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Hamas diz que deu ordem a guardas para matar reféns caso exército de Israel chegue perto de esconderijos: 'Vão voltar dentro de caixões'


Grupo terrorista anunciou nesta segunda (2) atualização na orientação aos guardas dos reféns, que teria sido dada após resgate de quatro reféns em junho que matou 270 palestinos. Anúncio ocorre um dia após Israel ter recuperado os corpos de seis israelenses em Gaza. Segundo autópsias, eles foram mortos entre 48 e 72 horas antes de serem encontrados. Montagem mostra os seis reféns mortos. Na linha superior, da esquerda para direita: Hersh Goldberg-Polin, Ori Danino e Eden Yerushalmi; na linha inferior, da esquerda para direita: Almog Sarusi, Alexander Lobanov e Carmel Gat.
The Hostages Families Forum via AP
O grupo terrorista Hamas deu uma nova orientação para os guardas encarregados dos reféns israelenses que o grupo mantém na Faixa de Gaza: matá-los caso o Exército de Israel chegue perto de um dos esconderijos.
“Dizemos a todos de forma clara que novas instruções foram emitidas aos combatentes encarregados de guardar os prisioneiros sobre como lidar com eles caso o exército de ocupação se aproxime do local onde estão sendo mantidos. A insistência de Netanyahu em libertar os prisioneiros por meio de pressão militar, em vez de firmar um acordo, significará o retorno deles a suas famílias em caixões, e suas famílias terão de escolher entre mortos ou vivos”, disse Abu Obaida, porta-voz das Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas.
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Segundo o porta-voz do grupo terrorista, a nova instrução foi dada aos guardas após o resgate de quatro reféns israelenses em Nuseirat, na faixa central de Gaza, em junho. A operação de Israel foi acompanhada de bombardeios na região que geraram a morte de 270 palestinos. Um dos campos de refugiados da guerra em Gaza está em Nuseirat. Abu Obaida não entrou em detalhes específicos sobre as novas instruções aos guardas.
A divulgação da nova instrução ocorreu um dia após as Forças de Defesa de Israel (FDI) terem recuperado os corpos seis reféns israelenses em Rafah, no domingo (1º) e serviu para fazer pressão no governo israelense por um acordo de cessar-fogo na guerra. Segundo o Ministério da Saúde israelense, a autópsia dos corpos revelou que os seis morreram após terem sido baleados de uma curta distância entre 48 e 72 horas antes de serem encontrados.
Em seu comunicado, Abu Obaida também culpou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pela morte dos reféns e afirmou que o governo israelense “matou dezenas deles por meio de bombardeios aéreos diretos”.
A descoberta da morte dos reféns desencadeou uma onda de protestos por toda Israel e colocou pressão sobre Netanyahu. Há uma insatisfação popular com postura do governo diante das negociações por um cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza, que Israel trava contra o Hamas desde outubro de 2023.
Nesta segunda (2), Netanyahu pediu “perdão” por não ter conseguido salvar os seis reféns israelenses encontrados mortos e disse que o Hamas “pagará um preço muito alto’ pelas mortes”.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Netanyahu não está fazendo o suficiente para garantir acordo entre Israel e Hamas para a libertação de reféns. Uma nova rodada de negociações por uma trégua com troca de reféns está acontecendo desde meados de agosto, mas ainda há obstáculos significativos entre as partes.
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Netanyahu pede perdão
Benjamin Netanyahu em coletiva de imprensa
Ohad Zwigenberg/Pool via REUTERS
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu nesta segunda-feira (2) “perdão” aos parentes dos seis reféns israelenses encontrados mortos em Gaza e enterrados em Israel no domingo e nesta segunda-feira (2).
“Peço perdão por não tê-los trazido vivos. Estivemos perto, mas não conseguimos”, declarou Netanyahu em uma rara coletiva de imprensa.
Netanyahu ainda afirmou que o grupo terrorista Hamas “pagará um preço muito alto” pelas mortes e renovou sua recusa em retirar as tropas de Israel do Corredor Filadélfia, na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.
Segundo ele, o corredor é uma “tábua de salvação” para o Hamas:
“Temos que permanecer no Corredor da Filadélfia, é essencial para a segurança de Israel. Além disso, se sairmos, será difícil retornarmos. Este é um momento crítico para manter o corredor, sem o qual não seremos capazes de cumprir os objetivos da guerra”.
Protesto por acordo e resgate de reféns em Jerusalém
REUTERS/Ronen Zvulun
Pressão interna e internacional aumenta
Nesta segunda-feira (2), após a descoberta dos corpos, a pressão para que o governo israelense alcance um acordo pela libertação dos reféns mantidos em cativeiro pelo Hamas em Gaza aumento ainda mais.
Vários protestos foram registrados pelas ruas do país, a capital do país, e a confederação sindical Histadrut convocou uma greve nesta segunda.
A pressão também vem de fora. Mais cedo, ao ser questionado por um jornalista se Netanyahu estava fazendo o suficiente para conseguir um acordo de liberação de reféns, o presidente americano, Joe Biden, respondeu: “Não”.
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Fonte da Máteria: g1.globo.com