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EUA avisam Irã sobre retaliação e 'golpe devastador' em caso de ataque a Israel, diz jornal


Autoridades americanas afirmaram ao jornal ‘The Wall Street Journal’ que os EUA mandaram mensagens diretas e indiretas aos iranianos nos últimos dias alertando sobre um risco ‘extremamente alto’ de escalada sem precedentes na região em caso de ataque do Irã a Israel. Ali Khamenei x Benjamin Netanyahu
Montagem g1/Reuters/AFP
Os Estados Unidos avisaram o Irã que estão prontos para agir em resposta a um ataque iraniano a Israel e que poderia aplicar um “golpe devastador” ao país, segundo uma autoridade americana ouvida pelo jornal “The Wall Street Journal”.
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Segundo o jornal, a autoridade disse que o governo americano mandou diversas mensagens, diretas e indiretas, ao Irã em que fala sobre um risco “extremamente alto” de uma escalada sem precedentes no Oriente Médio caso o governo do líder supremo Ali Khamenei realize um bombardeio direto a Israel.
“Os Estados Unidos enviaram uma mensagem clara ao Irã de que o risco de uma grande escalada é extremamente alto, caso realizem um ataque retaliatório significativo contra Israel”, afirmou o funcionário.
A mensagem americana não teria sido uma ameaça aos iranianos, e sim um aviso sobre os riscos de provocar uma robusta resposta militar de Israel. Segundo a autoridade americana, as mensagens dos EUA também alertaram o Irã de que “há um sério risco de consequências para a economia do Irã e a estabilidade de seu governo recém-eleito se seguir por esse caminho”.
Os EUA têm atuado para amenizar as de tensões no Oriente Médio entre Israel e Irã, que se acirraram na semana passada após os assassinatos dos chefes dos grupos terroristas Hezbollah e Hamas, aliados dos iranianos.
Israel foi culpada por ambos os ataques, mas não assumiu a autoria do assassinato de Ismail Haniyeh, do Hamas, que ocorreu em solo iraniano. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse apenas que seu país deu “golpes esmagadores” em aliados do Irã. (Leia mais abaixo)
Segundo o jornal americano, os EUA também deixaram claro que estão prontos para usar a força para defender Israel, assim como fizeram da última vez que o Irã atacou os israelenses, em abril, quando mais de 300 mísseis e drones foram disparados ao território israelense. Caças furtivos F-22 foram implantados em uma base no Oriente Médio, informou o Comando Central dos EUA na quarta-feira.
Além disso, os EUA enviaram na semana passada cruzadores e destroieres da Marinha para a região do Oriente Médio, assim como um esquadrão adicional de caças, segundo o Pentágono. As embarcações têm capacidade de defesa contra mísseis balísticos, de acordo o departamento de Defesa americano.
Também nesta quinta, o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, afirmou na rede social X (antigo Twitter) que ligou para o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, para informá-lo sobre ajustes na postura das forças dos EUA e reforçar o apoio “inabalável à defesa de Israel”.
“Os caças F-22 dos EUA que chegaram à região hoje (nesta quinta) representam um dos muitos esforços para desencorajar a agressão, defender Israel e proteger as forças dos EUA na região. Também destaquei a importância de concluir um acordo de cessar-fogo em Gaza que libere os reféns”, afirmou Lloyd Austin.
Irã e Hezbollah prometem resposta
As mortes dos grupos aliados ao Irã enfureceram o país, que prometeu uma retaliação “rápida e pesada”. O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo iraniano, teria ordenado um ataque direto a Israel, segundo o jornal “The New York Times”. Segundo um diplomata iraniano, “Israel cruzou todas as linhas vermelhas” com os assassinatos dos comandantes do Hezbollah e do Hamas.
Há a expectativa que esse ataque retaliatório aconteça nos próximos dias. Autoridades do governo americano ouvidas pelo jornal “The Washington Post”, acreditam que desta vez o ataque do Irã possa ser “mais repentino, de maior escala e mais prolongado”, possivelmente durando vários dias em vez de várias horas.
O grupo terrorista libanês Hezbollah também prometeu um ataque retaliatório “quaisquer sejam as consequências”. Ainda não se sabe se um ataque a Israel aconteceria coordenado entre o Irã e seus aliados ou se viria de forma separada. Os Houthis, do Iêmen, também prometeram se juntar ao ataque.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel vai se defender e que vai cobrar um preço alto por qualquer agressão contra o país. Um conflito aberto entre Israel e Irã pode ser a maior guerra no Oriente Médio desde a 2ª Guerra Mundial, segundo especialistas.
Uma guerra entre Israel e Irã poderia arrastar potências militares mundiais como os EUA, maiores aliados de Israel, e a Rússia, maior aliado dos iranianos.

Fonte da Máteria: g1.globo.com