Campanhas do publicitário geraram hits para nomes como Skank, Fernanda Abreu e Tim Maia. Washigton Olivetto carrega a tocha das Olímpiadas de 2016 com Jorge Ben Jor
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♫ MEMÓRIA
♪ Prodígio da publicidade, Washington Olivetto (29 de setembro de 1951 – 13 de outubro de 2024) também pôs a notória genialidade a serviço da música brasileira, sobretudo nos anos 1990, década em que até foi editado disco, W/Hits (1994), com as gravações produzidas para campanhas criadas por Olivetto.
A morte do publicitário neste domingo, aos 73 anos, no Rio de Janeiro (RJ), traz à tona memórias musicais da criatividade de Olivetto, cuja agência W/Brasil chegou a ser nome do maior sucesso de Jorge Ben Jor nos últimos 30 anos, W/Brasil – Chama o síndico (1990). Sem falar que Ben Jor citou Olivetto em verso de Engenho de Dentro (1993).
Quem além de Olivetto conseguiria convencer o temperamental Tim Maia (1942 – 1998) a gravar Como uma onda (Lulu Santos e Nelson Motta, 1983) para comercial de marca de chinelos? A mesma campanha reapresentou País tropical (Jorge Ben Jor, 1969) com o toque da banda Paralamas do Sucesso.
Em 2004, a banda Skank – até então refratária a convites para campanhas publicitárias – aceitou o convite para regravar o reggae Vamos fugir (Gilberto Gil e Liminha, 1984) para comercial produzido pela agência de Olivetto. A versão fez tanto sucesso que entrou para o repertório do grupo mineiro, puxando a coletânea Radiola, editada naquele mesmo ano de 2004
Já a abordagem de Felicidade (Lupicínio Rodrigues, 1947) feita por Rita Lee (1947 – 2023) em 1993 jamais extrapolou o circuito publicitário após o fim da campanha, mas a gravação é exemplo do ótimo trânsito de Washington Olivetto nos bastidores da música brasileira.
Além do cachê polpudo, um cantor ou banda poderia ganhar um hit nacional se aceitasse participar de uma campanha do publicitário.
E falando em Rita Lee, Marina Lima gravou Nem luxo nem lixo (1980) para a mesma campanha em que Fernanda Abreu repôs na avenida, em 1996, o samba-enredo É hoje (Didi e Mestrinho), cantado pela escola de samba União da Ilha do Governador no Carnaval de 1982.
Enfim, a genialidade de Washington Olivetto ecoou e ainda ecoa forte na música do Brasil.
Fonte da Máteria: g1.globo.com