Mesmo sem chances reais, partidos de terceira via e candidatos independentes também estão na corrida à Casa Branca, como Jill Stein, do Partido Verde, Chase Oliver, do Partido Libertário, e Cornel West, que é independente. A democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump são os favoritos à Casa Branca nas eleições presidenciais deste ano, mas não os únicos a disputar o voto do eleitor americano. Partidos de terceira via e candidatos independentes também estão na corrida e, embora não tenham chances reais de vitória, podem ter impacto no resultado.
📊 As pesquisas de intenção de voto apontam praticamente para um empate entre Kamala e Trump, e a presença de outros nomes nas cédulas de votação pode fazer a balança pender para um dos lados.
🗳️ Em 2016, por exemplo, Jill Stein, candidata do Partido Verde que concorre neste ano também, foi acusada de atrapalhar o desempenho da democrata Hillary Clinton em três estados, fazendo com que Trump fosse eleito.
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E, nesta eleição, o Partido Democrata volta a se preocupar com Jill, em especial por conta do eleitorado árabe. Descontente com o posicionamento do governo Biden em relação ao conflito no Oriente Médio, esse público pode escolher a candidata do Partido Verde, que chegou até a ser presa em um ato pró-Palestina, tirando, assim, votos que podem fazer a diferença para Kamala.
Também estão na disputa Chase Oliver, do Partido Libertário, e Cornel West, que é independente. Mas há ainda outros nomes alternativos que vão aparecer nas cédulas de votação: de acordo com levantamento do site Ballotpedia, serão 24 no total, que variam conforme o estado.
👉 Como os Estados Unidos não têm um órgão eleitoral nacional como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no Brasil, cada estado americano faz as suas próprias regras, inclusive para determinar os candidatos que vão para as cédulas e em qual ordem.
Por isso, mesmo em uma eleição nacional, os candidatos a presidente da República não são os mesmos em todos os estados. Tirando os partidos Republicano e Democrata, que são os maiores e definem seus candidatos em primárias e caucus, as legendas menores precisam se qualificar e atender a requisitos mínimos, como ter recebido um determinado número de votos em eleições anteriores ou apresentar uma certa quantidade de assinaturas em apoio.
👉 Abaixo, saiba mais sobre os candidatos mais relevantes nas eleições de 2024:
Kamala Harris
Kamala Harris durante evento de campanha na Pensilvânia, em 16 de outubro de 2024
REUTERS/Evelyn Hockstein
Kamala Harris é a atual vice-presidente dos Estados Unidos e concorre pelo Partido Democrata. Ela foi indicada pela legenda para disputar as eleições deste ano após o atual presidente, Joe Biden, desistir de tentar a reeleição.
A democrata tem 60 anos e foi a primeira mulher a se tornar vice-presidente dos Estados Unidos. Se vencer, também se tornará a primeira mulher presidente.
Formada em Direito e Ciências Políticas, Kamala foi procuradora da cidade de São Francisco e, depois, do estado da Califórnia. Ela também foi senadora pelo estado entre 2017 e 2020.
Em 2020, ela chegou a se apresentar como pré-candidata à Casa Branca e liderou algumas pesquisas dentro do Partido Democrata. No entanto, perdeu apoio e desistiu por falta de recursos financeiros.
Depois, foi escolhida por Joe Biden para integrar a chapa dele à Casa Branca. A estratégia foi usada para atrair minorias, já que Kamala é negra e filha de imigrantes.
A opção por Kamala foi fundamental para a vitória de Biden, funcionando como um chamariz para convencer eleitores negros a votar no pleito de 2020.
Donald Trump
Trump fala em comício na Califórnia em 12 de outubro
AP Foto/Alex Gallardo
Donald Trump tem 78 anos e concorre pelo Partido Republicano. Empresário e bilionário, Trump já foi presidente dos Estados Unidos entre 2017 e 2021. Ele chegou a tentar a reeleição em 2020, mas foi derrotado por Biden.
Antes de chegar à Casa Branca, Trump construiu uma carreira empresarial de sucesso. O pai dele fez fortuna erguendo prédios nos bairros do Brooklyn e do Queens, em Nova York.
Em 1968, ele se formou em Economia na Escola Wharton da Universidade da Pensilvânia e, em seguida, sucedeu o pai no comando da empresa familiar.
Enquanto o pai dele construía casas para a classe média, Trump optou pelas torres luxuosas, hotéis, cassinos e campos de golfe. Já nos anos 1980, ergueu diversos empreendimentos em Nova York, incluindo a Trump Tower e o Trump Plaza.
A fama como grande empresário também fez com que ele fizesse aparições constantes na TV e no cinema. Nos anos 2000, apresentou a versão americana do programa “O Aprendiz”.
Como presidente, Trump foi criticado pela condução das políticas para o combate à pandemia de Covid-19 e pelo comportamento controverso. Ele também foi visto como uma ameaça à democracia ao não aceitar os resultados das eleições de 2020 e é réu em um processo na Justiça que investiga a invasão do prédio do Congresso dos EUA em janeiro de 2021.
Jill Stein
Jill Stein concorre à presidência dos EUA pelo Partido Verde
Divulgação
Jill Stein tem 74 anos e é a candidata do Partido Verde. Ela é médica formada pela Universidade de Harvard e conhecida pelo ativismo na saúde ambiental e combate às mudanças climáticas.
Em 1990, Jill passou a pesquisar a influência dos poluentes na saúde humana. A partir daí, começou a lutar por uma sociedade sustentável e auxiliou organizações não governamentais.
Ela liderou um movimento por limpar usinas de carvão em Massachusetts, o que resultou em padrões mais limpos para instalações do tipo em todo o país.
Ao longo da carreira, recebeu vários prêmios por saúde e proteção ambiental. Já como política, Jill concorreu à Presidência nas eleições de 2016, quando obteve 1,4 milhão de votos.
Ela recebeu mais votos no Michigan, em Wisconsin e na Pensilvânia do que a diferença pela qual Donald Trump derrotou Hilllary Clinton em cada um desses estados, garantindo a eleição do republicano naquele ano.
Por isso, ela é apontada por muitos democratas como a responsável pela vitória de Trump e acende novamente o alerta do Partido Democrata neste ano, principalmente com relação ao eleitorado árabe. Stein chegou a ser presa em um protesto pró-Palestina no Missouri em abril deste ano.
Chase Oliver
O candidato libertário Chase Oliver, durante debate em 2022
Ben Gray/AP
Chase Oliver tem 39 anos e é o candidato do Partido Libertário. Em 2022, ele foi apelidado pela revista “Rolling Stone” como o libertário mais influente dos Estados Unidos.
A carreira política de Oliver começou nos anos 2000, quando ele se opôs à Guerra do Iraque durante o governo de George W. Bush. Chegou a ser filiado ao Partido Democrata, mas mudou para os Libertários em 2010.
Oliver é abertamente homossexual e já disse ser “armado e gay”. Além de ser pró-armas, ele defende os direitos individuais contra o poder dos políticos e burocratas, além de reformas na polícia.
Em 2020, tentou ser eleito deputado pela Geórgia, mas acabou recebendo poucos votos. Dois anos depois, concorreu ao Senado.
A campanha dele de 2022 teve boa projeção nacional, mas rendeu apenas 2% dos votos. Ainda assim, o resultado acabou fazendo com que houvesse segundo turno na disputa entre o candidato republicano e democrata ao Senado.
Cornel West
Cornel West disputa as eleições presidenciais dos EUA em 2024 como candidato independente
Reuters/Stephani Spindel
Cornel West tem 71 anos e possui uma candidatura independente. Ele é conhecido pelo trabalho como professor nas melhores universidades americanas, além de ser um ativista progressista.
West se formou em Harvard e tem mestrado em Filosofia, pela Universidade de Princeton. Ele também se tornou a primeira pessoa negra a receber um doutorado em Filosofia pela instituição.
Ao longo da carreira, West escreveu mais de 20 livros, sendo conhecido pela obra “Questão de Raça”. Ele também produziu três álbuns, trabalhando em colaboração com artistas como Prince e Jill Scott.
O professor afirma que resolveu entrar na disputa presidencial por acreditar que os Estados Unidos vivem uma crise de “falência moral e obscenidade espiritual”.
Segundo West, a candidatura dele representa uma alternativa ao império, supremacia branca, capitalismo, patriarcado e aos limites do sistema bipartidário dominado por corporações.
Como funcionam as eleições nos Estados Unidos
arte/g1
Fonte da Máteria: g1.globo.com