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Hamas acusa Israel de escalada e diz que negociações de cessar-fogo podem voltar à estaca zero


Chefe do grupo terrorista disse aos mediadores da trégua que responsabiliza o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e as ações do exército israelense em Gaza por um possível colapso nas negociações. No domingo (7), o Hamas havia flexibilizado seu posicionamento nos termos por um cessar-fogo. Líder do Hamas, Ismail Haniyeh.
AP Photo/Vahid Salemi, File
O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, acusou Israel nesta segunda-feira (8) de uma escalada nas ações guerra na Faixa de Gaza e disse que as negociações por um cessar-fogo na guerra podem voltar à estaca zero. No sábado (6), o grupo terrorista havia flexibilizado seu posicionamento nos termos por uma trégua.
A mensagem foi transmitida pelo canal do Hamas no Telegram. Segundo a nota, o grupo terrorista informou sua objeção aos mediadores das conversas de cessar-fogo –Estados Unidos, Egito e Catar.
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Haniyeh disse também aos mediadores que responsabiliza totalmente o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o Exército israelense por um possível colapso das negociações.
Ainda nesta segunda, o Hamas também acusou Netanyahu de colocar obstáculos nas negociações de cessar-fogo, e pediu aos mediadores que intervenham para interromper o que chamou de “manipulações e crimes” do líder israelense.
Tanques israelenses avançaram sobre a Cidade de Gaza após uma noite de bombardeios que, segundo autoridades de Gaza, mataram dezenas de pessoas, mesmo com as negociações para um acordo de cessar-fogo em um estágio avançado.
“Enquanto o movimento Hamas demonstra flexibilidade e positividade para facilitar a obtenção de um acordo para deter a agressão sionista, Netanyahu está colocando obstáculos adicionais no caminho das negociações ao escalar sua agressão e crimes contra nosso povo”, disse o grupo.
No domingo (7), um ataque aéreo israelense na Cidade de Gaza matou Ehab al-Ghussein, um alto oficial do governo do Hamas, segundo a Reuters.
O governo israelense não respondeu às declarações do Hamas até a última atualização desta reportagem.
A guerra na Faixa de Gaza entre Israel e Hamas foi desencadeada em 7 de outubro de 2023, quando combatentes do grupo terrorista atacaram o sul de Israel, matando 1.200 pessoas e tomando cerca de 250 reféns, segundo autoridades israelenses.
Desde então, ao menos 38 mil palestinos foram mortos em Gaza na ofensiva militar israelense, entre eles mulheres e crianças, e quase 90 mil ficaram feridos, segundo levantamento do ministério da saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, em atualização nesta segunda-feira.
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Flexibilização
O Hamas havia flexibilizado seu posicionamento neste sábado (6) sobre o que desejam para um possível cessar-fogo na guerra em Gaza. O que antes gostariam de uma interrupção permanente, um integrante do grupo extremista afirmou a Reuters que agora poderiam aceitar uma proposta temporária.
Diversos oficiais no Oriente Médio e nos EUA ouvidos pela Associated Press acreditam que o nível de devastação na Faixa de Gaza causado pela ofensiva israelense provavelmente ajudou a pressionar o Hamas a suavizar suas exigências por um acordo de cessar-fogo.
Um integrante do grupo disse que a pausa valeria somente se ocorresse durante a 1ª fase do projeto dos Estados Unidos voltado a trégua no conflito. As etapas, no entanto, ainda não tem data para acontecer.
Ao jornal norte-americano CNN, outro integrante declarou também que a interrupção poderia auxiliar na entrada de ajuda humanitária na região. A expectativa é que a pausa comece a valer no máximo 16 dias após a implementação do projeto norte-americano.
Hamas espera resposta de Israel sobre proposta de cessar-fogo
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Integrantes do Hamas afirmaram que agora aguardam a resposta de Israel sobre a nova proposta.
Uma autoridade palestina disse que o governo israelense está discutindo com o Catar sobre o assunto e que deve responder em alguns dias. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que as negociações devem continuar nessa semana, mas não deu nenhum cronograma detalhado.
De todo modo, Netanyahu declarou neste domingo que o possível acordo permitirá que Israel continue lutando até que todos os objetivos da guerra sejam atingidos. Ele não detalhou de que forma isso aconteceria.
Proposta do Hamas atrapalhou decisão de Israel
A resposta de Israel não aconteceu até o momento porque, apesar do Hamas ter aceitado a proposta de cessar-fogo dos EUA, havia sugerido algumas mudanças.
Por exemplo, antes, queriam um cessar-fogo permanente e a retirada das tropas de Israel da Faixa de Gaza — inclusive da cidade de Rafah. As sugestões, no entanto, foram vistas pelo secretário de Estado americano, Antony Blinken, como inviáveis.
O plano de três fases, apresentado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, visa libertar cerca de 120 reféns israelenses detidos pelo Hamas e um cessar-fogo inicial de seis semanas.

Fonte da Máteria: g1.globo.com