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Em 1º discurso após atentado, Trump afirma que a discórdia nos EUA precisa ser 'curada'


Fala do ex-presidente é a mais aguardada da convenção republicana, nesta quinta-feira (18). Trump foi oficializado como candidato do partido à Casa Branca. Donald Trump em convenção do partido republicano em 18 de julho de 2024
REUTERS/Evelyn Hockstein
O ex-presidente Donald Trump afirmou em seu primeiro discurso após ser alvo de um atentado que “a discórdia e a divisão” nos Estados Unidos precisam ser curadas. A fala do republicano era a mais esperada da convenção nacional do partido, na noite desta quinta-feira (18).
AO VIVO: Assista ao discurso de Donald Trump
Pela quarta noite consecutiva, Trump teve uma entrada grandiosa na arena onde acontece a Convenção Nacional Republicana, em Milwaukee. Ele apareceu novamente com um curativo na orelha direita, que ficou machucada após o atentado de sábado (13).
Antes do discurso, o Partido Democrata havia divulgado trechos do texto que seria lido por Trump. No entanto, o ex-presidente improvisou em vários momentos.
Durante o discurso, Trump:
relembrou o atentado na Pensilvânia;
pregou união nos Estados Unidos, mas criticou os democratas;
defendeu a proteção nas fronteiras e medidas para a política migratória;
fez promessas para economia e controle da inflação;
falou sobre a guerra na Ucrânia e no Oriente Médio.
Leia os destaques em detalhes ao longo da reportagem.
Trump já foi oficializado como candidato do Partido Republicano na eleição presidencial marcada para novembro. O vice na chapa será J.D. Vance, atual senador por Ohio.
A campanha do ex-presidente disse que ele resolveu escrever um novo discurso após o ataque. O texto deve defender a união entre os norte-americanos e ter um tom mais presidenciável.
Nos últimos dias, Trump se limitou a apenas fazer posts em suas redes sociais.
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Atentado
Em seguida, Trump começou a falar sobre o atentado que sofreu na Pensilvânia, no sábado (13). Ele afirmou que está será a única vez que ele comentará o assunto, por ser “muito doloroso”.
Ele agradeceu ao povo norte-americano pelo apoio dado após o ataque e afirmará que ficou a menos de um centímetro da morte.
Trump relatou que estava falando sobre um gráfico de imigração, quando se virou. Em seguida, ele ouviu um barulho de tiro e viu sangue ao levar a mão à orelha.
O ex-presidente agradeceu aos agentes do Serviço Secreto pela proteção e disse que sentiu a presença de Deus após o atentado.
“Se eu não tivesse virado a cabeça naquele momento, aquele assassino teria atingido o seu alvo. E nós não estaríamos juntos aqui hoje. […] Eu não deveria estar aqui essa noite. Estou aqui diante de vocês devido à graça de Deus.”
Trump disse que fez um aceno ao público para demonstrar que estava bem e resolveu pedir para que as pessoas lutassem.
O ex-presidente também relatou que conversou com as duas vítimas que se feriram no atentado. Em seguida, Trump levantou o capacete do bombeiro Corey Comperatore, que morreu no ataque, e fez uma homenagem. O republicano anunciou ajuda financeira à família.
“Apesar de um ataque tão hediondo, nos unimos esta noite mais determinados do que nunca. Nossa determinação está intacta e nosso propósito permanece o mesmo: entregar um governo que sirva ao povo americano.”
União
Trump defendeu a união, afirmando que todos são cidadãos de um mesmo país e que a eleição presidencial será sobre como resolver os problemas enfrentados pelos Estados Unidos.
“Estou concorrendo para ser presidente de toda a América, não de metade. Não há vitória em ganhar por metade da América.”
O republicano também fez um aceno à diversidade, citando até mesmo o partido democrata e imigrantes.
“A cada cidadão, seja jovem ou velho, homem ou mulher, democrata, republicano ou independente, negro ou branco, asiático ou hispânico, estendo a vocês uma mão de lealdade e amizade.”
No entanto, Trump disse que o Partido Democrata usa a Justiça dos Estados Unidos como arma e alegou que sofre um “caça às bruxas” por parte dos opositores.
Imigração
O discurso divulgado pelo Partido Republicano aponta que Trump prometerá fronteiras seguras, se for eleito. Ele deve afirmar que reestabelecerá a lei e a ordem, além do patriotismo.
“Temos uma crise de imigração ilegal. Uma invasão massiva em nossa fronteira sul que espalhou miséria, crime, pobreza, doença e destruição em comunidades por todo o nosso território.”
Trump deve prometer fechar a fronteira com o México e finalizar a construição de um muro entre os dois países. A obra foi iniciada na gestão dele, entre 2017 e 2021.
O ex-presidente dirá que as cidades dos Estados Unidos estão “inundadas de imigrantes ilegais”, e que os americanos estão sendo “expulsos”.
“Eles [imigrantes] estão vindo de prisões e cadeias, de instituições mentais e asilos, e terroristas em níveis nunca antes vistos.”
“Os criminosos do mundo estão vindo para cá, para uma cidade perto de você, e estão sendo enviados por seus governos, porque seus governos são mais espertos que o nosso”, defenderá.
Economia e inflação
Trump deve fazer críticas à gestão do presidente Joe Biden. O texto divulgado pelo Partido Republicano indica que ele afirmará que os preços subiram durante o governo democrata e que trabalhos foram cortados.
Em seguida, o ex-presidente prometerá cortes de impostos e nos custos para a produção de energia. Ele também deve afirmar que acabará com uma política de incentivo à fabricação de carros elétricos, o que vai contra modelos de transição energética do atual governo.
“Sob meu plano, os rendimentos vão disparar, a inflação vai desaparecer, os empregos vão voltar com força total, e a classe média vai prosperar como nunca antes.”
Guerra na Ucrânia e no Oriente Médio
Trump deve prometer acabar com as guerras na Ucrâna e no Oriente Médio. O ex-presidente prometerá trazer paz e estabilidade para o mundo e afirmará que nenhum conflito foi iniciado durante a gestão dele.
O texto divulgado pelo Partido Republicano aponta que Trump classificará a retirada das tropas dos Estados Unidos do Afeganistão como “desastrosa”.
“Encorajados por aquele desastre, a Rússia invadiu a Ucrânia. Israel sofreu o pior ataque de sua história. Agora a China está cercando Taiwan, e navios de guerra e submarinos nucleares russos estão operando a 60 milhas de nossa costa, em Cuba.”
Ele também prometerá que o Hamas pagará um “preço alto” se os reféns mantidos pelos terroristas não forem libertados até que ele assuma a presidência.
Relembre o atentado
Comício de Trump é interrompido após tiros, na Pensilvânia
Trump estava fazendo um comício na cidade de Butler, na Pensilvânia, quando foi alvo do atentado. Um vídeo registrou o exato momento em que o ex-presidente reage ao ouvir tiros de arma de fogo. Um espectador morreu e outros dois ficaram feridos. Veja acima.
Durante os disparos, Trump levou a mão à orelha e se abaixou. Na sequência, agentes do Serviço Secretos dos Estados Unidos protegeram o republicano.
Ele foi retirado do local instantes depois. Antes, acenou para o público e apareceu com a orelha ensanguentada. Trump foi levado para o hospital e recebeu alta cerca de três horas depois.
O ex-presidente fez uma publicação horas após o atentado em uma rede social para comentar o ocorrido.
“Eu levei um tiro que atingiu o pedaço superior da minha orelha direita. Eu soube imediatamente que algo estava errado quando ouvi um zumbido, tiros e imediatamente senti a bala rasgando a pele. Sangrou muito, e aí me dei conta do que estava acontecendo”, escreveu Trump.
O atirador foi identificado como Thomas Matthew Crooks. Ele tinha 20 anos e foi morto por um sniper do Serviço Secreto dos Estados Unidos. Com ele, as autoridades encontraram um fuzil AR-15.
O FBI está investigando a motivação do atentado. Celulares e equipamentos eletrônicos de Crooks estão sendo analisados. As autoridades já revelaram que o atirador pesquisou sobre informações e datas envolvendo Trump e Biden.
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Fonte da Máteria: g1.globo.com