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Em carta a Biden, 30 ex-chefes de Estado dizem que Maduro tenta ganhar tempo e rejeitam ideia de novas eleições na Venezuela


Documento assinado nesta sexta-feira (16) pede para que presidente dos EUA ajude a frear opressão na Venezuela. Carta foi assinada por ex-presidentes, como Maurício Macri e Álvaro Uribe. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Scott Olson/ Getty Images via BBC
Em uma carta enviada ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, trinta ex-chefes de Estado afirmam que Nicolás Maduro está buscando ganhar tempo e se aproveita do controle que tem sobre as autoridades venezuelanas para permanecer no poder. Além disso, o grupo rejeitou a ideia de novas eleições no país.
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O documento foi assinado nesta sexta-feira (16) por integrantes do grupo Ideia. Entre os membros da organização estão os ex-presidentes Álvaro Uribe, da Colômbia, Guillermo Lasso, do Equador, e Maurício Macri, da Argentina.
“É possível repetir eleições ou promover a convivência dos venezuelanos, um povo decente e vítima das suas forças democráticas, com os responsáveis ​​pela execução de crimes contra a humanidade investigados e em fase final pelo Tribunal Penal Internacional?”, afirma o grupo.
A ideia de novas eleições foi ventilada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e apoiada por Gustavo Petro, da Colômbia. Biden foi questionado sobre a sugestão e chegou a dizer que concordava. Depois, a Casa Branca esclareceu que o norte-americano não tinha entendido a pergunta.
Na carta, os ex-chefes de Estado elogiaram a decisão de Biden de não reconhecer a vitória de Nicolás Maduro, além de não ter aceitado a proposta de um novo pleito.
As eleições na Venezuela terminaram com o Conselho Eleitoral Nacional declarando Nicolás Maduro vencedor. Entretanto, a oposição afirma que o candidato Edmundo González venceu por ampla vantagem, com base em dados das atas impressas pelas urnas.
Desde então, uma onda de protestos tomou conta da Venezuela, resultando em mortes e dezenas de prisões.
O grupo denunciou que o regime de Maduro está reprimindo as forças democráticas e o povo venezuelano de forma indiscriminada, o que representa um “verdadeiro ataque ao direito democrático interamericano”.
O documento afirma ainda que a Suprema Corte da Venezuela é “incompetente”. Atualmente, os juízes estão conduzindo uma auditoria nos resultados das eleições. Os ex-chefes de Estado também criticaram as autoridades eleitorais.
“E este [Poder Eleitoral], até agora, não realizou escrutínio nem imprimiu registos, e manteve o material eleitoral escondido durante semanas, desconhecido do país e do mundo, e consumando uma violação contínua e agravada do Estado de Direito enquanto órgão constitucional.”
Por fim, o grupo pediu para que Biden colabore ativamente para frear o “Estado policial e repressor” de Maduro. O fórum também quer que os Estados Unidos reconheçam a vitória do oposicionista Edmundo González nas eleições de 28 de julho.
No dia 5 de agosto, os ex-chefes de Estado também enviaram uma carta a Lula, pedindo para que o presidente assegure o compromisso com a democracia na Venezuela e pressione Caracas.
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Pressão internacional
Nesta sexta-feira, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou uma resolução exigindo que a Venezuela publique as atas com o resultado das eleições.
O texto também determina que a Venezuela respeite o princípio da soberania popular, possibilitando a verificação imparcial dos resultados das eleições para garantir transparência e legitimidade ao pleito.
Apesar da aprovação, o texto não deve ter efeito prático, uma vez que a Venezuela deixou a OEA em 2019.
Além disso, também nesta sexta, um grupo composto por Estados Unidos, União Europeia e mais 21 países publicou uma declaração conjunta para pedir a divulgação das atas eleitorais pelo Conselho Nacional Eleitoral venezuelano.
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Fonte da Máteria: g1.globo.com