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Fed mantém juros dos EUA na faixa de 5,25% a 5,50%, mas sinaliza possível corte em setembro


Referencial permaneceu inalterado pela oitava reunião consecutiva. Esse continua sendo o maior nível das taxas desde 2001. Sede do Federal Reserve (Fed), Banco Central dos EUA.
REUTERS/Joshua Roberts
O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) decidiu manter os juros do país inalterados nesta quarta-feira (31), na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. A decisão foi unânime. Esse continua sendo o maior nível das taxas desde 2001.
A medida já era esperada pelo mercado, e veio após o comitê ter mantido o mesmo referencial na última decisão, em junho. Essa é a oitava reunião consecutiva de juros inalterados.
Em entrevista a jornalistas, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que um corte na taxa poderá “estar na mesa” já na próxima reunião do colegiado, em setembro. Isso se os dados econômicos do país caminharem conforme o esperado.
“As leituras de inflação do segundo trimestre aumentaram nossa confiança, e novos dados positivos fortaleceriam ainda mais essa confiança”, afirmou Powell.
O chefe do Fed destacou que a economia norte-americana está se aproximando do ponto em que será apropriado reduzir a taxa básica de juros do país. Mas ponderou: “Ainda não chegamos lá”.
Segundo Powell, nesta semana já houve “uma discussão real” no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) sobre o corte das taxas.

Com as falas do presidente do Fed, o mercado financeiro acredita em uma condução mais frouxa da política monetária (“dovish”, no jargão dos economistas).
“A não ser que os indicadores fujam muito da tendência apresentada nos últimos meses, entendemos que o Fed vá, sim, iniciar o processo de corte de juros no seu próximo encontro”, afirma Helena Veronese, economista-chefe B.Side Investimentos.
Pouco após o anúncio da decisão do Fed, chegaram a quase 90% as apostas de um corte de 25 ponto percentual (p.p.) em setembro.
‘Algum progresso’
No comunicado publicado nesta quarta, o Fomc afirmou que houve algum progresso adicional nos últimos meses em direção à sua meta de inflação, que é de 2%.
Apesar disso, voltou a afirmar que não considera apropriado reduzir o intervalo de juros até que tenha “maior confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável” para a meta.
Segundo o colegiado, a inflação diminuiu no ano passado, “mas continua um pouco elevada”.
O Fomc também destacou que está “preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado caso surjam riscos que possam impedir o alcance de seus objetivos”.
Sobre o mercado de trabalho, o comitê afirmou que “os ganhos no emprego permaneceram moderados e a taxa de desemprego subiu, mas continua baixa”. Disse ainda que “os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação continuam a se mover para um melhor equilíbrio”.
Por fim, o colegiado ponderou que a perspectiva econômica é incerta, e que segue “atento aos riscos para ambos os lados de seu mandato duplo”.
Reflexos dos juros norte-americanos
Os juros em níveis elevados nos Estados Unidos aumentam a rentabilidade dos Treasuries (títulos públicos norte-americanos). Isso se reflete nos mercados de ações e no dólar, com a migração cada vez maior de investidores para o país, em busca de melhor remuneração.
No cenário macroeconômico, os efeitos dos juros altos nos Estados Unidos também se refletem no longo prazo, indicando uma tendência de desaceleração econômica global, já que empréstimos e investimentos também ficam mais caros.
No Brasil, investidores seguem na expectativa pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que será divulgada no fim da tarde desta quarta.
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Fonte da Máteria: g1.globo.com