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Dólar recua a R$ 5,66, após falas de Haddad sobre fiscal e prévia da inflação; Ibovespa sobe


A moeda norte-americana caiu 0,52%, cotada a R$ 5,6629. O principal índice de ações da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 0,65%, aos 130.067 pontos. Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar inverteu o sinal positivo visto pela manhã e fechou em queda nesta quinta-feira (24), conforme investidores repercutiam novas falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad e do presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto.
Durante coletiva de imprensa sobre a trilha de finanças do G20, Haddad defendeu o fortalecimento do arcabouço fiscal brasileiro, reafirmando a necessidade de mostrá-lo como crível no médio e longo prazo. (Entenda mais abaixo)
Além disso, o mercado seguiu de olho na divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do mês. Em outubro, o índice teve uma alta de 0,54%.
No exterior, a corrida presidencial norte-americana e balanços corporativos ficaram no radar.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
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Dólar
Ao final da sessão, o dólar caiu 0,52%, cotado a R$ R$ 5,6629. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 0,62% na semana;
avanço de 3,97% no mês;
ganho de 16,70% no ano.
No dia anterior, a moeda norte-americana teve queda de 0,08%, a R$ 5,6923.

O
Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em alta de 0,65%, aos 130.067 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,33% na semana;
perdas de 1,33% no mês;
recuo de 3,07% no ano.
Na véspera, o índice teve uma queda de 0,55%, aos 129.233 pontos.

O que está mexendo com os mercados?
Com mais uma trilha de finanças do G20 no radar, o principal destaque desta quinta-feira (24) ficou com as novas falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Ao lado do presidente do BC, Roberto Campos Neto, o ministro defendeu o fortalecimento do arcabouço fiscal brasileiro, voltando falar sobre a necessidade de o governo conseguir torná-lo crível no médio e longo prazo.
Na véspera, Haddad já havia afirmado que um fortalecimento do arcabouço fiscal é o melhor “remédio” para o momento que o país vive, ressaltando que vai discutir iniciativas relacionadas ao tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para o ministro, esse fortalecimento, que buscará adequar receitas e despesas aos parâmetros estabelecidos pela regra fiscal, viabilizará uma melhora das expectativas de mercado para as contas públicas.
Após a adoção de uma série de medidas arrecadatórias, a equipe econômica vinha sendo pressionada a adotar iniciativas pelo lado das despesas e prometeu que, após o segundo turno das eleições municipais, vai apresentar projetos de controle de gastos.
O tema também tem sido abordado de maneira frequente pelo BC como fator de influência na política monetária. Na véspera, o presidente da instituição voltou a afirmar que as expectativas desancoradas de inflação (quando as projeções do mercado estão longe da meta do BC) e o patamar atual dos prêmios de risco do país preocupam muito a autoridade monetária.
“Temos que fazer a inflação convergir para a meta, esse é o nosso mandato, e explicar como vamos fazer isso. Entendemos que às vezes, no curto prazo, temos que adaptar a linguagem, mas esse é o nosso foco e nossa missão”, disse Campos Neto, em evento promovido pelo banco UBS em Washington, nos EUA.
Tendo as preocupações fiscais como pano de fundo, a prévia da inflação oficial do país, divulgada hoje, também ficou sob os holofotes.
Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) subiu 0,54% em outubro, acelerando em relação ao mês anterior (0,13%) e também acima das expectativas do mercado (0,50%).
A prévia da inflação subiu puxada, principalmente, pelo forte avanço da energia elétrica residencial, que teve uma alta de 5,29% no mês, com a mudança da bandeira tarifária para a vermelha patamar 2, que adiciona um custo de R$ 7,87 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos.
O resultado acima do esperado reforça as expectativas dos investidores de que a Selic, taxa básica de juros, deve subir mais nos próximos meses. Atualmente, a taxa está em 10,75% ao ano.
Para André Valério, economista do Inter, o problema do IPCA-15 de outubro, para além da aceleração em relação ao mês anterior, foi a composição da alta, que mostrou avanços na inflação de serviços.
“Destacamos também a reversão na deflação de despesas pessoais, cujo resultado em setembro foi influenciado por campanhas de desconto em atividades de lazer. Além disso, observamos aceleração nos gastos com saúde devido ao reajuste autorizado pela ANS nos planos de saúde. Com isso, observou-se pressões sobre a inflação do núcleo e da inflação de serviços”, explica Valério.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, diz que a “inflação de serviços deve continuar pressionada pelo mercado de trabalho aquecido e por ganhos salariais acima da produtividade”, além da seca e outros fatores climáticos, que podem encarecer itens voláteis, como energia e alimentação.
“Os dados do IPCA-15 de hoje reforçam nossa visão de que Copom precisará seguir com o ciclo de alta da Selic nas próximas decisões, com ajustes de 0,5 ponto percentual nas reuniões de novembro e dezembro”, destaca Claudia.
Já no exterior, investidores seguem atentos aos desdobramentos da corrida eleitoral norte-americana, que segue acirrada.
Os balanços corporativos do dia também seguem no radar. As ações da Tesla, por exemplo, impulsionavam os índices em Wall Street após a montadora divulgar uma previsão positiva para seus resultados. As ações da fabricante de veículos elétricos subiam mais de 10% na sessão.
*Com informações da agência de notícias Reuters

Fonte da Máteria: g1.globo.com