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DeepSeek, rival chinês do ChatGPT, diz ter sofrido ciberataque e limita usuários novos após ganhar popularidade nos EUA


Assistente de IA, que ultrapassou o rival norte-americano em downloads na App Store dos EUA, sofreu instabilidade nesta segunda-feira (27). A ascensão do app motivou a queda das ações de outras empresas vinculadas a inteligência artificial. Logo do DeepSeek
Dado Ruvic/Reuters
A startup chinesa DeepSeek disse que limitará temporariamente o cadastros de usuários após seu assistente de inteligência artificial ter sofrido um ciberataque nesta segunda-feira (27).
A empresa também foi atingida por interrupções em seu site, no início do dia, após o DeepSeek ultrapassar o rival norte-americano ChatGPT em downloads na App Store e se tornar o aplicativo gratuito mais bem avaliado disponível na loja de apps da Apple nos Estados Unidos.
A ascensão do DeepSeek motivou a queda das ações de outras empresas vinculadas à inteligência artificial, como a Nvidia, principal fornecedora de chips para sistemas de IA, no mesmo dia.
Ao tentar se cadastrar no site do DeepSeek, o usuário se depara com a seguinte mensagem: “Devido a ataques maliciosos em grande escala aos serviços da DeepSeek, o registro [de usuários] pode estar congestionado. Por favor, aguarde e tente novamente. Usuários registrados podem fazer login normalmente. Agradecemos pela sua compreensão e apoio.”
App chinês DeepSeek limita cadastro de usuários após ter sofrido ciberataque.
Reprodução/X
As interrupções desta segunda-feira foram as mais longas da empresa em cerca de 90 dias, segundo a agência Reuters, e coincidem com sua popularidade crescente.
O DeepSeek pode ser uma alternativa viável e mais barata de inteligência artificial, o que levantou questões sobre a sustentabilidade dos gastos e investimentos em IA por empresas norte-americanas, incluindo Apple e Microsoft, e colocou em dúvida o domínio ocidental no setor.
A startup chinesa lançou o assistente de IA no último dia 10. Segundo ela, a inteligência artificial utiliza menos dados a um custo bem menor do que modelos das empresas já estabelecidas, possivelmente marcando um ponto de virada no nível de investimento necessário para a IA.
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A bolsa de Nova York se manteve em queda nesta segunda-feira, com os investidores se questionando sobre o domínio das gigantes da inteligência artificial diante do surgimento do DeepSeek.
Wall Street reagiu com quedas bruscas: por volta das 15h15 de Brasília, o índice tecnológico Nasdaq operava com o impacto de uma perda de 3,4%, enquanto o S&P 500 cedeu 1,92% e o Dow Jones conseguiu recuperar terreno e se manter à tona (+0,10%).
A gigante dos microchips Nvidia registrou baixa de 16,5%.
“Os investidores estão desconcertados com esta nova reviravolta dos acontecimentos e pelo [temor] de que as empresas americanas especializadas em IA percam influência”, disse Sam Stovall, da consultoria financeira CFRA, à AFP.
Outras gigantes da tecnologia também operavam em queda. Foi o caso da Alphabet (Google), que caiu 3,55%, Microsoft (-3,28%) e Amazon (-1,22%). A Meta (dona do Facebook, WhatsApp e Instagram), que chegou a recuar 2,03%, conseguiu se recuperar e manter-se no verde.
Por que a DeepSeek causou alvoroço?
A empresa atraiu a atenção nos círculos globais de IA após escrever, em um artigo no mês passado, que o treinamento do DeepSeek-V3 exigiu em poder de computação dos chips Nvidia H800 um valor abaixo de US$ 6 milhões.
A popularidade do DeepSeek repercutiu no Vale do Silício, derrubando teorias sobre o protagonismo dos EUA em IA e a eficácia dos controles de exportação de Washington visando os recursos avançados de chip e inteligência artificial da China.
Os modelos de IA, do ChatGPT ao DeepSeek, exigem chips avançados para alimentar seu treinamento. A partir de 2021, o então presidente dos EUA, Joe Biden, ampliou o escopo das proibições para impedir que esses chips fossem exportados para a China e usados ​​para treinar os modelos de IA das empresas chinesas.
A startup chinesa alega que a qualidade e o custo eficiente dos modelos DeepSeek-V3 e DeepSeek-R1 renderam elogios de executivos do Vale do Silício e engenheiros de empresas de tecnologia dos EUA, colocando as tecnologias no mesmo nível dos modelos mais avançados da OpenAI e da Meta.
Eles também são mais baratos. O DeepSeek-R1, lançado na semana passada, é de 20 a 50 vezes mais barato de usar, dependendo da tarefa, do que o modelo OpenAI o1, de acordo com uma postagem na conta oficial do WeChat da DeepSeek.
Mas alguns estão céticos sobre os custos totais de desenvolvimento da tecnologia. Analistas da gestora Bernstein, por exemplo, questionaram nesta segunda-feira (27) a afirmação da empresa de que gastou US$ 5,58 milhões para os testes do modelo V3, dizendo que os custos teriam sido bem maiores.
É provável que os investidores questionem se os desenvolvimentos da DeepSeek têm o potencial de realmente desestabilizar o setor, diz Adam Sarhan, presidente-executivo da 50 Park Investments. Segundo ele, se isso acontecer, “todas essas ações de IA e o mercado como um todo serão reavaliados”.
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Quem está por trás da DeepSeek
A DeepSeek é uma startup sediada em Hangzhou cujo acionista controlador é Liang Wenfeng. Ele é cofundador do fundo de hedge quantitativo High-Flyer, com base em registros corporativos chineses.
O fundo de Liang anunciou em março de 2023 que concentraria recursos na criação de um “novo e independente grupo de pesquisa para explorar a essência da AGI” (inteligência geral artificial). O DeepSeek foi criado naquele mesmo ano.
Não está claro quanto a High-Flyer investiu na DeepSeek. A High-Flyer tem um escritório localizado no mesmo prédio que a DeepSeek e também possui patentes relacionadas a clusters de chips usados ​​para treinar modelos de IA, de acordo com registros corporativos chineses.
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Fonte da Máteria: g1.globo.com