Pesquisar
Close this search box.
Notícias

Dólar tem forte alta e fecha a R$ 5,52, de olho em dados dos EUA e fiscal brasileiro; Ibovespa cai


A moeda norte-americana avançou 1,78%, cotada a R$ 5,5208. Já o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa, recuou 1,55%, aos 131.065 pontos. Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik
O dólar fechou em forte alta nesta sexta-feira (20), no último pregão de uma semana marcada pelo ajuste das apostas dos investidores sobre o futuro dos juros, em meio a importantes decisões de política monetária no Brasil e no mundo.
O avanço da moeda norte-americana — que marca o fim de uma sequência de 7 quedas seguidas — acompanha o sentimento global de aversão a risco, com a maioria dos índices internacionais no campo negativo.
Após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) ter iniciado o ciclo de cortes de juros no país na última quarta-feira (18), com uma redução de 0,50 ponto percentual (p.p.) — levando o intervalo para 4,75% a 5% ao ano —, os investidores voltam as atenções para novas falas de dirigentes da instituição.
A expectativa, segundo analistas, é por indicações sobre o próximo passo do Fed na condução dos juros da maior economia do mundo.
Copom eleva a Selic, EUA baixam os juros: saiba o que analistas esperam daqui para a frente
No Brasil, o mercado monitora a divulgação do novo Relatório Bimestral de Receitas e Despesas Primárias, em meio a contínuas incertezas com o quadro fiscal do país. A principal preocupação, segundo analistas, é que o governo volte a subestimar as despesas e a superestimar as receitas.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, por sua vez, fechou em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
O dólar subiu 1,78%, cotado em R$ 5,5208. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,83% na semana;
perda de 1,98% no mês;
avanço de 13,77% no ano.
Na véspera, a moeda caiu 0,70%, cotada em R$ 5,4241.

Ibovespa
O Ibovespa recuou 1,55%, aos 131.065 pontos. Na mínima do dia, chegou a 130.907 pontos.
Na véspera, o índice caiu 0,47%, aos 133.123 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,30% na semana;
recuo de 2,12% no mês; e
queda de 0,79% no ano.

O que está mexendo com os mercados?
Após uma semana movimentada no mercado financeiro, em que investidores repercutiram uma série de decisões de política monetária e recalibraram suas apostas sobre o futuro dos juros no mundo, o mercado abriu a sessão desta sexta-feira de olho nos dirigentes do Federal Reserve.
Apesar de a instituição ter decidido por um corte de 0,50 p.p. na reunião da última quarta-feira (18), a maior parte do mercado passou a prever uma redução no ritmo a partir da próxima reunião, em novembro — resultado dos dados de atividade e inflação ainda fortes no país.
Dados da ferramenta FedWatch, do CME Group, por exemplo, indicam que os investidores enxergam 59,8% de chance de que a próxima redução por parte do Fed seja de 0,25 p.p..
No exterior, o mercado também continua a repercutir as decisões de política monetária dos bancos centrais do Japão, da China e da Inglaterra.
“O dia foi marcado por um sentimento global de aversão a risco, com a maioria dos índices lá fora também negativos”, diz Jennie Li, estrategista de ações da XP. “E é um dia de correção após os mercados subirem, refletindo o corte de juros pelo Fed.”
Já no noticiário doméstico, o destaque do dia fica com o novo relatório de receitas e despesas do governo. Segundo analistas da XP Investimentos, o documento deve indicar que o governo está próximo de atingir o limite inferior do intervalo de tolerância da meta de resultado primário, de déficit de US$ 28,8 bilhões.
“Porém, a revisão do cenário macroeconômico (sobretudo o crescimento mais forte do PIB) e a inclusão de novas medidas não-tributárias – como dividendos extraordinários de empresas estatais e apropriação de depósitos judiciais – devem reforçar as receitas nos próximos meses”, disseram os analistas em relatório.
“Além disso, acreditamos que o relatório bimestral de setembro apresentará um bloqueio adicional de despesas ao redor de R$ 5 bilhões, já que a revisão altista em benefícios previdenciários deve ser compensada apenas parcialmente por outros gastos”, acrescentaram.
Os dados do novo relatório também são importantes para ajudar na recalibragem do mercado sobre as apostas de juros.
Na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 p.p., dando destaque para o afastamento das projeções de inflação da meta do Banco Central — resultado da atividade ainda resiliente e das dúvidas acerca do quadro fiscal.
Com o aumento, a Selic ficou em 10,75% ao ano. Juros maiores tornam os processos de tomada de crédito mais caros para a população e as empresas, o que tende a diminuir o consumo, os investimentos em expansão e desaquecer o mercado de trabalho.
Jennie Li, da XP, destaca que a taxa de juros brasileira e os receios em relação aos gastos do governo foram os fatores internos que colaboraram com o resultado dos mercados nesta sexta-feira.
“O mercado está preocupado que a Selic possa subir mais daqui adiante. E há preocupações com o fiscal. Esses dois fatores também pressionaram os ativos domésticos”, conclui.

Fonte da Máteria: g1.globo.com