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China exige reversão completa das tarifas dos EUA e diz que exceção do iPhone é 'pequeno passo'


No sábado, EUA anunciaram que tarifas não incidiriam sobre produtos tecnológicos, um recuo significativo diante da postura inicial de Trump, mas China avaliou que gesto é insuficiente. O presidente da China, Xi Jinping, durante Congresso Nacional Popular, em 5 de março de 2025
REUTERS/Tingshu Wang
Autoridades chinesas pediram ao presidente dos EUA, Donald Trump, que “cancele completamente” as tarifas que ele impôs à China, enquanto a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo se acirra.
Na última semana, Trump anunciou uma pausa de 90 dias em uma série de tarifas globais que havia planejado, mas aumentou as tarifas sobre as importações chinesas para 145%.
“Instamos os EUA a darem um grande passo para corrigir seus erros, cancelar completamente a prática equivocada de ‘tarifas recíprocas’ e retornar ao caminho certo do respeito mútuo”, afirmou o Ministério do Comércio da China em um comunicado no domingo (13/4).
O governo Trump ofereceu uma concessão na sexta-feira (11/4), ao anunciar que alguns produtos tecnológicos importados pelos EUA ficariam isentos de taxas.
O Ministério do Comércio chinês classificou as isenções como um “pequeno passo” dos EUA e afirmou que Pequim estava “avaliando o impacto” da medida.
As isenções tecnológicas de Trump – que incluem smartphones, computadores e semicondutores – ofereceram esperança para gigantes da tecnologia e consumidores que temiam que o preço dos itens disparasse como resultado das tarifas.
China bate de frente com os EUA e sobe tarifas para 125%
‘Recuo significativo’ do EUA na guerra comercial
As medidas foram anunciadas discretamente na madrugada de sábado, quando a alfândega dos EUA divulgou uma série de números que estariam isentos da tarifa de 125% sobre mercadorias vindas da China.
Um deles foi o código “8517.13.00.00”, que representa smartphones.
A inclusão significou que a principal exportação chinesa para os Estados Unidos em valor no ano passado foi isenta dos impostos de importação, juntamente com outros dispositivos e componentes eletrônicos, incluindo semicondutores, células solares e cartões de memória.
Considerando que o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse há poucos dias que parte do objetivo da escalada das tarifas sobre a China era trazer de volta a produção do iPhone para os EUA, essa foi uma reviravolta impressionante.
Os EUA agora excluíram das tarifas o maior produto de exportação chinesa, e certamente o produto acabado de maior destaque, sem anunciar isso publicamente.
O efeito das tarifas de 125% sobre a fábrica da Apple em Zhengzhou, no leste da China, teria começado a ser sentido em poucas semanas na maioria das lojas da Apple nos EUA.
De acordo com a Counterpoint, uma empresa global de pesquisa de mercado de tecnologia, cerca de 80% dos iPhones vendidos nos EUA são fabricados na China.
O editor de Economia da BBC, Faisal Islam, classificou o gesto de Trump como “um recuo significativo” na guerra comercial contra a China.
Pouco menos de um quarto do total das exportações da China está agora isento da tarifa de 125%, de acordo com a Capital Economics.
A tarifa universal de 10% agora está repleta de isenções, e as maiores exceções são para muitas nações com enormes superávits comerciais na fabricação de eletrônicos.
Quais os próximos passos?
Não há, por ora, perspectivas de que Trump converse com Xi Jinping sobre a guerra comercial.
O representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, foi questionado no sábado se os dois líderes poderiam dialogar em um futuro próximo.
“No momento, não temos planos para isso”, respondeu.
Trump impôs uma tarifa de 54% sobre as importações de produtos da China no início de abril, antes de aumentar para a alíquota atual de 145%.
Em retaliação, a China impôs tarifas de 34% sobre produtos americanos, antes de aumentá-las para 84% e depois para 125%, número que entrou em vigor no sábado.
Ao anunciar suas tarifas mais recentes, na semana passada, o Ministério do Comércio da China afirmou que “lutaria até o fim” se os EUA “insistissem em provocar uma guerra tarifária ou comercial”.
No sábado, durante uma viagem a Miami, Trump afirmou que daria mais detalhes sobre as isenções no início da próxima semana.
A Casa Branca argumentou que está usando tarifas como tática de negociação para obter termos comerciais mais favoráveis ​​de outros países.
Trump afirmou que sua política corrigirá o que ele vê como injustiças no sistema comercial global, além de trazer empregos e fábricas de volta aos EUA.
No entanto, as intervenções provocaram grandes flutuações no mercado de ações e aumentaram os temores de um declínio no comércio global, o que poderia ter um efeito cascata sobre empregos e economias pelo mundo.

Fonte da Máteria: g1.globo.com