Desenvolvedora de chips de inteligência artificial fez fama primeiro nos jogos e virou a número 1 entre empresas listadas na bolsa de valores na última terça (28). Pessoa passa por painel com logomarca da Nvidia na Computex em Taiwan em junho de 2024
Ann Wang/Reuters
A alta demanda por chips usados em inteligência artificial fez da Nvidia, que domina o segmento, a empresa mais valiosa do mundo na última terça-feira (18), entre as listadas em bolsa de valores.
A companhia americana foi avaliada em US$ 3,33 trilhões (o equivalente a R$ 18 trilhões), superando a Microsoft e a Apple.
Com isso, o cofundador e presidente-executivo da empresa, o taiwanês Jensen Huang, passou a ser o 11º mais rico do mundo, segundo a Forbes, com uma fortuna de US$ 118,7 bilhões.
Entenda nesta reportagem:
O que faz a Nvidia?
Por que a Nvidia está crescendo?
Quem comanda a Nvidia?
O que vem por aí?
O que faz a Nvidia?
A Nvidia fabrica chips usados para treinar modelos de inteligência artificial, como o do ChatGPT, que exigem muita capacidade computacional. Entre os clientes da empresa, estão praticamente todas as gigantes da tecnologia, como Microsoft, Google, Amazon, Meta e Spotify.
A companhia controla cerca de 80% do mercado de chips de inteligência artificial de ponta, segundo a Reuters.
Seus principais produtos neste setor são as unidades de processamento gráfico (GPU, na sigla em inglês) H100 e A100.
E a fabricação de chips vai além da inteligência artificial: a Nvidia produz versões para computadores pessoais desses componentes, importantes especialmente para o funcionamento de games. Foi nesse setor, inclusive, que a empresa ficou mundialmente conhecida.
Principal produto da Nvidia, o H100, é de longe o microchip mais demandado do setor e custa dezenas de milhares de dólares por unidade. Segundo a empresa especializada TrendForce, o ChatGPT requer cerca de 30 mil GPUs para funcionar.
“Os GPUs são mais difíceis de encontrar do que drogas”, ironizou no ano passado Elon Musk, fundador da Tesla, em um evento organizado pelo “Wall Street Journal”.
A Nvidia concebe seus processadores, mas não os fabrica em um local próprio, assim como fazem a AMD ou a Apple. A maior parte de seus produtos é fabricada pela Taiwan Semiconductor Manufacturing Company, ou TSMC, referência mundial nesse setor.
🎮🎮🎮 Antes de dominar os chips de inteligência artificial, a empresa era completamente dedicada às placas de vídeo, que servem para melhorar a qualidade dos gráficos em jogos e vídeos.
Como escolher uma placa de vídeo para jogar
A Nvidia lançou sua primeira GPU em 1999, com o boom da internet, e desenvolveu produtos para “data centers”, infraestruturas deslocalizadas que permitem a uma empresa obter uma potência de processamento de dados reservada até então a pesquisadores ou grandes empresas tecnológicas.
As duas principais concorrentes da Nvidia no mercado de placas gráficas são duas empresas americanas: AMD (Advanced Micro Devices) e Intel. Mas, segundo a consultora Jon Peddie Research, a Nvidia produziu 88% das GPUs autônomas entregues no mundo no primeiro trimestre de 2024.
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Por que a Nvidia está crescendo?
Os resultados da Nvidia são explicados principalmente pelos altos investimentos de outras companhias em sistemas de inteligência artificial.
“A Nvidia é uma das poucas que vende chips usados no treinamento de modelos de inteligência artificial como Llama 2 [da Meta] e GPT-4 [da OpenAI]”, disse ao g1 Matheus Popst, sócio da gestora de investimentos Arbor Capital, em fevereiro passado. “Agora, o mercado está tentando entender o quão grande será o mundo de IA”.
A construção desses sistemas depende de milhares de chips como o H100. A Meta, por exemplo, pretende chegar a 350 mil unidades do componente até o fim de 2024, segundo a Reuters.
O preço de cada H100 não é revelado pela empresa, mas gira entre US$ 16 mil e US$ 100 mil, ainda de acordo com a agência de notícias.
💰No 1º trimestre de 2024, a Nvidia reportou alta de 628% no lucro líquido, na comparação com o mesmo período do ano anterior, para US$ 14,9 bilhões (R$ 76,7 bilhões).
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Quem comanda a Nvidia?
O imigrante taiwanês Jen-Hsun Huang, que hoje é conhecido pelo nome Jensen Huang, fundou a Nvidia em 1993, junto com dois sócios. Atualmente, Huang é dono de cerca de 3% da companhia, que se entrou para a bolsa de valores em 1999.
O imigrante ex-lavador de pratos que fundou a Nvidia
Segundo a BBC, o nome da empresa mistura NV, para “nova/próxima visão” (a visão do que está por vir); VID, uma referência a vídeo — uma relação com as placas gráficas para computadores que foram o negócio que deu fama à empresa— e palavra “invidia”, que é usada em latim para se referir à inveja.
Jensen Huang, CEO da Nvidia
Eric Risberg/AP
Segundo a agência France Press, Huang é um empresário atípico, de modos diretos e aparência descontraída.
Assim como a vestimenta preta usada por Steve Jobs, cofundador da Apple, as roupas de couro que Huang frequentemente usa durante suas apresentações tornaram-se uma marca registrada.
Huang é partidário da “tolerância ao risco” e propenso a que uma empresa “seja suficientemente flexível para mudar de trajetória rapidamente”.
Pouco depois do nascimento da Nvidia, o grupo desistiu de um contrato com os fabricantes dos famosos consoles Sega, para se reorientar a um novo processador capaz de competir no mercado de computadores pessoais (PCs). Nessa mudança, a empresa quase faliu, segundo a AFP.
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O que vem por aí?
A Nvidia pode enfrentar um cenário menos favorável nos próximos meses: além de AMD e Intel, duas fabricantes tradicionais de chips, a empresa terá que lidar com o surgimento de componentes produzidos por seus clientes.
Microsoft, Google, Amazon e Meta são algumas das que já anunciaram planos de fabricar seus chips de inteligência artificial e se tornarem menos dependentes de terceiros.
A plataforma de chips de inteligência artificial (IA) de próxima geração da Nvidia se chama Rubin e será lançada em 2026, anunciou o presidente-executivo, Jensen Huang, no último dia 2.
Huang disse que a empresa agora planeja lançar uma nova família de chips de IA todos os anos, acelerando seu cronograma de lançamentos anterior de aproximadamente a cada dois anos.
A companhia planeja entrar em um novo setor, o de componentes sob medida para empresas de computação em nuvem. Segundo a Reuters, a ideia é criar uma alternativa de receita para contornar a redução dos gastos com chips de uso geral, como o H100.
Algumas empresas têm deixado esses componentes e apostado em chips personalizados conforme suas necessidades porque, entre outros fatores, a mudança ajuda a reduzir o consumo de energia e, consequentemente, os custos de operação.
O setor de chips personalizados para data centers deve crescer em 2024 e ser avaliado em US$ 10 bilhões (R$ 50 bilhões), segundo a Reuters. A alta deve continuar em 2025 e poderá contribuir para novos resultados expressivos da Nvidia.
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Fonte da Máteria: g1.globo.com