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Dionne Warwick, a diva americana que morou em Salvador e foi amiga de Gal Costa: 'Ela era diferente'


Cantora de 83 anos, que se apresenta em BH, SP e Rio, fala em entrevista ao g1 sobre relação com brasileira e planos de voltar a morar na Bahia: ‘Preciso aprender português”. A cantora Dionne Warwick durante a turnê ‘One Last Time’, que tem shows no Brasil
Divulgação
Dionne Warwick, cantora que fará shows no Brasil nesta sexta (25), sábado (26) e domingo (27), é a voz de “Walk on por”, “I’ll Never Fall in Love Again”, “That’s What Friends Are For” e outros hinos da música pop americana no século 20. Também é prima de Whitney Houston (1963-2012) e, com suas músicas em trilhas sonoras, embalou histórias que foram sucesso de bilheteria nos cinemas, de “A Dama de Vermelho” (1984) a “Missão Madrinha de Casamento” (2011).
Mas, em Salvador, alguns também a conhecem como a gringa que andava com Gal Costa (1945-2022). Nos anos 1990, Dionne morou no Rio de Janeiro e na capital baiana, onde ficou mais próxima da artista brasileira.
“Eu me lembro bem da casa em que Gal morava em Salvador, ficava perto do hotel onde me hospedei na primeira vez que fui ao Brasil”, lembra a americana de 83 anos, cinco vezes vencedora do Grammy, em entrevista ao g1. As duas haviam se conhecido muitos anos antes:
“Conheci Gal no fim dos anos 70, quando fui assistir a uma apresentação dela. Foi a primeira vez que ouvi a voz dela e a vi cantar. Ali, nos tornamos amigas quase imediatamente.”
“Ela era diferente, sabe? Uma pessoa muito fácil de estar por perto. Trabalhamos juntas e essa amizade significou muito para mim”, acrescenta a cantora.
Recorte do jornal ‘O Globo’ de 2009 mostra Gal Costa ao lado de Dionne Warwick
Reprodução/O Globo
Em 2009, Dionne e Gal fizeram uma miniturnê pelo Brasil em parceria e chegaram a planejar um disco juntas, mas o projeto nunca foi para frente por causa da distância física — àquela altura, a americana já tinha voltado a morar nos Estados Unidos.
Mas, de Salvador, além da amizade com Gal, ela levou a saudade. A cantora define o Brasil como seu “lar espiritual” e cogita fixar residência na Bahia depois que se aposentar. “Mas, antes de tomar minha decisão, preciso aprender o português. Quando puder, com certeza vou fazer isso”, diz.
‘Não dou conselhos’
Em Nova Jersey (EUA), Dionne cresceu ouvindo e cantando gospel numa família musical — sua mãe fazia parte do grupo The Drinkard Singers, que fez sucesso com repertório religioso nos anos 1950. Em 1963, ela emplacou o clássico soul “Don’t Make Me Over”, dando início a uma parceria histórica com os compositores Burt Bacharach (1928-2023) e Hal David (1921-2012).
Executivo da música Clive Davis posa ao lado das cantoras e primas Dionne Warwick e Whitney Houston, em 2006
Fred Prouser/Arquivos/Reuters
Desafiando barreiras de uma indústria ainda predominantemente branca e masculina naquela época, a cantora se tornou em poucos anos referência da música pop do país, e ajudou a consolidar o soul e o R&B como gêneros adorados nos EUA.
Hoje, observa com entusiasmo esses ritmos se tornarem fenômenos de popularidade no mundo inteiro, através do repertório de nomes como Bruno Mars, Beyoncé e The Weeknd. “Não sei se a minha música influenciou esses artistas. Mas, se influenciou, fico muito feliz”, afirma.
“Acho que finalmente os negros estão aproveitando a colheita, os frutos do seu trabalho. Eles agora estão sendo reconhecidos e recebendo o que é deles. Acho isso maravilhoso.”
Com mais de 600 mil seguidores no X (antigo Twitter), Dionne aderiu à rede social, entre outros motivos, para se manter conectada com os jovens artistas do pop que ela admira, mas se recusa a aconselhá-los. “Eu não dou conselhos, ninguém aceita mesmo”, brinca.
Atualmente, ela está mais interessada em decidir o que irá fazer depois de diminuir o ritmo de trabalho após a “One Last Time”, turnê que apresenta no Brasil. Não será uma despedida dos palcos, mas a cantora diz que pretende passar a se dedicar apenas a projetos pontuais, desacelerar um pouco.
A série de shows ainda passará pelos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. No Brasil,. Dionne cantará em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.

Fonte da Máteria: g1.globo.com