A identidade dos reféns mortos não foi revelada. O grupo terrorista havia dito no sábado que reféns haviam morrido por conta da operação em Nuseirat, em Gaza, que resultou no resgate de quatro israelenses. Segundo governo de Gaza, controlado pelo grupo terrorista, 247 palestinos também morreram em consequência da incursão israelense. Israel resgata 4 reféns vivos na Faixa de Gaza
O grupo terrorista Hamas disse neste domingo (9) que três reféns que estavam em seu poder, incluindo um cidadão dos Estados Unidos, foram mortos durante a operação do Exército de Israel que salvou quatro reféns no sábado em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza. A identidade dos reféns não foram reveladas.
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A informação veio de um comunicado das Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, divulgado no Telegram. No vídeo compartilhado é possível ver três corpos com o rosto borrado.
Logo após a operação no sábado, o grupo terrorista já havia dito que outros reféns haviam morrido por conta da operação israelense, mas não tinha quantificado. No comunicado deste domingo, o Hamas também não informou de que forma esses reféns teriam morrido — o Exército de Israel disse que o resgate foi feito sob intensa troca de tiros.
“Israel, ao cometer massacres horríveis, conseguiu libertar alguns dos seus reféns, mas matou outros durante a operação”, disse o porta-voz das brigadas Al-Qassam, Abu Ubaida.
O governo dos Estados Unidos não se manifestou até a última atualização desta reportagem.
A operação das Forças de Defesa de Israel (FDI) resgatou com vida quatro reféns que estavam sob poder do Hamas há oito meses. Veja abaixo quem eles.
No mesmo local onde o resgate foi feito, em Nuseirat, no centro do território palestino, 247 palestinos também morreram durante a operação e outros 698 ficaram feridos, alguns em estado grave, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas.
Um soldado israelense também foi morto durante a operação de resgate, que libertou neste sábado, com vida, quatro reféns que estavam sob poder do Hamas havia oito meses.
Ainda há cerca de 130 pessoas, entre os sequestrados pelo Hamas na invasão a Israel em 7 de outubro, sob poder do grupo.
O campo de refugiados de Nuseirat, onde o resgate foi feito, é uma das regiões mais populosas da Faixa de Gaza, e abriga famílias de palestinos que foram retiradas de territórios após a criação do Estado de Israel, em 1948.
O governo de Israel não havia comentado a afirmação do Hamas de que outros reféns foram mortos até a última atualização desta reportagem.
Já o vice-chefe da Jihad Islâmica palestina, Mohammad Al-Hindi, afirmou que a operação de Israel deste sábado não afetará as negociações para um acordo de cessar-fogo que estão em andamento entre o governo israelense e o Hamas.
Reféns libertados
Imagem dos quatro reféns do Hamas resgatados pelo Exército de Israel em 8 de junho de 2024.
Forças Armadas de Israel
Uma das resgatadas é a israelense Noa Argamani, de 26 anos, que apareceu em um vídeo sendo separada de seu namorado e levada em moto por terroristas durante o festival de música eletrônica atacado pelo Hamas em 7 de outubro. (Veja vídeo abaixo)
Os outros três resgatados são Almog Meir, de 21 anos, Andrey Kozlov, de 27 anos, e Shlomi Ziv, de 40 anos.
Em comunicado, as Forças Armadas israelenses afirmaram que os quatro estão “em bom estado de saúde”, mas foram levados a um hospital em Israel para exames, onde também reencontraram parentes.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também foi ao hospital cumprimentar os reféns.
Vídeo mostra israelense sendo sequestrada
PERFIL: Quem são os reféns resgatados pelo Exército israelense com vida em Gaza
Resgate
A israelense Noa Argamani, de 26 anos, no hospital com seu pai depois de ser libertada em 8 de junho de 2024; ela foi uma das sequestradas pelo Hamas em 7 de outubro
Forças Armadas de Israel
A operação para resgatar os sequestrados foi “complexa e difícil”, segundo o porta-voz do Exército israelense, Daniel Haagari. E terminou com a morte de um soldado israelense e 93 palestinos, segundo os dois lados.
Os quatro reféns, de acordo com Israel, estavam em dois cativeiros separados no centro de Nuseirat, um campo de refugiados palestinos no centro da Faixa de Gaza.
Segundo Haagari, houve intensa troca de tiros durante a operação de resgate, que foi planejada durante semanas.
“Foi uma missão de alto risco, conduzida sob a luz do dia. Estávamos sob fogo cruzado durante o todo o resgate, inclusive dentro dos prédios”, disse Haagari.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo, afirmou 93 pessoas morreram em Nuseirat e outras áreas no centro da Faixa de Gaza neste sábado durante a operação.
Em um comunicado, o Hamas afirmou que a libertação dos quatro reféns “é um sinal de fracasso, não uma conquista” — o grupo terrorista e o governo de Israel não está conseguindo chegar a um consenso para um acordo de cessar-fogo e libertação de todos os reféns.
Cerca de 130 reféns sequestrados durante a invasão do grupo ao sul de Israel em 7 de outubro permanecem sob poder dos terroristas.
Noa Argamani, sequestrada no festival Nova em 7 de outubro, foi resgatada pelas FDI
Aniversário sob cativeiro
Noa Argamani, uma das quatro reféns resgatadas na Faixa de Gaza.
Reprodução/Twitter
Nascida na China, Noa Argamani completou 26 anos dias depois de ser sequestrada. Na ocasião, sua família fez um apelo para que ela fosse libertada.
A mãe da jovem, a chinesa Liora Argamani, disse sofrer uma doença terminal e apelou aos terroristas que a deixassem ver sua filha antes de morre.
O primeiro-ministro israelenses, Benjamin Netanyahu, chegou a pedir ajuda ao governo da China para pressionar o Hamas pela sua libertação.
Em janeiro, a família recebeu uma prova de vida de Argamani: o Hamas divulgou um vídeo em que a jovem aparece pedindo que o Exército de Israel interrompa os bombardeios em Gaza, sob risco de que ela e outros dois reféns fossem executados.
No dia seguinte, em um novo vídeo, os terroristas exibiram uma nova gravação de Noa Argamani, dizendo que os outros dois reféns haviam sido mortos por ataques israelenses em Gaza.
Hamas divulga vídeo de três reféns
Fonte da Máteria: g1.globo.com