Comunicado declarou que a Força Aérea israelense bombardeou e eliminou o comandante da brigada de Khan Younis do Hamas, Rafa Salama, na zona de Khan Younis. Ataque de Israel contra dois comandantes do Hamas deixa 90 mortos em Gaza
O Exército de Israel anunciou, neste domingo (14), que matou um alto comandante do Hamas em um bombardeio no sul da Faixa de Gaza no sábado, quando um ataque israelense na área de Khan Younis deixou pelo menos 90 palestinos mortos, segundo as autoridades de saúde locais. O fato colocou em dúvida as negociações de cessar-fogo.
O ataque tinha Mohamed Deif como alvo e matou Rafa Salama, comandante da brigada Khan Younis do Hamas, disseram os militares israelenses. Porém, não houve confirmação sobre o destino de Deif. Declaração do exército israelense acrescentou que Salama era um dos “cúmplices próximos de Mohamed Deif, comandante da ala militar do Hamas”. Ambos foram apresentados como “dois mentores do massacre de 7 de outubro”.
Na data mencionada pelo Exército, os combatentes do Hamas efetuaram um grande ataque no sul de Israel, que desencadeou a guerra em Gaza.
“O bombardeio foi feito em uma zona fechada administrada pelo Hamas”, declarou o Exército israelense, afirmando que “a maioria das vítimas eram terroristas”.
Segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, território governado pelo Hamas, 92 pessoas morreram no sábado no bombardeio israelense contra o campo de deslocados de Al-Mawasi, perto de Khan Younis. A maioria das vítimas são mulheres e crianças, segundo um comunicado divulgado neste domingo.
Na noite de sábado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que não existe “nenhuma certeza” de que Deif e Salama tenham sido “eliminados”.
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Uma autoridade sênior do Hamas disse neste domingo que o grupo islâmico não se retirou das negociações de cessar-fogo com Israel depois dos ataques mortais deste fim de semana em Gaza.
Porém, Izzat El-Reshiq, membro do gabinete político do Hamas, acusou Israel de tentar dificultar os esforços dos mediadores árabes e dos Estados Unidos para chegar a um acordo de cessar-fogo, intensificando os seus ataques.
Nos últimos dias, houve sinais esperançosos de que se chegaria a um acordo para acabar com os combates e devolver os reféns mantidos em Gaza.
Duas fontes de segurança egípcias que fazem parte das negociações de cessar-fogo em Doha e no Cairo disseram no sábado que, depois de três dias de intensas conversas, as discussões foram interrompidas.
Era esperado que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reunisse seu círculo próximo de ministros ainda neste domingo para discutir as negociações.
“O ataque em Khan Younis foi resultado de inteligência cirúrgica”, disse o chefe do serviço de segurança doméstica Shin Bet em vídeo divulgado pelo serviço desde Rafah. Segundo ele, 25 agentes do Hamas que participaram do ataque de 7 de outubro que desencadeou a guerra foram mortos na semana passada.
No sábado, uma autoridade sênior do Hamas negou que Deif tivesse sido morto e o grupo disse que as alegações israelenses visavam justificar o ataque.
Neste domingo, as forças israelenses continuaram os bombardeios aéreos e terrestres contra várias áreas do território costeiro, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, a maioria já deslocada pela guerra.
Um ataque a uma escola administrada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no campo de Nuseirat, um dos oito campos de refugiados da Faixa de Gaza, matou 15 palestinos e feriu dezenas de pessoas, informaram as autoridades de saúde e meios de comunicação do Hamas.
Os militares de Israel disseram que o local foi usado como base para os combatentes do Hamas atacarem as forças israelenses e que várias medidas foram tomadas para reduzir o risco de ferir civis, como por exemplo, o uso de munições precisas e inteligência.
Moradores contaram que dois mísseis atingiram o andar de cima de uma escola, que fica próxima ao mercado local do campo de refugiados, geralmente ocupado por comerciantes e onde famílias deslocadas também se abrigam.
No início do domingo, ataques aéreos israelenses contra quatro casas na Cidade de Gaza mataram pelo menos 16 palestinos e feriram dezenas de pessoas, disseram médicos.
O Ministério da Saúde de Gaza informou que, desde o início da guerra em outubro, pelo menos 38.584 palestinos morreram e 88.881 ficaram feridos na ofensiva militar de Israel. O último ataque na Faixa de Gaza deixou 141 palestinos mortos, o maior número de mortos em um dia em muitas semanas.
O Ministério da Saúde de Gaza não faz distinção entre combatentes e não-combatentes, mas as autoridades dizem que a maioria dos mortos durante a guerra foram civis.
Israel perdeu 326 soldados em Gaza e afirma que pelo menos um terço das vítimas palestinas são combatentes.
A guerra entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro de 2023 quando um ataque liderado pelo grupo islâmico dentro de Israel matou 1.200 pessoas, a maioria civis, e fez cerca de 250 reféns para Gaza, segundo autoridades israelenses.
Fonte da Máteria: g1.globo.com