‘Haka’ é uma dança tradicional maori realizada antes de batalhas, que ficou famosa pela equipe de rugpor da Nova Zelândia. Partido conservador tenta alterar a interpretação de um tratado de 1840 firmado entre os indígenas e a Coroa Britânica. Deputados maoris rasgam projeto de lei e dançam ‘haka’ em protesto na Nova Zelândia
O Parlamento da Nova Zelândia suspendeu uma sessão nesta quinta-feira (14) depois que membros da etnia maori encenaram uma “haka” para interromper a votação de um projeto de lei polêmico, que visa alterar um tratado de 184 anos entre os britânicos e os indígenas.
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Assinado pela primeira vez em 1840 entre a Coroa Britânica e mais de 500 chefes Maori, o Tratado de Waitangi estabelece como as duas partes concordaram em governar. A interpretação das cláusulas do documento ainda orienta a legislação e as políticas de hoje no país da Oceania.
Parlamentares maori da Nova Zelândia rasgam projeto de lei e dançam ‘haka’ em protesto durante sessão
Reprodução/Redes Sociais
Ao longo das décadas, tribunais comuns e tribunais maori expandiram progressivamente os direitos dos indígenas. No entanto, alguns parlamentares argumentam que isso discriminou cidadãos não-indígenas.
O partido ACT New Zealand, um aliado menor no governo de centro-direita da Nova Zelândia, apresentou na semana passada um projeto para consagrar na lei uma interpretação mais restrita do Tratado de Waitangi.
Enquanto os parlamentares se reuniam para uma votação preliminar do projeto de lei nesta quinta, os deputados do partido Te Pati Maori levantaram-se e começaram uma “haka”, uma dança tradicional Maori realizada antes de batalhas, que ficou famosa pela equipe de rugpor da Nova Zelândia.
A sessão foi brevemente suspensa quando pessoas na galeria se juntaram e os gritos abafaram as vozes dos parlamentares na Câmara.
O projeto de lei é visto por muitos maori como uma forma de minar os direitos dos povos indígenas do país, que representam cerca de 20% da população neozelandesa, de 5,3 milhões de habitantes.
Apesar de a proposta ter avançado no Parlamento, dificilmente ela deverá ser aprovada como lei.
Fonte da Máteria: g1.globo.com