Fatima Boustani deixou a UTI e apresenta melhora. Um dos filhos feridos no episódio recebeu alta na quarta (5), e a outra filha, de 10 anos, permanece hospitalizada no sul do país após passar por três cirurgias na perna. A brasileira Fatima Boustani em recuperação após se ferir em bombardeio no Líbano
Reprodução/Arquivo pessoal
Ferida após um bombardeio em 1º de junho atingir sua casa em Saddike, no Sul do Líbano, a brasileira Fatima Boustani, de 30 anos, segue apresentando melhoras. Segundo familiares, seu estado de saúde já não é considerado grave. Ainda assim, ela deve passar por novas cirurgias até que possa receber alta.
Uma foto divulgada pela família de Fatima mostra a brasileira com curativos no rosto. (veja acima)
Ela estava em casa com dois dos seus quatro filhos quando foram surpreendidos pelo bombardeio. No momento do ataque aéreo, as outras duas crianças, de 12 e 7 anos, tinham saído para a casa dos avós.
A brasileira foi levada em estado grave para o Hospital Libanês Italiano, em Tiro, também no Sul do Líbano. Lá, ficou internada Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e chegou a ser entubada. Após quase uma semana, a família conseguiu transferi-la para um hospital em Beirute, a capital do país.
Também ferida, a filha de Fátima, de apenas 10 anos, segue internada no hospital em Tiro, onde já passou por três cirurgias na perna. Seu quadro de saúde tem apresentado melhora.
Já o filho de 9 anos sofreu ferimentos mais leves e recebeu alta hospitalar na quarta-feira (5).
Atualmente, o marido de Fátima, Ahmad Aidibi, mora em Itapevi, na Grande São Paulo. Ele se mudou para o Brasil em busca de oportunidades de trabalho e deseja trazer a família ao país.
“Precisamos trazê-los porque a situação da guerra está ficando mais grave. Os outros dois filhos que não se machucaram estão na casa de parentes, mas não é um local seguro”, afirmou Hussein Ezzddein, primo de Ahmad.
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Bombardeio
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Um vídeo enviado para Hussein mostra como o imóvel da família ficou destruído após o bombardeio. Nas imagens, é possível ver os destroços e marcas de sangue em um sofá da casa (veja acima).
Segundo agências de notícias internacionais, os ataques foram feitos por Israel, que visava áreas do grupo terrorista Hezbollah. A agência AP diz que o Hezbollah afirmou que interceptou um drone de Israel durante os ataques deste sábado.
Em nota, o governo brasileiro condenou o ataque e informou que presta apoio à família. Veja nota completa:
“O governo brasileiro manifesta sua indignação e condena o bombardeio de ontem, dia 1°, em Saddikine, no Sul do Líbano, que resultou em ferimentos em três cidadãos brasileiros. Todos estão recebendo tratamento no Hospital Libanês Italiano, em Tiro. O episódio ocorreu no contexto de ataques das forças armadas israelenses no Sul do Líbano e do Hezbollah no Norte de Israel.
“A Embaixada do Brasil em Beirute está em contato com os familiares e com a equipe médica e presta o apoio consular. Desde o início do conflito entre Israel e Palestina, a Embaixada em Beirute monitora e mantém contato regular com os brasileiros residentes no Sul do Líbano.
O Brasil exorta as partes envolvidas nas hostilidades à máxima contenção, assim como ao respeito aos direitos humanos e ao direito humanitário, de forma que se previna o alastramento do conflito em Gaza e se evitem novas vítimas civis inocentes”.
Família brasileira
Mãe e filhos de 10 e 9 anos (de véu preto e camiseta branca) ficam feridos em ataque aéreo.
Arquivo pessoal
Hussein Ezzddein contou ao g1 que seu primo, Ahmad Aidibi, é casado com Fatima Boustani há 15 anos. A família mora em Saddike, a cerca de 100 quilômetros de Beirute.
Aidibi foi para Itapevi antes da mulher e dos filhos para conseguir oportunidade de trabalho, mesmo sem falar português.
Fátima é libanesa, mas já morou no Brasil há alguns anos, tem parente no país e há poucos meses ela e os filhos conseguiram a nacionalidade brasileira. A família planejava se mudar ainda neste ano para a Grande São Paulo, após o término do período escolar das crianças, informou o primo.
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Fonte da Máteria: g1.globo.com