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Chuvas dão alívio a citricultores, mas oferta limitada mantém alta nos preços das frutas, aponta USP


Chuvas mais abundantes devem ocorrer na região de Piracicaba apenas após o dia 15 de outubro, segundo estimativa do LEB-Esalq do campus da Universidade de São Paulo na cidade. Laranjas em caixas aguardam transporte após receberem aplicação da cera de carnaúba em packing house da Citrícola Lucato, em Limeira (SP)
Fábio Tito/g1
Os citricultores estão atentos à possibilidade de chuvas e a previsão representa alívio aos produtores de São Paulo diante do cenário de tempo seco e estresse hídrico nas lavouras, conforme apontam dados coletados com agentes do setor pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq, o campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP), divulgado nesta sexta-feira (11). 🍊Os preços das frutas, porém, seguem em alta devido à oferta limitada por conta da queda na qualidade da colheita, afetada pelo calor extremo e o greening. – Entenda cenário, abaixo. 👇
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🌧 Segundo estimativa do professor e pesquisador Fábio Marin, do Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB) da Esalq, chuvas mais abundantes devem ocorrer na região de Piracicaba apenas após o dia 15 de outubro.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também emitiu alerta para chuvas intensas em todo interior de São Paulo, incluindo as 18 cidades da área de cobertura de g1 Piracicaba e região. Limeira (SP) integra cinturão citrícola do estado e é um dos polos produtivos mais afetados pelo calor extremo e pelo greening, entenda mais, no fim da reportagem.
“As precipitações neste momento são fundamentais para aliviar o estresse hídrico, sobretudo nos pomares de sequeiro. No início de outubro, as altas temperaturas no estado de São Paulo intensificaram as preocupações de citricultores. O calor excessivo, conforme explicam pesquisadores do Cepea, pode prejudicar as laranjas que estão nas árvores (da atual safra 2023/24) e também a produção da próxima temporada (2024/25)”, analisa pesquisadores do Cepea para o setor.
📈Preços em alta
Quanto aos preços, levantamentos do Cepea mostram que a oferta limitada vem resultando em novas altas. Entre os dias 7 e 10 de outubro, a média da laranja pera na árvore está em R$ 125,02/caixa de 40,8 kg, aumento de 2,23% em relação ao período anterior.
Os preços de negociação das frutas cítricas acompanhadas pelo Centro seguiram alta em agosto, segundo levantamento do Cepea. “O suporte continua atrelado à expectativa de oferta restrita de todas as variedades, mesmo com a laranja em pico de safra”, prevê os pesquisadores do setor.
🍋‍🟩Limão
Dados de inflação divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última quarta-feira (9) demonstram que a maior seca da história recente do Brasil já impacta os preços das frutas cítricas. O limão registrou alta de 30,4% em setembro em relação a agosto. A laranja-pera, que aumentou 10% no mesmo período.
✈ Suco de laranja: Exportações em ritmo lento
As exportações brasileiras de suco de laranja iniciaram os embarques em ritmo lento na abertura da safra deste ano, vigente entre julho de 2024 e junho de 2025, mantendo o mesmo cenário do ano-safra anterior.
Por outro lado, a baixa oferta doméstica fez as importações da fruta in natura baterem recorde com alta de 87%, conforme aponta boletim mais recente do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq, o campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP), divulgado nesta sexta-feira (15).
O panorama já era estimado devido a safra menor diante das condições climáticas na época das floradas no ano passado e o greening – doença que atinge os pomares. – Entenda cenário, abaixo, na reportagem.
Análises do Cepea, com base nos dados do Sistema Oficial de consulta estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens (Comex Stat) do governo federal, demonstram foram embarcadas 53,4 mil toneladas de suco de laranja (em equivalente concentrado) em julho deste ano. A marca representa queda de 38% na comparação com o mesmo período de 2023.
O cenário já era esperado porque a oferta da commodity no Brasil está limitada, devido à produção reduzida no estado de São Paulo e no Triângulo Mineiro, afirmam pesquisadores do Cepea.
“Ao mesmo tempo, as importações brasileiras de laranja in natura estão em volumes recordes neste ano, impulsionadas pela baixa oferta doméstica e pelos altos preços das frutas nacionais. De acordo com o Comex Stat, de janeiro a julho, foram adquiridas 34,8 mil toneladas, 87% a mais que em igual intervalo do ano passado”, detalha o Centro de Pesquisas da Esalq-USP.
Foto de arquivo: Laranjas no pé
TV TEM
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Pomares de laranja de SP
Reprodução/TV TEM
Greening: entenda impactos para safra
O greening, também conhecido como huanglongbing e HLB, é uma doença que ataca todos as lavouras de cítricos, não apenas no Brasil, mas em outros 130 países. Ela não tem cura e já consumiu mais de US$ 2 bilhões nos EUA na tentativa de ser controlada.
Segundo o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), a incidência do greening cresceu 56% e passou de 24,4% em 2022, para 38,06% em média em 2023.
As especialistas ressaltam os impactos do greening sobre o mercado da laranja no Brasil e, especialmente, em São Paulo, por ser uma doença que afeta os pomares. O cenário é ainda mais prejudicado pelas ondas de calor, com temperaturas elevadas e à falta de chuvas.
Greening
Reprodução / Globo Rural
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Fonte da Máteria: g1.globo.com