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Israel estende proibição a Al Jazeera por 45 dias, citando ameaça à segurança


O ordem para o fechamento dos escritórios locais da rede ocorreu no dia 5 de maio, e havia terminado no sábado (8). Polícia israelense recolhe equipamentos da Al Jazeera após ordem de fechamento do canal
Israel prorrogou por mais 45 dias a proibição das operações da emissora Al Jazeera no país, com a justificativa de que as transmissões representam uma ameaça à segurança nacional.
O ordem para o fechamento dos escritórios locais da rede ocorreu no dia 5 de maio, e havia terminado no sábado (8). A medida extraordinária incluiu o confisco de equipamentos, corte da transmissão e bloqueio aos sites da Al Jazeera (Assista ao vídeo acima).
A rede vinha cobrindo 24 horas por dia a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza, apesar das ofensivas de Israel que mataram e feriram seus próprios funcionários.
É a primeira vez que o estado de Israel tira do ar uma emissora estrangeira.
Um tribunal de Tel Aviv manteve, na semana passada, a proibição inicial de 35 dias às operações da Al Jazeera em Israel. Numa decisão separada sobre uma petição da Al Jazeera contra o encerramento, o Supremo Tribunal de Israel descreveu a medida contra o canal de radiodifusão apoiado pelo Qatar como “um precedente criado”.
A Al Jazeera disse ao tribunal que não incitava a violência ou o terrorismo, e que a proibição era desproporcional. O canal, que criticou as operações militares de Israel em Gaza, disse que planeja recorrer da última extensão da proibição.
Histórico
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu
Reuters
O Knesset, o Parlamento de Israel, aprovou em 1º de abril a lei que permite ao governo fechar emissoras estrangeiras consideradas uma ameaça à segurança nacional do país. O projeto contou com 71 votos a favor e 10 contra.
Antes mesmo da votação, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu havia afirmado, por meio do porta-voz de seu partido, o Likud, que “tomará medidas imediatas para fechar a Al Jazeera, de acordo com o procedimento estabelecido na lei”.
Na rede social X (antigo Twitter), Netanyahu se pronunciou sobre a lei e chamou a emissora de terrorista.
“A Al Jazeera prejudicou a segurança de Israel, participou ativamente do massacre de 7 de outubro e incitou contra os soldados das Forças de Defesa de Israel. O canal terrorista Al Jazeera não transmitirá mais de Israel”, disse o primeiro-ministro israelense.
A Al Jazeera é uma rede de TV com sede no Catar, que recebe financiamento direto do regime de Doha, embora afirme manter independência editorial.
Israel já havia acusado a emissora de provocar agitação contra o país entre os telespectadores árabes.
No início de abril, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que a lei aprovada pelo Congresso israelense é “preocupante” e destacou que a liberdade de imprensa é fundamental. O comentário dos Estados Unidos é importante porque o país é o maior aliado de Israel.
No final de março, os EUA se abstiveram de uma votação de cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas no Conselho de Segurança da ONU. Isso irritou Netanyahu, que decidiu cancelar a visita que ele e sua delegação fariam aos EUA para discutir sobre a guerra.

Fonte da Máteria: g1.globo.com