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Ibovespa volta aos 130 mil pontos, após diminuir a chance de recessão dos EUA; dólar cai a R$ 5,51


Principal índice de ações da bolsa encerrou em alta de 1,52%, aos 130.615 pontos. Já a moeda norte-americana recuou 1,07%, cotada em R$ 5,5146.
Karolina Grabowska/Pexels
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, fechou em alta e retornou aos 130 mil pontos nesta sexta-feira (9), conforme investidores se tranquilizaram com novos dados econômicos dos Estados Unidos. Na semana, houve alta de 3,78% — melhor período desde novembro de 2023.
O dólar teve baixa pelo quarto dia seguido e voltou para perto dos R$ 5,50. Além disso, recuou 3,41% na semana e teve a maior queda semanal desde 31 de março de 2023 (3,45%).
As novas divulgações ao longo da semana serviram para reduzir as tensões que se instalaram desde a sexta passada, quando o payroll, principal relatório de emprego norte-americano, veio bem abaixo do que o esperado. Os números causaram temor de que houvesse uma queda brusca da maior economia do mundo.
Na agenda doméstica, o IBGE divulgou os novos resultados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, considerado a inflação oficial do país) de julho. O indicador subiu 0,38% no mês, acelerando em relação a junho (0,21%) e acima das projeções do mercado financeiro (0,35%).
Por fim, investidores repercutem também prejuízo de R$ 2,605 bilhões da Petrobras no segundo trimestre. Esse foi o primeiro resultado negativo da estatal desde o terceiro trimestre de 2020, quando reportou prejuízo de R$ 1,5 bilhão.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
O dólar fechou em queda de 1,07%, cotado em R$ 5,5146. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,4916. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 3,41% na semana;
recuo de 2,47% no mês;
alta de 13,64% no ano.
Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,90%, cotada a R$ 5,5741.

Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta de 1,52%, aos 130.615 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
alta de 3,78% na semana;
avanço de 2,32% no mês;
perdas de 2,66% no ano.
Na véspera, o índice encerrou em alta de 0,90%, aos 128.661 pontos.

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O que está mexendo com os mercados?
O principal destaque desta sexta-feira (9), fica com a divulgação do IPCA, considerado a inflação oficial do país. Segundo o IBGE, o indicador registrou uma alta de 0,38% em julho. O resultado representa uma aceleração em relação ao mês anterior (0,21%) e veio acima do esperado pelo mercado (0,35%).
O maior impacto do mês veio do grupo Transportes, com alta de 1,82% e peso de 0,37 ponto percentual (p.p.) no índice geral. Quem mais influenciou foi a gasolina, que teve alta de 3,15% no mês e impacto de 0,16 p.p. A passagem aérea subiu 19,39% em julho, e peso de 0,11 p.p. no IPCA cheio.
Com isso, o país tem uma inflação acumulada de 4,50% em 12 meses, e chega ao teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No acumulado do ano, a alta é de 2,87%.
O resultado reforça a perspectiva de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) pode subir a taxa básica (Selic) em breve. Atualmente, os juros do país estão em 10,50% ao ano.
Na ata de sua última reunião, divulgada na semana passada, o colegiado indicou que não vai hesitar em elevar a Selic para converter a inflação à meta, caso julguem apropriado. Em falas recentes, o diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, reforçou que toda a diretoria da instituição está disposta a fazer o que for necessário para perseguir a meta de inflação.
Além disso, no mercado internacional, a busca por ativos de maior risco continuava em recuperação, em meio a redução dos temores sobre uma eventual recessão nos Estados Unidos. Os ânimos do mercado ficaram mais calmos após dados de pedidos de auxílio-desemprego terem vindo melhor do que o esperado na véspera.
Segundo dados do Departamento do Trabalho dos EUA, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego recuaram para 233 mil na semana encerrada em 3 de agosto.
Os temores sobre uma forte desaceleração na maior economia do mundo ganharam força na sexta-feira da semana passada, quando o payroll, um dos principais relatórios de emprego do país, reportou 114 mil vagas não agrícolas criadas em julho, bem abaixo das 175 mil vagas que eram esperadas pelo mercado financeiro.
O resultado bem mais fraco do que o previsto aumentou a perspectiva no mercado de que a maior economia do mundo pudesse estar prestes a enfrentar um período de recessão, já que os números de emprego começaram a ceder em um momento em que os juros no país continuam elevados.
Em sua última reunião, também na semana passada, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manteve os juros norte-americanos inalterados entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas abriu a porta para um eventual corte das taxas em sua próxima reunião, em setembro.
Juros altos encarecem processos de tomada de crédito e financiamento para pessoas e empresas, o que tende a diminuir o consumo da população e frear os investimentos das companhias em seu próprio crescimento — o que pode afetar ainda mais o mercado de trabalho.
A crescente preocupação com a maior economia do mundo trouxe um derretimento dos mercados acionários de todo o mundo na última segunda-feira. Nos EUA, os principais índices acionários recuaram cerca de 3%, enquanto Europa, Ásia e Oceania seguiram a mesma tendência. No Japão, a queda foi de 12,40%.
No Japão, as ações despencaram também por conta de uma valorização do iene, a moeda oficial do país. O BC japonês elevou suas taxas de juros pela segunda vez em 17 anos.
A manobra do BC pegou investidores de surpresa. Eles se aproveitavam para pegar dinheiro emprestado a juros baixos no Japão e aplicar em outros países com taxas mais altas. A diferença de juros entre um país e outro dá um lucro garantido para a operação, chamada de “carry trade”.
Quando os juros subiram, a vantagem do “carry trade” diminui, e os investidores passaram a vender suas aplicações ao redor do mundo para quitar a dívida no Japão. Assim, o iene ganhou força contra moedas de outros países e as bolsas derreteram.
Na última quarta-feira, após os movimentos de aversão, o vice-presidente do banco central japonês Shinichi Uchida comentou que as chances de um aumento dos juros no curto prazo, acalmando as preocupações dos investidores de que um novo salto da moeda japonesa poderia novamente abalar os mercados globais.
“Como estamos observando uma forte volatilidade nos mercados financeiros nacionais e internacionais, é necessário manter os níveis atuais de afrouxamento monetário por enquanto”, disse Uchida.
*Com informações da agência de notícias Reuters

Fonte da Máteria: g1.globo.com