Kadu Rodrigues, de Guarulhos, está com a família de férias em navio. Embarcação atracaria no porto de Tampa, uma das regiões mais atingidas pelo furacão Milton. ‘Fugindo do furacão’, diz brasileiro que está em cruzeiro na costa da Flórida
Um grupo de quatro brasileiros está em cruzeiro na costa da Flórida sem saber o destino final do navio. “A gente está fugindo literalmente do furacão”, disse o empresário Kadu Rodrigues, de 35 anos, que está em viagem com o marido, a mãe e uma amiga.
🛳️O cruzeiro Grandeur of the Seas, do Royal Caribbean, com capacidade para até 2.440 hóspedes, partiu do porto de Tampa, na Flórida, no dia 7 de outubro, faria paradas em Cozumel e Riviera Maya (pontos turísticos do Caribe) e retornaria em 12 de outubro para o porto de onde saiu. A cidade de Tampa, no entanto, é uma das regiões mais atingidas pelo furacão Milton.
🌪️A passagem do Milton, que atingiu o solo da Flórida na noite de quarta-feira (9), deixou pelo menos dez mortos, segundo autoridades locais. O olho do furacão atingiu a Baía de Tampa, onde vivem mais de 3 milhões de pessoas. Desde o início da semana, milhares de moradores foram retirados de áreas vulneráveis e encaminhados para abrigos.
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Kadu e sua família sabiam antes de embarcar que um furacão passaria na região. Mas, segundo ele, a companhia informou que estariam no lugar mais seguro possível. “Pois o navio monitorava tudo e tinha velocidade e capacidade para fugir do furacão. E de fato ele tem feito isso”, disse o empresário.
📢 No primeiro dia de viagem, Kadu foi acordado com uma mensagem nos alto-falantes dizendo que o navio não retornaria mais para o porto de Tampa. “[informaram] que o navio estava fugindo das rotas do furacão e por esse motivo ainda não tinha destino final certo”.
Na tarde desta quinta-feira (10), a família segue em alto mar sem saber o destino final do navio. Sabem apenas que a viagem, que terminaria dia 12, vai pelo menos até o dia 13. As paradas no Caribe também foram canceladas.
Cadeiras amarradas na área externa do Grandeur of the Seas, do Royal Caribbean, onde o brasileiro Kadu Rodrigues es´ta com a família.
Arquivo pessoal/Kadu Rodrigues
Apesar das mudanças de rota e indefinições, Kadu conta que a programação do navio segue normalmente, com shows e apresentações. “O que nos assusta um pouco, e a gente brincou, é que no filme Titanic estava tudo afundando lá fora e dentro do navio estavam tocando música, servindo comida, fazendo show e aqui no navio tudo segue assim tendo show, festa, música, apesar de quase não ter gente nas atividades”.
O cenário ficou um pouco mais tenso apenas na noite de quarta-feira (9), quando a área externa do navio foi fechada e cadeiras de descanso foram amarradas para não voarem. “E sentimos que o navio está chacoalhando um pouco mais que o normal e que está um pouco mais rápido. Mas avisaram que estamos num local seguro”, disse Kadu.
O empresário percebe ainda que, apesar de ele e a família estarem tensos, principalmente com a incerteza sobre o destino final, o restante da tripulação não apresenta nervosismo.
“Acredito que nós, por sermos brasileiros e não estarmos acostumados com esse tipo de fenômeno natural, somos os que estamos mais apreensivos e com medo”, disse Kadu.
Procurada pelo g1, a Royal Caribbean ainda não respondeu os questionamentos, como qual a previsão de destino final da embarcação.
Área externa do cruzeiro fechada na noite desta quarta-feira (9). Navio ainda não tem destino certo para atracar.
Arquivo pessoal/Kadu Rodrigues
Imagem mostra guindaste que caiu sobre prédio do escritório do Tampa Bay Times, após passagem do furacão Milton, na Flórida, nos EUA
Reuters/Octavio Jones
Fonte da Máteria: g1.globo.com