Produção amadora de vídeos de realidade virtual pode ser novidade do segmento. Entenda como VHS, DVD e streaming foram impulsionados pelo consumo de vídeos eróticos. Modelo posa em imagem de divulgação de site de conteúdo adulto em realidade virtual
Divulgação
A produção de conteúdo amador de realidade virtual tem chamado a atenção de um público específico: o de produtores amadores de vídeos pornô. A lenta popularização de aparelhos que permitem esse tipo de gravação é que proporciona essa produção caseira.
Antes, fazer pornografia em realidade virtual era um processo que envolvia equipamentos profissionais ainda mais caros e uma pós-produção longe da realidade de amadores.
O principal fator que explica essa relação entre tecnologia e pornografia diz respeito à privacidade de quem está consumindo esses conteúdos. As evoluções tecnológicas permitem que as pessoas consigam ver cenas eróticas de modo mais particular.
A maioria das pessoas não quer ser vista assistindo sexo. Assim, a pornografia foi dos cinemas para as locadoras. Em busca de ainda mais discrição, foi dos VHS e DVDS para a TV digital. Então, veio a internet, uma forma ainda mais anônima de ver esses vídeos. Mas acessar a internet em computadores é menos pessoal do que ver pelos celulares, é claro.
Nos anos 70, a adoção das fitas VHS foi impulsionada por gravações caseiras de pornografia. O vídeo cassete tornou a experiência de ver filmes eróticos com mais privacidade. Antes, era preciso ir a cinemas para assistir a produções desse estilo. Segundo pesquisas da época, a quantidade de casas com aparelhos de VHS pulou de 14% para 66%, entre 1985 e 1990.
Imagem mostra site com conteúdo de realidade virtual em 2016
Divulgação/BaDoink
Uma situação parecida aconteceu com o streaming de vídeo em alta definição. Foi a partir de sites como Pornhub e Xvideos que essa tecnologia se consolidou.
Autor do livro “The Sex Effect”, sobre a relação entre a indústria pornô e a cultura pop geral, Ross Benes já disse ter ficado surpreso ao constatar como tantas tecnologias foram adotadas pelas massas por causa da pornografia.
“Os videocassetes, o comércio eletrônico, os serviços de streaming e a própria Internet têm uma dívida de gratidão para com os ‘vendedores ambulantes de obscenidades’ que ajudaram a popularizá-los”, ele contextualizou.
“Embora os militares tenham criado a Internet, não teríamos encontrado uma base sólida de consumidores sem a pornografia.”
No começo dos anos 2000, os sites pornográficos eram um dos poucos serviços da internet que geravam lucro. Um relatório divulgado em 2001 mostrou que os 80 mil maiores sites adultos da época movimentavam mais dinheiro do que qualquer outra área do comércio online.
Benes garante que a indústria de conteúdo adulto não parou de inovar. Brinquedos sexuais controlados por computador, vídeos de realidade virtual e avatares sexuais são apenas alguns dos produtos que vêm sendo aperfeiçoados nos últimos anos. A realidade virtual, produzida por amadores, poderia ser uma nova etapa.
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Fonte da Máteria: g1.globo.com