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Israel bombardeia centro de Beirute e mata 22; membro sênior do Hezbollah sobrevive ao ataque


Alvo do ataque era membro sênior do Hezbollah, segundo fontes de segurança ouvidas pela agência Reuters. Mais de 100 pessoas ficaram feridas. Os bairros centrais bombardeados por Israel nesta quinta (10) foram atingidos pela primeira vez. Fumaça e chamas em bairro central de Beirute, no Líbano, após bombardeio israelense em 10 de outubro de 2024.
REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
Bombardeios israelenses em duas áreas diferentes no centro de Beirute, capital do Líbano, nesta quinta-feira (10) mataram 22 pessoas e deixaram ao menos 117 feridos, segundo o Ministério da Saúde libanês.
O ataque teve como alvo pelo menos um membro sênior do Hezbollah, de acordo com fontes de segurança ouvidas pela agência Reuters. Ainda não se sabe quem eram os membros do Hezbollah que eram alvos de Israel.
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Segundo a agência Associated Press, um dos locais atingidos foi um prédio de oito andares no bairro de Ras al-Nabaa. O ataque atingiu a parte inferior do edifício e explosões continuavam ocorrendo dentro do edifício, informou um fotógrafo da AP. Um grande número de ambulâncias chegou ao local.
O segundo ataque, na área de Burj Abi Haidar, derrubou um prédio inteiro, que foi tomado pelas chamas.
Após o ataque, três fontes de segurança disseram à Reuters que Wafiq Safa, um membro sênior do grupo extremista, sobreviveu à tentativa de assassinato israelense.
Um grande incêndio ardia nos locais atingidos enquanto equipes de resgate usavam lanternas manuais para procurar sobreviventes nos escombros, de acordo com vídeos transmitidos pela televisão al-Manar do Hezbollah.
Israel ainda não se pronunciou sobre os ataques aéreos no centro de Beirute até a última atualização desta reportagem. Nas últimas semanas, Israel tem lançado ataques aéreos quase diários nos subúrbios do sul de Beirute, onde fica o QG do Hezbollah, mas ataques no centro de Beirute são raros. O bairros centrais bombardeados nesta quinta foram atingidos pela primeira vez por Israel.
Israel justifica seus ataques dizendo que tem como alvo estruturas militares do grupo extremista, e geralmente emite ordens de evacuação para a população dos locais visados minutos antes de realizar bombardeios.
Os bombardeios no centro de Beirute ocorrem enquanto o Exército israelense continua a atacar alvos do Hezbollah em todo o Líbano. Mais cedo, o Exército israelense emitiu novos avisos de evacuação para o sul da cidade, incluindo prédios específicos, e havia alertado os civis libaneses para não retornarem às suas casas no sul, a fim de evitar danos decorrentes dos combates.
Membros da Cruz Vermelha e equipes de resgate no local de bombardeio israelense em Ras Al-Nabaa, bairro central de Beirute, capital do Líbano, em 10 de outubro de 2024.
REUTERS/Louisa Gouliamaki
Ataque a trabalhadores da ONU
Mais cedo, a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil, em inglês) informou que dois de seus soldados da paz ficaram feridos quando um tanque israelense disparou contra uma torre de vigilância na sede principal da força em Ras al-Naqoura, atingindo a torre e causando a queda dos soldados. Não houve vítimas em outros dois incidentes, disse uma fonte da ONU. A ONU condenou o ataque israelense à sede da Unifil.
“Qualquer ataque deliberado contra forças de paz é uma grave violação do direito humanitário internacional”, disse a Unifil em um comunicado, acrescentando que estava em contato com o exército israelense.
O exército israelense declarou que suas tropas operaram na área de Naqoura, “próximo a uma base da Unifil”. Segundo o comunicado, o IDF instruiu as forças da ONU na área a permanecerem em espaços protegidos, e depois disso as tropas abriram fogo na região. Israel afirmou ainda que mantém comunicação rotineira com a Unifil.
O Hezbollah afirmou que havia disparado uma salva de mísseis contra as forças israelenses na quinta-feira, enquanto estas tentavam retirar vítimas da área de Ras al-Naqoura, e que os soldados foram atingidos diretamente.
Em Nova York, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse que Israel estava focado em combater o Hezbollah e recomendou que “a Unifil se desloque 5 km ao norte para evitar o perigo, à medida que os combates se intensificam”. A Reuters informou na semana passada que o exército israelense havia enviado uma mensagem pedindo que as forças de paz da ONU se preparassem para se mover “o mais rápido possível, para garantir sua segurança”.
Danon acrescentou que “Israel não deseja estar no Líbano, mas fará o que for necessário” para afastar o Hezbollah de sua fronteira norte, de modo que 70 mil residentes deslocados possam retornar às suas casas no norte de Israel.
O conflito começou há um ano, quando o Hezbollah abriu fogo em apoio ao grupo militante palestino Hamas no início da guerra em Gaza. Ele se intensificou dramaticamente nas últimas semanas, com Israel bombardeando os subúrbios do sul de Beirute, o sul do Líbano e o Vale do Bekaa, antes de enviar forças terrestres.
O Oriente Médio permanece em alerta máximo para uma nova escalada na região, aguardando a resposta de Israel a um ataque com mísseis iranianos em 1º de outubro.

Fonte da Máteria: g1.globo.com