024.
Petros Giannakouris/ AP
O estado de guerra entre Coreia do Sul e do Norte deixou os atletas norte-coreanos sem o brinde das Olimpíadas de Paris.
Todos os competidores dos Jogos Olímpicos estão ganhando de presente um celular da marca sul-coreana Samsung, patrocionadora das Olimpíadas. Menos os da Coreia do Norte.
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O Comitê Olímpico Internacional (COI) disse na quinta-feira (8) que o “brinde”, um modelo feito pela Samsung especialmente para os mais de 10 mil atletas que participam dos Jogos, não está sendo repassado aos norte-coreanos.
Isso porque o gesto poderia significar uma violação de um dos acordos atualmente em vigor para as duas Coreias, que, tecnicamente, ainda estão em guerra.
Uma resolução do Conselho de Segurança da ONU proíbe “o fornecimento direto e indireto, a venda ou a transferência à Coreia do Norte de qualquer maquinaria industrial”, incluindo smartphones.
Também na quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores sul-coreano citou a resolução da ONU para alertar que o brinde poderia violar as sanções das Nações Unidas à Coreia do Norte, principalmente pelo seu programa de desenvolvimento de armas nucleares.
Essa ressalva foi lembrada depois que a Radio Free Asia, veículo de comunicação financiado pelos Estados Unidos, informou que os atletas da Coreia do Norte haviam recebido os smartphones.
O Galaxy Z Flip 6, o modelo entregue aos atletas, já foi notícia na primeira semana dos Jogos: uma foto de jogadores de tênis de mesa da Coreia do Sul com outros da Coreia do Norte em clima descontraído depois de serem medalhistas viralizou nas redes sociais (veja foto acima), em meio ao contexto de tensão permanente entre Seul e Pyongyang, que tecnicamente continuam em guerra.
O sul-coreano Lim Jong-hoon, bronze nas duplas mistas ao lado de Shin Yu-bin, segura o smartphone para fazer a simbólica selfie com os outros medalhistas, os campeões chineses Wang Chuqin e Sun Yingsha e os medalhistas de prata norte-coreanos Ri Jong Sik e Kim Kum Yong.
A Coreia do Sul está tecnicamente em guerra com a Coreia do Norte desde o fim de um conflito entre 1950 e 1953 que terminou com um armistício e não com um tratado de paz.
Recentemente, os dois países têm travado uma “guerra de balões”. Pyongyang tem enviado ao território inimigo balões com lixo e até fezes, em retaliação ao envio, ao território norte-coreano, de balões contendo propaganda contra o ditador do país, Kim Jong-un, vídeos de k-pop e até notas de dólar.
Ativistas enviam balões com vídeos de k-pop e panfletos para a Coreia do Norte
Fonte da Máteria: g1.globo.com
